Jasmim sem Casebre
Abandonada numa tenda (?) sem rua, nua
espoliada algures no Golfo da Guiné
perdi o encontro, o encanto milenar
O silêncio, o ardor e o meu doce olhar
Já não consigo mais chorar
Desencontro o luar do meu cabelo
no rio, dominado pelo Senhor dos casebres
Jaz o silêncio das suas margens
Só, no luar das noites
Não conseguirei mais amar
Adoro o silêncio das manhãs
e a sonoridade das folhas das plantas
a chuva cai-me em cima
sinto-me plantada num deserto
é isto o que se vê por todo o lado
este é o saldo da luta sem libertação
da opressão dos novos-ricos
da podridão destes ricos
Aguardo a deusa Kalunga
que ressurja do fundo das águas
e alerte o génio dos jasmins
dos casebres
para me transformar
perfumar
Todos os dias com e sem amanhãs
Grito para os novos colonizadores
Aguardo a espada vingadora
Libertadora!
Eis que aportam os navios
já antes navegados
Partiram com novos degredados
mas, regressaram da Ocidental civilização
e outra vez me descasebram
Vivia com as flores, com os jasmins
amarelos, azuis, brilhantes
imperadores, dos rios
dos poetas, estrelas, verdes, vermelhos
Pedi ao Deus das florestas
que me navegasse num navio feito de jasmins
Que me fecundasse no seu sémen
num profundo jasminal
E pela manhã quando a lua despertar
do seu sono nocturno
Encontrar-me-á a cantar
E fará de mim uma estátua
E apagará, não deixará vestígios
das sepulturas destes tiranos
Serei a sementeira do novo amor
que a minha Angola perdeu
perdida, afundada nas multinacionais
dos novos senhores prediais
Regar-me-ei com as lágrimas
do nosso povo infeliz
Sem amor
subjugado, espoliado, acorrentado
Escravizado pelos filhos milionários
do Rei
Serei santificada pelo génio
dos enamorados na Angola
finalmente libertada
E as aves poisarão sempre no meu pólen
e para sempre serei abençoada
O perfume do meu pistilo imortalizar-se-á
e nos próximos dias
A nossa liberdade será louvada
Abandonada numa tenda (?) sem rua, nua
espoliada algures no Golfo da Guiné
perdi o encontro, o encanto milenar
O silêncio, o ardor e o meu doce olhar
Já não consigo mais chorar
Desencontro o luar do meu cabelo
no rio, dominado pelo Senhor dos casebres
Jaz o silêncio das suas margens
Só, no luar das noites
Não conseguirei mais amar
Adoro o silêncio das manhãs
e a sonoridade das folhas das plantas
a chuva cai-me em cima
sinto-me plantada num deserto
é isto o que se vê por todo o lado
este é o saldo da luta sem libertação
da opressão dos novos-ricos
da podridão destes ricos
Aguardo a deusa Kalunga
que ressurja do fundo das águas
e alerte o génio dos jasmins
dos casebres
para me transformar
perfumar
Todos os dias com e sem amanhãs
Grito para os novos colonizadores
Aguardo a espada vingadora
Libertadora!
Eis que aportam os navios
já antes navegados
Partiram com novos degredados
mas, regressaram da Ocidental civilização
e outra vez me descasebram
Vivia com as flores, com os jasmins
amarelos, azuis, brilhantes
imperadores, dos rios
dos poetas, estrelas, verdes, vermelhos
Pedi ao Deus das florestas
que me navegasse num navio feito de jasmins
Que me fecundasse no seu sémen
num profundo jasminal
E pela manhã quando a lua despertar
do seu sono nocturno
Encontrar-me-á a cantar
E fará de mim uma estátua
E apagará, não deixará vestígios
das sepulturas destes tiranos
Serei a sementeira do novo amor
que a minha Angola perdeu
perdida, afundada nas multinacionais
dos novos senhores prediais
Regar-me-ei com as lágrimas
do nosso povo infeliz
Sem amor
subjugado, espoliado, acorrentado
Escravizado pelos filhos milionários
do Rei
Serei santificada pelo génio
dos enamorados na Angola
finalmente libertada
E as aves poisarão sempre no meu pólen
e para sempre serei abençoada
O perfume do meu pistilo imortalizar-se-á
e nos próximos dias
A nossa liberdade será louvada
1 comentário:
Epopeia do Endocolonialismo.
Excelente!
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