terça-feira, 19 de junho de 2012

“Nandó” recusa voltar ao parlamento



Lisboa – O Vice-Presidente da República, Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó”  é apresentado em círculos a ele conotado como estando num quadro de rejeição face a proposta de um eventual regresso a Assembleia Nacional para voltar a ocupar o cargo que exerceu, naquela instituição, antes da entrada de Paulo Kassoma, em Fevereiro de 2010.

Fonte: Club-k.net
Vice-PR pode ditar fim da carreira política
Até a dada altura era visto como o possível sucessor de José Eduardo dos Santos, mas a evolução do processo teria afrouxado logo após ao vazamento de informações em forma de rumores que serviram para prepará-lo de que seria substituído pelo ex-PCA da Sonangol, Manuel Domingos Vicente. Foi também desencorajado a alimentar desejo de ser sucessor de JES, por intermédio de fugas de informação a respeito do saúde que automaticamente o colocaria em posição de desvantagens em relação ao actual Ministro do Estado para a Coordenação económica.
A "recusa" de Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó” é também desconsiderada em meios críticos ao regime, consultados para reagir. Consideram que se desejasse declinar “de verdade”  ao convite para regressar ao parlamento, não permitiria que os seus documentos entrassem para o Tribunal Constitucional como integrante de listas de candidatos a deputados pelo MPLA.  Sustentam ainda que tais figuras do regime mostram-se inapta em expôr as suas posições contrarias na  presença de José Eduardo dos Santos, optando por “recados”.

A referida falta de "coragem dos mesmos" é associado a um alegado receio tendo em conta que estão presos a participações económicas em empresas privadas. “Nandó”, por exemplo, faz parte da lista de acionistas por Banco BAI. Uma contradição política com José Eduardo dos Santos refleteria nos seus interesses económicos.

Em caso de não regressar ao parlamento, o Vice-Presidente é estimado que encerre a sua carreira política dedicando-se a vida empresarial. Ao acontecer será a segunda figura de peso, na hierarquia do regime, a declinar um convite de JES. O primeiro a fazer foi o antigo director do gabinete presidencial, José Leitão que ao sentir-se injustiçado por uma avaliação partidária, optou por pedir demissão de todas as funções que exercia no aparelho da governação. Presentemente lidera o Grupo GEMA, conservando prestigio e admiração de todos.
A insistência da apresentada "recusa" de Nandó está a ser, por outro lado, vista como recados ou uma forma de contrapor as reações internas no seio do partido no poder, com destaque na JMPLA, que o tomam como estando numa situação de "pura humilhação".

Nandó, ao que consta, nas versões apresentadas por correntes ligadas ao gabinete, foi a muito tempo avisado pelo Presidente da República, sobre a decisão de o afastar do cargo de vice- Presidente, tendo "aceite" voltar para o parlamento, como presidente, no lugar de Paulo Kassoma, que por sua vez será despachado para o cargo de Governador provincial  de Benguela.

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