sexta-feira, 1 de junho de 2012

A incultura do betão da destruição. Onde só há betão, há muita podridão


Ministra da Cultura acaba de criar as condições legais para a eventual demolição do Edifício Challet onde está localizado o Elinga Teatro. 

REGINALDO SILVA
http://morrodamaianga.blogspot.com/

Uma batalha antiga do "gangue do betão armado" que está prestes a ser ganha.
Um decreto da ministra dá o dito pelo não dito ao dizer que já não há mais história naquele edifício. Acabaram-se as histórias por ali. 
Agora história é outra. 
A história agora vai ser feita com o dinheiro do Projecto Elipark. Ao que parece vai tudo abaixo por aquelas bandas.
Não foi há muito tempo que li no semanário o Pais a seguinte notícia:
"A ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, manifestou-se preocupada com a onda de demolições de monumentos um pouco por todo o país, defendendo a realização de uma campanha nacional de sensibilização sobre a preservação e valorização do património cultural. A governante fez este pronunciamento na abertura da mesa redonda sobre “o papel dos arquitectos na preservação do património edificado”, realizada segunda-feira última no auditório da Universidade Lusíada, em Luanda, pelo Ministério da Cultura e o Instituto Nacional do Património Cultural.
Rosa Cruz e Silva salientou que encontros do género propiciarão uma abertura ao diálogo entre a sociedade e os arquitectos, por estes serem os principais parceiros da cultura na protecção e preservação do património.
A ministra acrescentou que, para a protecção do acervo, o Ministério da Cultura realizou um vasto trabalho de levantamento visando a sua classificação, o que no seu entender, não foi tarefa fácil, tendo em conta o défice de técnicos nas instituições culturai
s".
In http://www.opais.net/pt/dossier/?det=12593
Por este andar do camartelo com o total apoio do Governo JES/MPLA, a baixa histórica de Luanda vai desaparecer completamente dentro de 20 anos ou menos.
Espero ainda estar vivo para apagar a luz e fechar a porta...
Tudo porque, conforme é dito neste decreto, "as razões de natureza histórica já não subsistem". 
Pelas mesmas razões que não sabemos quais são, tudo o que interessar demolir, vai ser possível, basta a Ministra desclassificar, se for caso disso...»



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