quinta-feira, 30 de junho de 2011

Jornalistas são proibidos de mencionar “Twitter” ou “Facebook” na França


No reino dos decretos que não fazem sentido no mundo real, a França oficialmente baniu as palavras “Facebook” e “Twitter” do mundo jornalístico do rádio e da TV. Os jornalistas apenas poderão mencionar as redes sociais se elas fizerem parte de uma notícia.

A ideia vem de um decreto feito no longínquo ano de 1992, que proíbe a publicidade de empresas durante a transmissão de notícias. Justo. As notícias, afinal, devem ser objetivas e não podem se misturar a interesses corporativos. Mas será que websites de redes sociais se encaixam nessa categoria? Não seria o caso, então, de a França fazer uma proibição total de qualquer rede social ser proferida no ar?

Christine Kelly, porta-voz do Conselho Superior de Audiovisual da França, explica (ou ao menos tenta): “Por que dar preferência para o Facebook, que vale bilhões de dólares, enquanto há muitas outras redes sociais que estão lutando por reconhecimento?”, questiona. “Esta seria uma distorção da concorrência. Se nós permitirmos que o Facebook e o Twitter sejam citados no ar, estaremos abrindo a Caixa de Pandora. Outras redes sociais vão reclamar dizendo: ‘por que não nós?’”, projeta.

Há ainda um outro componente na polêmica. Tanto o Twitter quanto o Facebook são empresas dos Estados Unidos. E como todos nós sabemos o quanto esses dois países se amam, já tem muita gente por aí vendo na recém-declarada proibição uma nova atitude protecionista/anti-Estados Unidos dos franceses. Será?

De qualquer forma, os jornalistas podem dizer algo como “Siga-nos em sua rede social de escolha!”, o que não impede o telespectador de ir para o computador e procurar o perfil do programa ou do canal de TV nas suas redes sociais favoritas, ou seja, Facebook e Twitter. A proibição só forçará os profissionais da área a inventar mais sinônimos para os sites.

No final das contas, isso serve como um poderoso exemplo da presença intensa das redes sociais no mundo das informações. Se sites como Twitter e Facebook não tivessem a importância e o poder que possuem hoje em dia, ninguém daria a mínima para a proibição francesa – e na verdade ela sequer existiria.[Gizmodo]

http://hypescience.com/jornalistas-franceses-estao-proibidos-de-falar-twitter-ou-facebook-no-ar/

Hypescience

quarta-feira, 29 de junho de 2011

David Mendes, presidente do PP-Partido Popular, hoje, 29Jun, no programa Discurso Directo na Rádio Ecclesia


A China coloniza Angola.

Referindo-se à colonização chinesa:
Você elogiaria o amante da sua namorada?

E a José Eduardo dos Santos:
O chefe da gangue vai apresentar provas aos outros elementos da gangue?

Referindo-se à bandeira do MPLA.
Votem em tudo, menos naquela bandeira que todos conhecem.

Sobre as eleições:
Nós não vamos abdicar de um comissão eleitoral independente.

Idem:
Os resultados eleitorais são os que o MPLA nos quer dar.

Ibidem:
Nas eleições de 2008, que fiz parte, vi a fraude que o MPLA fez.



Os escrivães da corte/principado dizem que agitação ou qualquer convulsão nunca atingirão Angola.


Os bobos da corte referem-se ao que se passa nos outros países, incluindo a Europa democrática onde há protestos contra a democracia dos ricos e a democracia dos pobres. Já antes os nossos bobos de serviço garantiam que o choque económico do subprime, ou seja o que for, nunca atingiria Angola. Porque Angola, nunca é demais repetir, é especial com um presidente, um partido e um governo especiais. E também com uma corrupção super especial.
Mas esta ditadura é diferente das outras? Em quê?
Então, e especialmente para o circo de bobos, atentem no texto a seguir do
Africamonitor.net

Em certos meios diplomáticos é especialmente comentado o caso de Mihahela Weba, uma jovem jurista (AM 559) pertencente a uma família tradicional de Luanda, que já foi membro da JMPLA. É nitidamente marginalizada sua vida académica, mas também sua mãe, Josefa Weba (ambas com mestrados na Universidade de Coimbra).
3 . O carácter ambíguo notado na política de reformas do regime é encarado com preocupação em meios internos e externos que, em geral, vêm o fenómeno como potenciador de riscos de convulsões capazes de produzir efeitos nefastos em toda a região, devido à dimensão da natureza geopolítica do país.
Casos concretos registados:
- Numa reunião recente do BP do ANC (George Hotel, arredores de Pretória), e à margem da mesma, foram feitas alusões à “situação de impasse” em Angola; a tónica geral das apreciações foi a de encorajar o PR, Jacob Zuma, a apelar a JES no sentido de acelerar reformas.
- Hillary Clinton, em Adis Abeba, exortou os dirigentes africanos a porem em marcha reformas democráticas, destinadas a pôr termo a “antigas formas de governar”, sob pena de os seus regimes se exporem a riscos; declaração de sentido geral, mas interpretada como tendo Angola entre os destinatários.

- Mo Ibrahim advertiu especificamente os responsáveis angolanos a lançarem reformas políticas e outras, na ausência das quais o regime poderia cair.

4 . No próprio regime do MPLA estão identificadas figuras que, de forma discreta, defendem a urgência de reformas no sentido de um afastamento real de modelos e métodos políticos do passado, que de facto ainda perduram, assim como de uma efectiva promoção de justiça social.

Um ponto de vista comum a tais figuras, nalgumas das quais se notam atitudes de crescente animosidade e distanciamento em relação a JES, é o de que naturais influências de Angola estão a ser ofuscadas em favor da África do Sul, esta cada vez mais prestigiada e considerada internacionalmente como parceiro regional fiável.

Entre os descontentes são conhecidos gestos como o de preterirem ostensivamente a definição Executivo, de uso ultimamente generalizado para identificar o Governo (a terminologia Executivo terá sido imposta por JES como forma de estabelecer uma afinidade mais estreita entre o mesmo, como chefe do executivo, e o Governo).

terça-feira, 28 de junho de 2011

E em Luanda proibiram-se os passeios das ruas. São para uso exclusivo das construções anárquicas do nosso principado


E esta governação não sabe que a população necessita de unidades médicas para a sua saúde. O mais importante é a aposta numa população doente, mórbida, matadouros humanos locais, municipais.
Os velhos eleitos doentiamente agarrados ferreamente ao poder nele apodrecem e apodrecem-nos.
Uma cidade e um país têm regras de convivência. Nunca se viu, ou imaginou tanta apetência por destruição. Até as famílias destruíram.
Apenas uma coisa tem regras: a sofreguidão pelo manancial do ouro petrolífero que lhes cai nos bolsos exclusivos. E ousam, como resposta, exortarem-nos com uma nova vida no inferno, e ninguém lhes dá a tenaz da manifestação para acabar com a corrosão da corrupção. Quanto mais tempo ganharem, também os tumultos evoluirão até se descontrolarem. Tudo o que acontece, já não existem palavras para o definir, resta apenas uma: inqualificável.

Luanda é uma destilaria de gasóleo. Quem é que não lhe sente o cheiro?
Vejam a apreensão de Dedaldino Conceição no Facebook:
Cheira a gasóleo, cheira mal, cheira a Luanda. Não consigo entender como não se arranja uma solução para a luz no país. Tanta água, tantas barragens e hoje o anormal e não ter um gerador, como se vivêssemos todos no mato. Pelo ministério de tutela já passaram "n" ministros nenhum com um projecto a médio, longo prazo. Estamos a caminho dos 40 anos de independência e os problemas são sempre os mesmos. No fim-de-semana, descobriram as ligações clandestinas da água como se não soubessem, aliás como se tivessem encontrado ouro. Para mim sempre houve conivência com os administradores. Há tempos um episódio caricato na TV angolana. Durante anos a fio, água só de cisterna em pleno Alvalade, quando as casas adjacentes tinham-na da rede normal. Investigou-se, afinal os directores decidiram fechar os canos para permitir que os seus camiões cisternas abastecessem a empresa e pudessem ter lucros semanais. Autêntica roubalheira que acredito se estenda à energia que não temos. Muitos lucram com o negócio dos geradores.

O que necessitamos é de uma comissão eleitoral independente, se isso não acontecer, vai sim senhor o vulcão acender, estender.
Sem uma comissão eleitoral independente, sem uma rádio, por exemplo a Ecclesia em toda a Angola, sem liberdade de imprensa, sem liberdade de expressão, sem liberdade de manifestação, imposição do terror, prisões arbitrárias. Não dá para participar num acto eleitoral, mas sim numa grande palhaçada, em que já se sabe qual é o palhaço vencedor.
Angola necessita urgentemente de paisagistas.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O CAVALEIRO DO REI


Jingola é muito grande mas, mesmo assim não chega para todos.
Existem reinos, que por vontade própria regressam, vivem, revivem, convivem na Idade Média. Este é um desses reinos.
Reino Jingola, algures no Golfo da Guiné.

Capítulo I
O Cavaleiro Epok

Sempre para as mesmas almas, a Terra continuará plana, centro do Universo e com apenas seis mil anos de idade. São estas almas de nobreza quadrada, fugitivas do redondo, que conceberam um potente imã que atrai da terra Jingola todas as riquezas para seu exclusivo proveito. Protegidos por pretores que aniquilam as reivindicações dos servos da gleba, a escravidão há-de ser, eterniza-se, democratiza-se…propaga-se.
Enquanto nas ruínas dos prédios e dos casebres, os baldes de águas nojentas voam na mais perfeita anormalidade, e se espalham, derramam no solo as epidemias da contemplação visual, do desenvolvimento económico e social do futuro abismal, normal.
Arreda daqui, arreda dali, multidões esfomeadas revendem e furtam-se para sobreviverem. A eterna pandemia mundial, habitual, grassa-lhes como coelhos. Grassam também os modernos aventureiros escolares Francisco Pizarro, Hernan Cortes, e Diego de Almagro, atraídos pelo brilho das pedras preciosas, e pelos vapores petrolíferos.
O rei e a rainha desconcertaram-se do aconchego da corte celestial, rumando ao encontro dos seus súbditos no condado de Viana. Com eles avançaram festejados mosqueteiros em trajes de gala, muito rendados, montados em cavalos bem aparelhados. Reluzentes, luzidios arreios trabalhados em prata, onde se destacam alguns ornamentados a oiro.
Aperram-se os mosquetes, porque os súbditos desordenados teimam, desafiam o rei.
A secreta real receia que os insubmissos súbditos pretendam implantar os ideais republicanos da França e dos Estados Unidos da América. Os espiões reais têm fortes suspeitas que o revolucionário La Fayette navegue várias naus em apoio dos Jingola, que já tomaram pouso na incipiente democracia.
O casal real acaba de descer do luxuoso coche estilo D. João V. O soberano faz um leve gesto de cabeça. Aproximam-se alguns liteireiros que repousam uma liteira doirada, onde a rainha acostará. Da praxe floreiam-se inúmeras vénias e beija-mãos dos inúmeros marqueses, condes, condessas, duques, duquesas, enfim toda a nobreza.
O rei avantaja-se para a plebe muito curiosa, porque raramente vêem o soberano em público. Querem-no ver pessoalmente, provar que ele existe. Mas, a plebe constringiu-se a estar presente pelos zelosos mosqueteiros.
A plebe confunde-se, não sabe se dar boas-vindas. Há receios de qualquer gesto ficar incompreendido. Pelas traseiras, vários mosqueteiros agressivos picam-nos com as pontas das espadas.
A plebe uiva de dor. O rei entende que é saudação e retribui. Os críticos afiam as línguas, conspiram, murmuram.
- Não foi muito elegante sua alteza inaugurar fontanários, e fazer entrega das chaves de alguns casebres-estábulos a elementos escolhidos da plebe.
- É… esqueceu-se dos cavalos, da água e das velas. A água continuará a vir do reino carregada por aguadeiros. A luz de vela é um luxo, e só os protegidos do rei a ela têm acesso.
A boçalidade natural e o investimento no analfabetismo, criam seres inimagináveis. É atroz, desumano, viver quotidianamente com tais almas fugitivas do inferno. É o regresso ao primitivismo alucinado, sem paralelo na História.
Valente, garboso, destemido, assim se move o protegido do rei. Epocal como Lancelote, faz época o cavaleiro Epok. Agrada-se, galanteia-se para a rainha. A soberania estende-se astral no camarote real, aguardam pelo torneio medieval.
Os corpos da plebe agitam-se como plantas ventosas em matagais. Expressam-se descontentes porque esperavam grande maratona de comes e bebes. Grandes, graves trombetas anunciam a justa. Parecem-se com o troar de canhões, que ecoam até ao Paço. E a populaça assusta-se, relembra tempos idos. Convictos que o reino retornou à guerra, ao passatempo habitual da corte, que é guerrearem-se por causa dum líquido negro. Que anda muito cobiçado por poderosos reinos, que constantemente enviam embaixadas e navios carregados com moedas valiosas e um novo dinheiro de papel.
Então, os acólitos reais afirmam categoricamente que o reino é um dos mais desenvolvidos do mundo, apesar de ninguém querer explicar o porquê da ralé estar tolamente, totalmente desempregada e esfomeada. Evidentemente que no reino ninguém trabalha. Vem tudo de fora. Importação é a palavra que mais se pronuncia, como se fosse um dicionário com uma só palavra.
O reino Jingola submete dezassete vice-reinos, governados por vice-reis. Limita-se a Norte pelo condado do Cacuaco, a Sul pelo condado da Nova Vida, a Oeste pelo Mar de Kalunga, e a Leste pelo condado de Viana. A arraia-miúda ocupa-se principalmente em vender qualquer coisa, incluindo se necessário, as filhas. A ocupação secundária do povo deste reino são as maratonas de comes e bebes que chegam a durar três dias e três noites, ou semanas. As lutas e desavenças são constantes, mas os mosqueteiros do rei estão sempre atentos. Qualquer manifestação da populaça é contrariada por cavalos e cães, habilmente treinados pelos mosqueteiros. Muitos arruaceiros já experimentaram mosquetadas e dentadas caninas, mais que afiadas.
As trombetas reais quando sopradas, parecem tempestade de trovões, confundindo-se com canhões. Um cavalo empina-se, o cavaleiro despede-se da montada e encontra a vulgar sela convidativa do solo. A ralé frenesia-se, lembra-se da cruel violência recentemente terminada dos irmãos desavindos. Surgem as imprecações:
- Fujam! Não ouvem o barulho dos canhões?!
Uma velha aldeã com um pesado fardo de feno para alimentar os cavalos tropeça, cai. Levanta-se a coxear, corre como pode, arrasta a perna ferida e o peso da idade. Grita:
- Aiuéééé!!! É outra vez mais guerra! Vêm aí guerra!
- Desta vez é aonde?! Mais aonde?!
Fingem-se assustados, desorientados, aparvalhados. A multidão de esfomeados e esfarrapados ruma na direcção do coche e liteira reais. Conseguem descascar pedaços de oiro. Como piranhas, em poucos segundos os veículos reais quase desaparecem. Restam-lhes os esqueletos. Sobraram pedaços de uma roda. As ferraduras dos cavalos não escaparam. Servirão de amuletos para os feitiços.
O rei engole em seco, descruza as pernas, recompõe o casaco, transpira o peito desconsolado, comprime os lábios, impacienta-se, e chama o chefe dos mosqueteiros.
- Quem agitou, desambientou-se do ambiente?
- Ninguém, meu rei! Assustaram-se com o barulho das trombetas.
- Chama-me o trombeteiro real. Já o preveni que esse barulho é demais. Ele disse-me que desconfia do vírus das trombetas. No palácio não se sossega, quase não consigo repousar. Para audiências de embaixadas e embaixadores, ordenei construir um Petit Trianon. Esse louco trombeteia-me a cabeça.
- Que devo acrescentar meu rei?
- Acaba com a arruaça… caça os gatunos das carruagens reais. Quero o culpado. E até novas ordens estão suspensas as desordens das malditas trombetas. Substituam-nas por latas… por algo que não faça barulho.
- Meu rei, prosseguimos com o torneio?
- Sim, embora saibamos de antemão que somos sempre vencedores.
- Somos os melhores, meu rei!
- Ala-te, larga-te!
O cavaleiro Epok alista-se para a liça. É o cruel paladino, opressor das massas cinzentas, anti-manifestações, antídoto anti-tudo. Altaneiro, contempla a soberba nobreza, que suavemente o aplaude. A rainha anseia pelo seu estandarte pessoal. Uma princesa, filha dos reis acerca-se. Está de trombas. Senta-se bastante afastada dos pais. O cavaleiro Epok empertiga-se, sente-se dono da bola, cavaleiro de Carlos Magno. Impacienta-se, porque não vê nenhum adversário. Não descobre que faz figura de parvo, agenda sem consenso, comité de especialidade. Tem que mostrar que o seu partido é o melhor, sempre da maioria.
- Não há cavaleiro neste condado que me enfrente nesta justa?
Depois dos tumultos, coisa normal no reino, a multidão fez entrega do que roubou. Os mosqueteiros aproveitaram-se e roubaram-lhes tudo o que podiam carregar. Os paspalhões forçaram-se a regressar á plateia, antes que o rei se zangasse e exercesse mais represálias.
Não se ouviu viva-voz ao repto do cavaleiro Epok. Renascem-lhe insultos grandiosos.
- Alguns baladistas cantam que sois um povo heróico, generoso, corajoso e vitorioso…cambada de medrosos! Não tendes uma merda dum cavaleiro para defender a vossa honra e do condado nesta liça? Desafio o vosso conde. Conde… onde estais?!!!
Nem a leve aragem estremeceu, ninguém correspondeu. O cavalo de Epok habituado a armar e criar confusão, agita-se, enerva-se. Levanta demasiado as patas dianteiras. Epok surpreendido quase se desmonta. A multidão de idiotas faz ricochete.
- Arre, cavalo! Arre, cavalo!

Capítulo II
O Cavaleiro La Padep

Como vindo do nevoeiro surge um cavaleiro com armadura vermelha e preta. O tecido do cavalo tem as mesmas cores. A multidão pára, suspende-se. O rosto esconde-se no interior de um elmo. O rei comenta:
- Já vi estas cores… não sei donde.
A rainha atenta desperta-lhe a atenção:
- Meu senhor, estas cores são da nossa bandeira.
- Parece-me que já as havia mudado.
- Não meu senhor, continuam as mesmas... na mesma.
- Lembrai-me senhora minha, para as renovar. Estas cores são lúgubres. É por isso que o meu povo sempre se entristece, se revolta. São cores agressivas.

domingo, 26 de junho de 2011

Luanda, receitas petrolíferas geram forte investimento na pedofilia


Ainda se Angola tivesse um presidente eleito de facto e de jure pelo povo, decerto ele atenderia os seus clamores. Mas não, o presidente de Angola foi eleito pelo petróleo.
Angola é um paraíso petrolífero, uma ilha com um palácio cercada por um campo de concentração por todos os lados.
O sector petrolífero está de parabéns. Com o incremento da pedofilia o nosso PIB sobe. O turismo pedófilo, internacional e nacional desenvolve-se como a indústria alternativa à excessiva dependência petrolífera.
Quanta mais pedofilia, mais garantia da nossa alegria.
O futuro das nossas crianças está assegurado na… pedofilia.

Vinte e duas horas e trinta minutos de todos os dias. Crianças meninas invadem as ruas de Luanda, oferecendo os seus tenros corpos à corja dos pedófilos que não estão nada impacientes, pois mão-de-obra infantil, rebentos, exércitos de pequenas flores, há tão pouco tempo nascidas e já tão emurchecidas. A prostituição infantil generaliza-se para extremo contentamento dos reis do nosso petróleo. Angola nada em petróleo é um mar. Quando uma minoria se apodera das riquezas de um país, é evidente que a miséria extrema-se até ao ponto crítico das crianças se prostituírem para sobreviverem na selva petrolífera. Angola, repito, é um mar de petróleo e um oceano de pedofilia. Assim, nos próximos dias, Angola, e particularmente Luanda, será eleita por unanimidade na ONU, como a capital mundial da pedofilia.

sábado, 25 de junho de 2011

ALERTA! Resta-nos pouco tempo!


Se notarem, os empreendimentos imobiliários do grupo JES-MPLA, Sarl, servem unicamente para a lavagem dos dinheiros caídos dos céus da humilhação consequente. Digam-me um único investimento que seja produtivo.
A começar pelos passeios das ruas, tudo está, é para destruir. Um manto de retalhos, o caos. Os inumeráveis prédios em construção, pelo e do Grupo, os dejectos vão para onde se a rede de esgoto está saturada? A rede de abastecimento de água já é insuficiente. A rede eléctrica tem os cabos eléctricos podres, sempre a queimarem devido aos apagões, desliga/liga, e sobretudo ao excesso de consumo. Além disso estão obsoletos.
E ninguém os pára? Pensem bem! O que nos sucederá nos próximos dias, mais demoníacos, mais aterrorizantes.

Imagem: mercenário português a soldo de JES-MPLA, cumprindo orientações superiores, traça planos para destruir mais três prédios e consequentemente JES-MPLA. Ninguém está acima da Lei, disse JES. Então, depois, terá que responder em julgamento pelos desrespeitos e destruições do modus operandi e vivendi das populações. Isso é mais que certo!
A imagem que demonstra o acima descrito, nas traseiras da Pomobel, Zé Pirão, Luanda

quinta-feira, 23 de junho de 2011

No dia do aniversário do regresso triunfal do amor


Parece que o amor desliza por entre as nossas mãos, perdido. Há grandiosas manifestações a exigirem que procuremos o amor.
Incontáveis multidões partem no seu Graal, mas em vão. Ninguém sabe onde ele pára, onde está. E todos se cansaram, desinteressaram de o encontrar. E surgiu o boato de que o amor afinal é uma quimera.
Na tentativa dele se lembrarem, um rei apaixonado mandou construir o Taj Mahal à sua amada, para que o amor lá se guardasse, lembrasse. Um templo eterno ao eterno amor.
E assim o amor não se perdeu, vive, revive na esperança de que não pereça.
E contudo, o amor anda por aí muito distraído, fingido, ultrajado, odiado.

Que o teu Universo ilumine sempre o teu olhar, o teu coração e a tua alma. Que o Universo te dê mil anos de felicidade.
O amor está encontrado, brilha como a semente do Universo que nos mostra o caminho para chegar até ele.
O Universo é o amor. Ama o Universo e amarás o amor.

Muteka agride Jornalistas que tentaram entrevistá-lo



Huambo - Dois jornalistas dos semanários “Angolense” e “Folha 8” foram hoje agredidos no Huambo e proibidos de publicar matérias relacionadas com as actividades da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga os alegados casos de intolerância política no planalto central.

Fonte: VOA

Detidos depois de ameaças do governador
Em declarações à “Voz da América”, Nelson Sul de Angola enviado do semanário “Angolense” disse que os repórteres tentaram entrevistar o governador do Huambo Faustino Muteka a propósito do trabalho da Comissão Parlamentar que terminou esta quarta feira, salientando que o governante negou tecer qualquer comentário tendo proferido ameaças de represálias caso eles publicassem a matéria.

Disse ainda que ao abandonarem as instalações da Comissão Parlamentar onde se encontrava o governante, agentes dos serviços de segurança os ameaçaram com armas de fogo.

Israel Samalata repórter do “Folha 8” conseguiu escapar, mas Nelson Sul de Angola foi apanhado pelos supostos agentes secretos, tendo sido retido por 48 minutos.

Samalata afirmou que, enquanto vasculhavam os seus arquivos e o telefone celular em plena rua, um dos homens apontou-lhe uma pistola nas costas.

Nelson diz que não podia fazer qualquer movimento estranho que desse a entender às pessoas que andavam pelas artérias da cidade de que estava a ser coagido sob pena de ser morto.

Afirmou também que os agentes retiraram o número do seu bilhete de identidade e foram-se embora.

O gravador que lhe foi retirado na rua foi encontrado três horas depois nas instalações da Comissão Parlamentar de Inquérito tendo sido devolvido mais tarde pelos guardas protocolares.

Israel Samalata repórter do “Folha 8” disse que, agora que foram recuperados os meios, estão a estudar a possibilidade de abrirem um processo contra Faustino Muteka, pelas ameaças proferidas.

A VOA tentou sem sucesso ouvir as reacções das autoridades no Huambo.
Refira-se que, a Comissão Parlamentar de Inquérito foi criada durante a 19ª sessão Ordinária da Assembleia Nacional a pedido da União Nacional para Independência Total de Angola, UNITA, para investigar supostos actos de intolerância protagonizados pelo partido no poder e que resultaram em mortes de membros da oposição no Huambo.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O QUE QUEREMOS É UM RUMO INCERTO


E por todo este mar de petróleo, só as companhias petrolíferas sabem o que querem, nós não sabemos. Temos conhecimento que o ondeado preço do petróleo está sempre a subir, e que o navio dos escravos Angola navega sem querer para um rumo totalmente inseguro.
Este reino é obra de poetas, a miséria e a corrupção também.
Um opositor político é um inimigo? Entre nós é, perigosíssimo, não o escondemos, tudo se abate.
A grande questão é que não nos organizamos. Se o soubéssemos fazer, despertar, como deve ser, em organizações da sociedade civil, movimentos de cidadãos, decerto nada disto passaria, seguiria avante. Mas como ainda não aprendemos, isto é, cada um puxa para o seu clube, para o seu feudo, nunca nos conseguiremos libertar das âncoras fincadas nos nossos corpos, nas nossas almas e sobretudo nas nossas mentes.
E a juventude sabe o que quer, vai, tem, está no rumo certo. Senão vejamos: Luanda, imediações do Zé Pirão, 13 de Maio, pelas 21 Horas. Dois jovens circulam numa motorizada, gritam e conforme se movimentam no escasso trânsito vão disparando tiros de pistola para o ar. Fizeram quatro disparos. Não, não era do escape, era silencioso. Os tiros foram testemunhados pelos seguranças da área.
É como se chegássemos a um lago do nosso deleite, aprazível, sonhado, até encantado. E de repente dele emergissem criaturas inesperadas, inexploradas, famintas, esfarrapadas, sequiosas, esfomeadas, escanzeladas, espoliadas, iletradas... SEM FUTURO.
Quem governa Angola? Os presidentes do conselho de administração do petróleo. E por isso mesmo, Angola não é um país, é uma gigantesca companhia petrolífera que nos invade e aterroriza os lares. E dividem entre si os biliões de dólares do petróleo. Mantém exércitos privados que espalham o terror nas populações. Castelos fortemente armados e municiados, um hino, uma bandeira, um palácio, e eis mais uma ditadura para nos impor as barbaridades diárias. Os tempos seguintes serão atrozes, sangrentos, humilhantes. Os escravos têm que aprender a levantarem as cabeças, e dizerem, Basta! Não! O mais importante é defender os interesses chineses, brasileiros, portugueses, etc., para que a nossa escravidão permaneça, e o Grupo nos devore os corpos e as almas.
Estamos reféns do nefasto poder.
Numa república de armadilhas que nos esperam à socapa nas esquinas vingativas dos moribundos do petróleo. Angola, a república das celas da morte. O mais importante é nos vigarizar.
Deus é dos ditadores, logo, pode elegê-los como lhe aprouver.
O pior inimigo dos serviços secretos e de qualquer serviço de segurança é a rotina. Porque incorrem no hábito da repressão e da morte. E depois agem mecanicamente e matar torna-os tão banais.
Quem tem medo nunca será livre. Os libertadores libertaram-nos, e agora quem nos liberta deles?
O poder das seitas religiosas está na miséria dos povos, e como máfias vão espalhando e cantando o santo analfabetismo. É um crime abjecto não punido, consentido.
As ditaduras estrebucham, como tal, preparam-nos o grande massacre final. Antes do abandono do poder, deixam sempre os rastos de sangue do prazer. Neste momento estão na paranóia, depois vem o derradeiro estertor, o final. O de atirar a matar sobre quaisquer manifestantes. Na realidade estamos numa prisão com carcereiros mentecaptos. Resvalamos outra vez perigosamente para outra espécie de guerra civil, devido ao fosso que nos separa. Uma regressão da repressão atroz quando reivindicamos os nossos elementares direitos. Todos os ganhos políticos, sociais e económicos estão-nos vedados. E qualquer pretexto lhes serve para nos atirarem para as suas pestilentas masmorras, onde depois de inocentados com a saúde muito fragilizada, porque usam todas as artimanhas para nos liquidarem. Estamos como animais irracionais nos lamaçais da morte, como porcos nas sangrias.
Não temos Constituição, a que existe, forjada, é para petróleo ver. São tão avarentos, que até os empregos nos roubam para os entregarem de bandeja a estrangeiros. A mão-de-obra chinesa para qualquer serviço ilustra bem a serventia de Angola.
É escandaloso, digno da mais abominável escravidão, governar e impor o terror da arma apontada à cabeça do outro. Depois da tragédia marítima, a luta da destruição nacional da população, ainda não aconteceu, não!?
Haverá sempre ilegalidade e tirania, porque o poder eterno instituído decreta as suas leis, e é sempre o primeiro que sistematicamente as viola, porque goza da impunidade. Assim, nunca será possível sair do caos, em que esta ditadura se entupiu, e a nós nos desterrou.
À procura do amor perdido, eis alguns caminhos para o reencontrar
Nos tempos gloriosos fazia-se tudo por amor. Agora, quotidianamente, compra-se e vende-se tudo em nome dele.
Dantes subíamos as escadas do amor cheios de contentamento, sem esforço, felizes porque escravos dele. Hoje, totalmente desesperançados, de tanta frustração adquirida, perdemos as forças e não conseguimos dizer, amo-te!
Dantes, fazíamos do amor uma fortaleza de fidelidade, de harmonia, e o amor correspondia, manifestava-se nos nossos corações. Hoje fugimos do amor, como se fosse o nosso pior inimigo.
Os tempos mudam, o amor também. Nestes tempos da democracia do amor, ele também vai a votos. Até fizeram do amor mais um partido político.
Naqueles tempos áureos vivia-se o amor sem barreiras. Agora, o amor está tão vulgarizado, como qualquer mercadoria, que até já contrabandistas de armas o vendem.
A mortalidade infantil é moda tão vulgar, é o futuro do amanhã que se extingue. Uma borboleta sorrindo para uma flor: Vim ao mundo para ser amada, e por isso exijo muito amor. Todos os carinhos que me oferecerem nunca serão demasiados, porque sou super exigente. Mas facilmente me comovo e adormeço profundamente, quando me encosto nos suaves, acolhedores, quentes e ternos seios da minha querida mamã. Confio em tudo e em todos, porque ainda não sei distinguir onde está o perigo, a maldade e a bondade. Espero que me deixem viver em paz. Sei que é impossível, mas dêem-me uma oportunidade. Sobretudo vigiem um dos meus piores predadores, o pedófilo, lobo, gatinho mau. É fácil de imaginar que os meus sonhos não se tornarão realidade, porque um bicho-papão vai-me ludibriar, e nunca o meu sonho se vai realizar. As borboletas são muito bonitas, não me canso de persegui-las, mas mesmo assim nunca consigo apanhar nenhuma. Elas têm magia. Vou falar com as minhas amigas borboletas para que me levem, daqui carreguem. Elas já me deram asas, vou voar para muito longe, onde não haja adultos. Vou para o planeta das borboletas. Vou transformar-me em borboleta e sorrir para as flores. O amor não se compra, não se vende, sente-se. Ele é livre como o nosso pensamento, e por causa disto acontecerá, acontece sempre, um ditador apoderar-se do pensamento do amor. Onde o amor chega, tudo se resplandece, se enobrece. Felizes os que são escravos do amor, pois o Universo será deles. Nunca te esqueças: o amor é o nosso deus, o eterno caminho que nos conduz aos altares do paraíso purificado, santificado.
E onde há revolução, lá está o amor em gestação.
Olhamos em todas as direcções que nos é possível imaginar, na esperança distorcida do amor lá encontrar. Nos escolhos das falésias das nossas vidas, as pirâmides da água do mar batem-nos forte, gostam do estrépito. É assim o poder do amor quando foge por entre as nossas mãos dolentes, já não impacientes.
Seis anos já te passaram no tempo da eternidade, destes destruidores de lares, de criancinhas. Há seis anos que navegas no rio do tempo da eternidade. Depois de te libertares dos ciclones, vulcões e das demais tempestades humanas. Não procuras em vão o repouso eterno, pois ele já te foi concedido. E morremos sempre na frustração da não libertação da hipocrisia humana. A camarilha dos poços petrolíferos impõe-nos as suas regras jamais modificadas: vida ou morte. Nós escolhemos o viver, e os senhores do petróleo, o nosso morrer. Um poço de petróleo é muito mais valioso que milhões das nossas vidas. Continua a navegar nesse rio de águas mansas, longe deste alvar. A História Humana é feita por um punhado de heróis e multidões de fantasmas. Que o rio da eternidade te conduza ao lago da felicidade, e lá repouses sob a leveza e a pureza dos reflexos solares, das pinturas douradas e prateadas. E do suave agitar da juventude das folhas verdes sempre primaveris. Enquanto nós por aqui percorremos os incessantes caminhos da tristeza das nossas vidas, onde tudo é composto de maldade.
Podíamos, temos esse direito, de vivermos num lago de amor, mas não, há ainda quem sonhe e nos imponha, o lago do inferno.
O feitiço da vida é aí que reside, resiste o nosso amor.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Uma fragata à deriva


Fragata de Morais, FM, há pouco na LAC, 21Jun, noticiário das 12.30 horas, um dos dinossauros do MPLA-JES, nas vestes de porta-voz do comité provincial dos eternos, referindo-se às acusações do Dr. David Mendes, presidente do PP-Partido Popular, dos jovens mandatados pelo senhor Bento Bento, o chefe dos comités da defesa da revolução de Luanda, que exigem a cobrança dos serviços prestados na manifestação que o Dr. David Mendes lhes prometeu, que não, o MPLA-JES, não tem nada a ver com estas coisas.
Como se alguém acreditasse nos velhos métodos de 1975. Pois, e o FM a esclarecer que tudo o que se passa, basta pronunciar as palavras mágicas, demoníacas claro, não tenhamos ilusões, MPLA, que ele é o culpado de tudo. Ai é?! Então basta assomar à nossa varanda para a rua e que vemos? Miséria e fome!
E quem é que é o grande corrupto? É a oposição, claro, que inventa todas estas cosias.
Quem é que recebe os dividendos do petróleo? É a oposição. Quem é que está no poder e dele não quer sair, daqui a pouco faz quarenta anos? É a oposição.
Quem é que prendeu o activista Agostinho Chicaia? Foi a oposição.
Quem é o dono das empresas, bancos, casinos, Internet, tudo, tudo? É a oposição.
Quem é que prende jornalistas e qualquer opositor político, ou de opinião contrária? É a oposição.
Quem é que prepara outra fraude eleitoral com quase, ou, cem por cento dos votos? É a oposição.
De quem é que o povo está farto, farto, e deseja que desapareça de uma vez por todas do que resta das nossas vidas? Não, não é a oposição, É O MPLA-JES!!!
Quem é que está paranóico, borrado de medo? É o MPLA-JES, claro.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Caso William Tonet: “Kopelipa” e Zé Maria pediram como indemnização 2 milhões de dólares


Luanda - O F8 foi chamado à pedra por motivos pueris, a pontos de nos questionarmos o que em juízo poderá estar em causa. Intimidar a imprensa? Amordaçá-la e silenciá-la para todo o sempre? A redacção, a administração, os amigos e companheiros do autóctone bissemanário, estão com o seu director, porque tememos (temem) que a intenção, agora pode não ser a de o prender, mas apenas de manchar o seu registo criminal, para o limitar a qualquer intervenção no futuro e ou ainda prepararem outra cilada, para o calarem no meio das suas masmorras.

*Sílvio Van-Dúnem
Fonte: Folha8

O julgamento, do director do F8, William Tonet, movido pelos generais Manuel Hélder Vieira Dias Júnior, tcp Kopelipa, ministro de Estado e Chefe da Casa Militar da Presidência da República, António José Maria, chefe dos Serviços de Inteligência Militar das FAA, Hélder Pitta Groz, Procurador Militar das FAA, Francisco Furtado, ex-chefe do Estado-Maior-General das FAA e Sílvio Franco Burity, director dos Serviços nacionais das Alfândegas, por alegado crime de Calúnia, Difamação e Injúria, começou no dia 13 de Junho.

As sessões decorrem na 7ª secção da Sala dos Crimes Comuns, do Tribunal Provincial de Luanda, Dona Ana Joaquina, sob orientação do juiz de direito, Dr. Manuel Pereira da Silva, que abriu o julgamento ao público mas proibiu a cobertura da imprensa. Muitos dos presentes ficaram apreensivos com esta posição do juiz, que não é muito normal, mas, a lei, em casos de difamação e injúria, pela sensibilidade dos processos, por mexer com a honra das pessoas, concede ao magistrado a prerrogativa de salvaguardar e proteger o foro intimo, das partes que esgrimem na barra os seus argumentos. Se foi este o sentido do juiz Manuel da Silva, então não andou tão mal... pese ter deixado alguns jornalistas nervosos, principalmente o ancião do jornalismo Siona Casimiro do Jornal Apostolado e Alexandre Solombe da Voz da América, que foram convidados a sair da sala, por não se conformarem com a decisão do juiz.

Recorde-se que depois da abertura o julgamento foi interrompido e prosseguiu quarenta e oito horas mais tarde, no dia 15 de Junho, numa longa sessão iniciada por volta das 9 h 25 minutos e só terminou às 19 h 25 minutos, com a discussão de dois processos.

Nesse dia, na qualidade de arguido (aqui considerado réu), William Tonet, unicamente, nessa condição por os textos publicados ao não terem sido assinados ter de responder na qualidade de director, em conformidade com o art.º 73.º da Lei de Imprensa, ficou por mais de 10 horas de pé. É claro que é uma longa maratona de sacrifício para qualquer ser humano e, no caso, este humano, que ainda nem foi preso, foi, ao que parece por força da lei, torturado legalmente, tanto que ficou tolhido de mazelas, que o levaram a ter de ser assistido numa clínica em Luanda por este longo sacrifício de ter ficado tantas horas consecutivas de pé, ele que tem as rótulas partidas, unidas por uma liga de platina, fruto de um combate no Leste de Angola, durante a guerra, teve de resistir às exigências de ter que permanecer tantas horas numa posição quase erecta, com fome e com sede, num verdadeiro sacrifício, em nome da coerência, da liberdade e… da fé em Deus.

A sua defesa apresentou-se à barra do tribunal com a força dos que nada têm a temer. Fez valer os seus argumentos e conseguiu mesmo guardar uma aprimorada postura ao ouvir o que os ofendidos pediram como indemnização pelos alegados danos que eles teriam sofrido, com os artigos dos jornalistas do F8, todos com provas e devidamente sustentados pela dinâmica da democracia, da liberdade de imprensa e liberdade de expressão, extravagantes e absurdos montantes de cerca de 180 milhões de Kwanzas, ou seja, qualquer coisa como 2 milhões de dólares (DOIS MILHÕES DE DÓLARES!!), 40 milhões de kwanzas, 30 milhões de kwanzas e por aí afora. Tudo dizem, causados pelos artigos do F8, que nem sequer definiram nos seus verdadeiros contornos, quer dizer, os danos subjectivos, sem nenhuma comprovação efectiva. Mas, note-se, um dos artigos foi assinado e nunca os ofendidos fizeram questão de processar os visados,, preferindo virar baterias contra o director do F8.

Além disso, os mesmos ofendidos permitiram-se misturar os seus protestos aos enfatizados e simplesmente alegados protestos das heróicas e gloriosas FAA, que, elas, por seu lado, não pediram absolutamente nada ao F8, nem ao seu director. Outros falaram de tristeza no rosto dos trabalhadores com a notícia publicada no F8, caricatamente, sobre uma notícia que lhes dizia respeito por defender direitos e justiça laboral. Infantil bajulação por tabela seca… Obrigado a ficar de pé durante cerca de 10 horas, o director William Tonet não se fez de rogado e em nome da coerência e de ajudar o tribunal a chegar à verdade apresentou através dos seus advogados de Defesa, Doutores Tiago Ribeiro, David Mendes e André Dambi robustas contestações que definiram bem a ligeireza da acusação, aparente e estritamente concentrada numa visão umbilical, pese ser legitima.

O senão dos assistentes, pareceu, já nesta segunda sessão não estar em causa a alegada Calúnia, Difamação e Injúria, mas uma “gananciosa” obtenção de indemnização milionária, que nunca os autótones do F8, viram e sonham ter nas suas contas, mas que constituem meros trocados, para quem não tem pejo de se referir aos milhões como se fossem tostões. Dizer que os ofendidos, à excepção de Silvio Burity da Direcção Nacional das Alfândegas, não apareceram, dá uma ideia do que representa esta “Opéra Bouffe” anacrónica, que levou o juiz Manuel da Silva, em nome da lei, a aplicar uma multa aos generais, avaliada em 10 mil kwanzas.

Seguramente para eles isso não deverá ser nada…Mas este regabofe terá um final tipo “golpe de teatro à americana”, um pedido de indemnização - veremos porquê, mas na realidade é mesmo nada, o juiz decidirá em sua consciência, esperemos -, de qualquer coisa que ultrapassa todos os limites da coerência e da simples lógica, como já enunciámos aqui supra, esses tais mais de 300 milhões de Kwanzas em jeito de resgate dos atentados aos pecados que os ofendidos terão cometido, e que o F8 apenas deu a conhecer por ser do interesse público, para as nossas gentes ficarem a saber quem nos governa, quem decide e quem poderá um dia ou outro nos atacar em justiça quando o que eles mais têm é telhados de vidro, fraquezas e complexos de inferioridade mascarados em outros complexos, esses de superioridade. Com gente de má igualha, está o mundo cheio, por feroz açambarcadora de dinheiro, e se a imitação for a estratégia a seguir, Angola vai ser o palhaço do século XXI… e XXII.

Não temos educação, não temos termos, maneiras, não temos nada a não ser o dinheiro, venha de onde vier, como mais-valia de uma mentalidade retrógrada! Posto isto, não queremos de forma alguma intrometermo-nos nos meandros de um processo que em princípio está salvaguardado pelo sigilo absoluto em seu redor, mas convenhamos que fora os argumentos apresentados pela defesa, a acusação parece pecar por se limitar, quase que exclusivamente, a requerer compensações monetárias de uma denúncia que visava um “fait divers”, matéria mais que comprovada de todas as actividades jornalísticas do mundo inteiro.

O que aqui pesa sobre o F8 é o facto de o protagonista de alguns desses denunciados actos, menos, digamos, dignos de respeito, e comprometedores do bom nome do seu executante, não ter sido um “Zé-ninguém”, um maltrapilho, mas sim o responsável máximo do porto de Luanda. E vai daí vê-lo a gritar, “Abrenúncio! Mancharam o meu nome, destruíram a minha “vida”…”, coisas assim, tiradas das novelas brasileiras e dos processos escandalosos da Califórnia, em que valsam milhões de dólares de indemnização por causa de uma f… mal dada. Mas ainda que ocorra a pretensão de todas estas forças que apenas têm a razão da força, no seu horizonte, uma vez a democracia ser-lhes apenas um trampolim, para sufocar, todos quanto, ingenuamente, acreditaram que a implantação do multipartidarismo traria mais liberdade de expressão e liberdade de imprensa, depois de 1991, nós estaremos com ele e com os seus ideias. Isto por acreditarmos, que esta tentativa de determinadas forças, imporem a ditadura da mordaça, não calarão a nossa firme convicção de continuarmos a dar voz a quem não tem voz e a consolidação de uma verdadeira democracia.

Angola, acreditamos, pese o sofrimento, as grilhetas, as prisões arbitrárias, os assassinatos e as injustiças de toda ordem a que estão sujeitos a maioria dos autóctones, há de ser, mais cedo do que tarde, um verdadeiro Estado Democrático e de Direito, que mandará, através de julgamentos justos e com juízes imparciais, apenas comprometidos com a lei e a sua consciência, para a cadeia os corruptos e responsáveis das injustiças de hoje. Quanto a William Tonet, a tentativa de o amordaçarem, pode até, me desculpe o visado, não ser uma má ideia, se um dia lhe meterem na cadeia, pois, acredito e é a convicção de toda a redacção, que ele, editará, nas actuais masmorras do regime o FOLHA 8 PRISÃO, que será uma extensão do actual, que não se calará, não morrerá, porque resistirá com a contribuição de todos os autóctones. Tristeza a nossa, estarmos em tão baixo patamar de mentalidade.

A república das mangas podres


Nunca teremos estabilidade democrática porque temos uma governação imposta por generais. Com um Presidente e um Vice-presidente generais, ministros, Presidente da Assembleia Nacional, a até administradores de municípios, etc, etc.
Assim, a intolerância política prevalecerá. Onde é que já se viu uma Angola democrática com generais em todos os postos de comando? Só mesmo no reino Ngola.
Com generais no poder, a democracia é para subverter.
Até no futebol.
Até na justiça.
Como numa manada de gado tresmalhado e pelo seu pastor há muito abandonado.
Mas que democracia tão militarizada, tão fardada, tão violentada, tão escarpada, tão enjaulada.
Com generais no poder, a nossa democracia é incerta, e a nossa morte é certa.
Este é o erro mais grave desta democracia de fachada, fechada, acorrentada, de generais generalizados.
Significa que Angola é ainda um campo de batalha com muitas frentes de combate.
Nunca a democracia foi tão achincalhada.
Já alguém fez as contas com os gastos do aparelho repressivo desta democracia popular do socialismo científico?
Uma catadupa de milhões de dólares que bem investidos na agricultura gerariam muitos empregos, e a miséria e a fome retrocederiam, mas não!
Aqui na banda é: Dirigir é reprimir!


domingo, 19 de junho de 2011

A um deus marxista-leninista


A podridão é tamanha que nem as mangas se aproveitam.
O nosso deus marxista-leninista MPLA-JES o chinês, de 19 de Junho de 2011 das 04.51 às 16.17 horas, enviou-nos mais um apagão. O deus marxista-leninista, é como um daqueles deuses que obrigam a sacrifícios humanos diários para que se contente e não nos aborreça.
Para que tenhamos electricidade e água, é importante o sacrifício dos apagões, para que ele se acalme e nos garanta uma réstia de luz, e uns pingos de água, como uma luz no fundo de um túnel milenar.
Outra coisa que a nossa amada divindade aprecia, é a miséria e a fome imparáveis, inesgotáveis, com que nos brinda a cada momento e que deseja eternas.
O nosso deus, como os outros, aspira à eternidade, e nisso revela-se lutador incansável. É por isso que há trinta e dois anos teima em não abandonar o cargo terreno que o deus dos deuses marxista-leninista lhe designou: ficar para sempre na terra angolana a reinar.
O deus marxista-leninista detesta manifestações, fica muito nervoso com elas. E tem tribunais castrenses usados e abusados por generais para os desavindos que lhe acometem. Um deus destes é soberano maior, eleito pelos céus marxistas-leninistas.
Adora violência e perseguições aos ímpios. Quem não acredita nele é contra ele.
Rodeado de grande infausto bajulador, o nosso querido e eterno deus serve-se de um líquido escuro que os outros povos veneram. E em troca, aquando das peregrinações aos santuários petrolíferos, deixam bastas oferendas, rios de dólares, que os seus sacerdotes acumulam desmesuradamente, e com os quais sustentam haréns de amantes.
O nosso deus usa luxuosos palácios que na verdade são templos, onde a todo o momento delegações de todas as partes do mundo vêm para o saudar, e louvar.
O nosso deus ordenou ao seu séquito sacerdotal que nos abençoe com fartas chicotadas e toda a sorte de sevícias. E com a sua privada força policial, outra Inquisição, as nossas vidas valem menos que uma manga podre.
Ele pretende aniquilar-nos porque não quer dividir a sua imensa riqueza, que já transborda dos cofres, e por isso mesmo por todo o lado vê-se o saldo divino da sua redenção: milhares de cadáveres.
O nosso deus marxista-leninista exige-nos sangue, morte, em suma: outro holocausto.
Veneremos, nunca manifestemos o nosso grandioso deus, senão vamos apanhar.
Ele é muito vingativo e muito aldrabão.
Este nosso deus em breve soçobrará, e o povo libertado e democratizado o acorrentará, e lhe devolverá ao céu corrupto que finalmente também libertará.





sexta-feira, 17 de junho de 2011

Em Luanda, electricidade é uma coisa ainda desconhecida


Registo de mais um apagão, hoje, 17 de Junho, das 14.01-16.47 horas.
Já é demais, sempre a aldrabarem-nos, a gozarem-nos.
E os discursos tão interessantes, que Luanda, Angola não, pois até a Sonangol está concentrada na capital, que a economia cresce espectacularmente, com um futuro risonho, riqueza para todos, um paraíso onde todos serão felizes, porque uma nova vida surge no horizonte. Os nossos sonhos e as nossas promessas cumpriram-se. Nunca mais haverá miséria. Todos terão direito ao seu quinhão da riqueza desta Angola ímpar. A felicidade aproxima-se a olhos vistos. As expectativas finalmente concretizar-se-ão, porque o partido da vanguarda da classe operária e camponesa assim o idealizou e cumpriu todas as metas a cem por cento. O desemprego terminou para sempre. Em Angola jamais haverá alguém desempregado.

No dia em que esta governação souber o que é electricidade, então as nossas casas se iluminarão. Até lá é a imposição da total escuridão.
Mas quem é que disse que a guerra acabou, se continuamos com a electricidade e a água racionadas.
Não trabalham, e não deixam ninguém trabalhar.
Vai ser bonito ver toda a população de Angola concentrada em Luanda, incluindo a invasão de estrangeiros, tudo em e para Luanda.

Uma gafe do PR José Eduardo dos Santos


Foi na reunião do Conselho de Ministros no Kwando Kwbango, ou Cuando-Cubango. Ele chamou a atenção, aliás não precisava de o fazer, do que todos já sabemos há quase quarenta anos de reinado, dos problemas da energia (?). A que energia se referia? Ora este termo é muito vago, e será por isto mesmo que até agora continuamos, não sabemos, não temos energia… eléctrica?
Então vejamos o que nos ensina o Dicionário HOUAISS da Língua Portuguesa:

Etimologia
gr. enérgeia,as 'força em ação', der. de energês, por sua vez formado do gr. en- 'em, dentro' + érgon,ou 'trabalho, obra, ação', através do lat. energía,ae 'id.' e prov. difundido pelo fr. énergie; acp. do termo em fís foi criado para o ing. energy em 1807 por T. Young; ver -erg-

 substantivo feminino
1 Rubrica: física.
capacidade que um corpo, uma substância ou um sistema físico têm de realizar trabalho [símb.: E]
2 Rubrica: filosofia.
em Aristóteles, ação de um motor (físico ou metafísico) que permite a atualização de uma potencialidade
3 Derivação: sentido figurado.
vigor ou potência moral
Ex.: era um caráter sem e.
4 Derivação: sentido figurado.
força física, vigor
Ex.: o esforço continuado de anos tirou-lhe toda a e.
5 Derivação: sentido figurado.
arrojo ou firmeza nos atos
Ex.:
6 firmeza e/ou arrojo na concepção e na realização de obras de significado social, cultural, artístico etc.
Ex.:

e. atômica
Rubrica: física nuclear.
m.q. energia nuclear
e. calorífica
Rubrica: física térmica.
m.q. energia térmica
e. cinética
Rubrica: física.
energia armazenada em um corpo ou sistema físico devido ao seu movimento, podendo ser definida pelo trabalho necessário para atingir o estado de repouso [símb.: fís.atm T]
e. de ionização
Rubrica: química.
energia necessária para se retirar um elétron de um átomo, íon ou molécula; potencial de ionização
e. de permuta
Rubrica: física.
m.q. energia de troca
e. de repouso
Rubrica: física relativista.
energia que se associa à massa de repouso de uma partícula livre e que se define como o produto da massa de repouso pela velocidade da luz
e. de troca
Rubrica: física.
energia relacionada com a troca de partículas de um sistema; energia de permuta
e. interna
Rubrica: física.
fração da energia total de um sistema físico que é determinada apenas por seu estado e corresponde à soma das energias cinética e potencial dos componentes deste sistema, seu valor absoluto não pode ser determinado, porém é possível medir sua variação que, para um sistema fechado, corresponde ao calor absorvido pelo sistema
e. livre
Rubrica: física.
quantidade definida como a fração da energia de um sistema disponível para realizar trabalho
Obs.: cf. energia livre de Gibbs, energia livre de Helmholtz
e. livre de Gibbs
Rubrica: física térmica, química.
m.q. função de Gibbs
e. livre de Helmholtz
Rubrica: física térmica, química.
energia livre cuja expressão é dada pela diferença entre a energia interna e o produto da entropia pela temperatura; função de Helmholtz (símb.: F) [Num processo reversível, a diferença do valor da energia livre de Helmholtz corresponde ao máximo de trabalho que pode ser realizado.]
e. nuclear
Rubrica: física nuclear.
aquela liberada nas reações de fusão ou fissão nuclear; energia atômica
e. potencial
Rubrica: física.
energia armazenada em um corpo ou em um sistema físico em razão apenas da posição em que se encontra ou de sua configuração
e. radiante
Rubrica: eletromagnetismo.
a energia transmitida por ondas eletromagnéticas
e. térmica
Rubrica: física térmica.
1 qualquer troca de energia acompanhada de mudança na temperatura
2 energia radiante correspondente a ondas na faixa do infravermelho; energia calorífica


Qual será o detonador? A “bomba” está pronta. Editorial


Maputo (Canalmoz) – Chegaram-nos na última semana, de fonte geralmente muito bem informada e próxima do epicentro governamental, informações que nos puseram ainda mais preocupados do que já andamos com a perspectiva dos dias que por aí vêm. Sopraram-nos que a níveis muito altos do regime já se reconhece e se fala com grande preocupação de uma profunda crise financeira e de liquidez do Estado.

Disseram-nos, inclusivamente, que apesar dos paliativos a que quem de direito tem estado a recorrer será, muito em breve, impossível continuar-se a esconder a falência do Estado.

Pela primeira vez uma fonte assumidamente da Frelimo e muito bem posicionada soprou-nos aos ouvidos e reconheceu que se está a passar por um momento de grande risco de incapacidade de suster uma convulsão social grave que possa resultar de uma catadupa de problemas derivados da falta de liquidez do Estado.

Sente-se, entretanto, que as notícias veiculadas em certa imprensa, com que se agoiram bons dias no futuro, não passam de pretextos, como outros que os anos nos mostraram serem recorrentes para se fazer crer que está tudo bem.

Desta vez a coisa é mesmo grave e nem “os amigos” estarão capazes de ajudar. Ou por eles próprios estarem também em crise, ou porque eles próprios já foram afastados dos “sacos azuis” nos seus países. Estamos afinal à beira de um “terramoto social” com todos os predicados para descambar num “cataclismo político” que depois culmine com os habituais “espertos” a concluir que “isto é normal em África”, como se este fosse um continente de mentecaptos e incapazes eternos.

Os decrépitos e “habilidosos” habituais, desta não escapam. “O assunto é mesmo sério”, assegurou-nos com preocupação a nossa fonte que alegou estar-nos a reflectir a realidade ao mais alto nível governamental e do partido no poder.

De todos os cantos, desde o MARP – presidido pelo homem de inigualáveis capacidades pendulares, passando pelo Instituto Alemão de Desenvolvimento, ao Banco Africano de Desenvolvimento, todos estão de acordo que um cocktail explosivo está aí inevitavelmente apenas à espera que um detonador imprevisto o faça explodir.

A obcecação pelo poder dos “Velhos da Katembe”, a idade sobretudo, está a impedi-los de governar e a impeli-los a mentir como acaba de suceder com a “cesta básica” que depois de prometida, quando se viu que era um absurdo, deu-se o dito por não dito. Ao mesmo tempo vivem convencidos que, o facto de terem assegurado a subserviência e o bem-estar económico de certas altas hierarquias militares, também as forças armadas subalternas e uma polícia cada vez mais indisciplinada e predadora numa atitude de clara sobrevivência, lhes serão eternamente fiéis.

Tudo isso agrava a situação e eleva o nosso nível de preocupação.

O corpo imenso de desempregados iletrados e sem qualquer arte e ofício, descontente com o facto dos “cavalgadores do Estado” não terem nada de novo que possa tornar-se solução para eles, foram-se “desenrascando”, mas agora são tantos e os clientes cada vez menos que pouco ou nada lhes serve aquilo que diariamente colectam nos seus negócios de ocasião. Já não há negócio para todos no comércio paralelo. Não há dinheiro. A desordem é hoje evidente. É o prelúdio do desespero. Chamam-lhe falta de civismo. Não passa de paliativo. As pessoas já não sabem o que fazer para sobreviverem. A crise instalada já não se pode esconder.

Agora, a acrescer a esses factores, os cidadãos do grupo imenso de pessoal com formação média e superior, enganado ao longo de décadas de estudos com os olhos postos em falsas promessas, acabaram também por se tornar desempregados compulsivos.

Quem pensou em formá-los esqueceu-se que depois de formados precisavam de ser enquadrados pelo mercado de emprego.

Quem tinha a obrigação de governar com sentido de responsabilidade andou a servir-se do Estado para desenrascar a sua própria vida, dizendo que temos direito a ser ricos, olhando apenas para o seu próprio umbigo.

O tempo passou sem se aperceberem que os tempos estavam a mudar.

Hoje os tempos são outros.

Há gente, hoje, com novas exigências, que não poderá aceitar por muito mais tempo ser governada, por predadores a quem os resultados à vista já não permitem esconder a sua incompetência.

O presidente do MARP e Reitor de uma das mais cotadas instituições de ensino superior do País, já veio desesperadamente a público avisar que “os licenciados desempregados são perigosos”. Para outros serão a salvação, dependendo do ponto de vista…

Se Marcelo Caetano tivesse continuado no Poder em Portugal alguma vez teria sido possível instituir-se a democracia naquele país?

Se Franco se tivesse mantido no Poder em Espanha alguma vez a democracia teria sido instituída naquele reino da península Ibérica?

Se o apartheid não tivesse sido derrubado na África do Sul alguma vez teríamos visto a Nação Arco-Iris, aqui mesmo ao nosso lado, tornar-se um país democrático, próspero e a organizar um dos melhores campeonatos do Mundo de Futebol de que há memória apesar das dúvidas que havia?

Foi preciso escangalhar regimes obsoletos para que novos ventos soprassem.

O nosso prometido mas inexistente “futuro melhor”, que serviu enquanto serviu para enganar quem se deixou enganar pelo “slogan”, deixou de fazer parte do vocabulário dos políticos que se julgam insubstituíveis. É agora reconhecido, até pelos mais lentos de raciocínio, como um entorpecente da cidadania, bem do agrado dos governantes que falam de patriotismo de forma insistente como alavanca ilustrativa da sua propensão para o ilusionismo político.

Entretanto, já não bastavam as percepções, agora dizem-nos que confirmadamente os cofres do Estado estão vazios, com os dólares a escassear quando o Metical aparenta estar de novo numa fase áurea, mais robusto. Dizem-nos ser apenas de carácter artificial até que venha aí mais um exercício especulativo. Ninguém esclarece. O regime está em pânico!

Até já foi necessário alguém se lembrar que em latas, sacos plásticos e até debaixo de colchões, pelo País afora, pode haver milhões de dólares e meticais que tanta falta fazem hoje para se salvar a elite que, na ilusão do enriquecimento sem esforço, fruto de actividades predatórias, se convenceu que dominaria uma massa de gente que julgavam eternamente entorpecida.

Enganaram-se!

Asseguram-nos agora que o desespero acaba de se instalar, indisfarçavelmente, nas hostes do regime, apesar do alto treino que têm e da habilidade adquirida para ocultar as grandes crises.

Apesar da crise continuamos a assistir ao uso abusivo de fundos do Estado para se promoverem actividades partidárias, como comprovam as deslocações de brigadas partidárias de membros do governo às províncias para tratar do congresso do seu partido.

O Governo a corromper a confederação empresarial CTA, é outra das novidades: 20 milhões de meticais ano sem que conste do Orçamento de Estado e sem que apareça na prestação de contas do Estado.

Dinheiro do Estado vertido para jogos obscuros que nem sequer está orçamentado, alimenta uma CTA viciada.

Os doadores nada dizem. Explicam-nos que aqui só estão funcionários que também têm medo de perder os seus empregos e por isso não reportam os abusos que aqui se praticam com dinheiros dos contribuintes dos seus países.

Uma Justiça parcial e incapaz, de certos juízes “comprados” com grandes concessões de terra e outras benesses equiparadas, metidos até ao bigode com o poder executivo, a quem se subordinam levianamente, também não reage.

Temos uma justiça viciada e inactiva perante os abusos cometidos por uma entidade privada com objecto de se candidatar a governar. A Justiça não liga. São todos do mesmo clube. Pelo menos os que estão à cabeça dos tribunais e da procuradoria.

Em condições equiparadas noutras latitudes, gente capaz de tudo o que aqui vemos fazer-se com dinheiro do Estado era pura e simplesmente varrida.

Aqui a tão propalada democracia não funciona.
Tudo é adiado até ao momento da “bomba” explodir.
Gente responsável pode assistir a tudo isto calada?
Juramos, palavra de honra, não queremos morrer assim!
Não podemos deixar-nos morrer assim!
(Canalmoz / Canal de Moçambique)

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Conselho de Ministros, CM, reúne no Kwando-Kwbango, KK, Cuando-Cubango.


Os reinados só acabam com a morte dos reis. Autor desconhecido

E o CM leva na agenda os campos de concentração
da Luanda
opressão
Que de tão destruída, nem passeios tem,
Só tem corrupção que será
instituída nas terras do fim
do mundo
O CM vai sem vento nem popa
numa das dezoito províncias
colonizadas
Vai apetrechado, neocolonizado, acompanhado
da turba dos mercenários angolanos
portugueses, brasileiros
e das máfias chinesas importadas

Os dezoito autocarros cairão como os outros
sem peças
O internacionalismo do imperialismo chinês impôs
a reconstrução do KK
E como não há ingerência nos governos africanos
balelas
São muitos mais biliões de dólares garantidos
no Grupo do MPLA-JES

O CM leva as experiências dos quase quarenta anos
de miséria
E as populações do KK agradecem
tantas promessas de mais miséria
Não têm luz, nem água, têm fome
Como a Luanda que destruíram
acabaram-lhe com os restos
E agora vão também acabar com os despojos do
KK
Qual será a próxima colónia que também não lhe sobrará
nada?!
Claro, as outras dezasseis

É um governo dos cemitérios e para os cemitérios
Fogem de Luanda porque é impossível nela viver
O MPLA-JES é um movimento que sustenta milhares de mercenários que são
empresários
Que destronam ruas, passeios, casas, tudo
E que depois cinicamente o MPLA-JES
acusa que, mas não!
Quem destrói Luanda, muito mal-educada é
a população.
É a população que acaba com os passeios, e com as ruas
para prédios, supermercados, e outras negociatas
dos mercenários do MPLA-JES?!

O CM leva ao KK os ensinamentos das proibições
das manifestações
O CM transporta para o KK a convulsão, a revolução
da população

Mas nada lá no KK se necessita
porque já está arrasado
São lá necessários mais cemitérios
para o enterro dos mortos
Isso sim é o que mais falta
E nas outras dezassete colónias
do MPLA-JES

E energia eléctrica para quê se temos os nossos geradores
e saúde para quê se temos os nossos
doutores
Levamos a aniquilação da
oposição
E os jornalistas na
prisão
Água para todos
para ninguém

Em Angola, pobreza também é uma mina inesgotável. (Título nosso)


Canal de Opinião. por Edwin Hounnou. Pobreza é uma mina inesgotável

Maputo (Canalmoz) – A pobreza, disse um economista, é uma fonte de enriquecimento ilícito para um grupo de dirigentes corruptos. Para eles, é melhor o País continuar a importar cebola, arroz, batata, alho, feijões, óleos, sabonete, sabões, carnes e seus derivados, leite, maçãs, peras, banana, uvas, ovos, etc. Os “sete biliões”, distribuídos, com base em critérios partidarizados, pelos distritos e agora, também, nas 11 cidades capitais provinciais, são para manter o povo refém do partido Frelimo, fazendo uma concorrência desleal aos bancos, instituições vocacionadas para emprestar dinheiro a interessados por via de critérios universalmente conhecidos.

O desenvolvimento do País, segundo a Constituição, baseia-se na agricultura, mas, não há investimentos significativos neste sector.

A pobreza em que o País se encontra mergulhado é uma mais-valia para os salteadores do Estado que, através dele, promovem seus negócios. Alguns dos que, ontem, empunharam as armas contra o colonialismo, hoje, o substituíram da pior maneira. Estão nas minas, aviação civil, imobiliária, turismo, mineração, corte desenfreado de madeira, comunicação social, na inspecção de viaturas, chapas de matrículas, etc. Estão em tudo onde jorre dinheiro.

As elites políticas do partido no poder são detentoras de quase todas as riquezas marítimas, aquáticas, lacustres, do solo, subsolo e até se confundem com o Estado, que devia ser um bem comum mas em Moçambique tornou-se uma cotada de alguns.

A nova burguesia – predadora – e o seu partido têm empresas para onde são drenados fundos públicos e assim se divertem enchendo os seus cofres com dinheiro extorquido aos que são obrigados apenas a assistir ao repasto.

A holding da Frelimo – SPI – vai penetrando na economia do País. Acabou de ser atribuída licença para a exploração de carvão em Tete.

A partidarização das instituições públicas é-lhes conveniente porque permite às elites fazerem e desfazem num esquma de promiscuidade sem limites.

Sem vergonha, utilizando o pódio parlamentar já dizem que “Moçambique é Frelimo e Frelimo é Moçambique”. Assim vão dando sinais da sua apetência pelo regresso ao partido único, preambulo de mais um mar de sangue que já foi.

Está nosso implícita a recusa do princípio da alternância democrática do poder.

O antigo Partido Comunista da União Soviética, que o povo jogou para a caixa do lixo da história, dizia ser o povo.

Os eventos do Egipto, de Hosni Mubarak; da Tunísia, de Ben Ali; da Líbia, de Momad Khadafi, apanhados com as calças pelo joelho, demonstram que não existem regimes eternos.

A Frelimo não será eterna no poder. Não há partidos eternos. Os povos podem chegar ao ponto de saturação quando os regimes abusam do poder. A chucha “cesta básica” vinha para enganar os empobrecidos. A ideia faliu mas tarda que os seus mentores o reconheçam. De mentira em mentira se alimenta a raiva crescente de todo um povo.

O País tem tudo para ser aprazível para todos, mas, isso não acontece devido à ganância dos actuais detentores do poder de Estado. Só pensam em ficar ricos sem causa e à pressa.

A situação prevalecente da pobreza, no País, é conveniente às elites do partido no poder. É uma pobreza “maningue nice” porque dela tiram proveito.

O saque desenfreado dos recursos nacionais é prova da falta de visão estratégica do governo da Frelimo. Somos pobres mergulhados num poço de tantos recursos.

O povo quer liberdade, pão, democracia e riqueza, distribuída com equidade e justiça e jamais favores, mas por este caminho não vamos lá. Quem ainda pode ter dúvidas? (Edwin Hounou)