Angola é o terceiro Congo.
Deportados! Bem-vindos ao inferno democrático! Ao campo de concentração de Angola. Uma paisagem local e universal onde todos os oprimidos se desencontram. Nunca pensei ver tanta maldade. De tal modo que a realidade ultrapassa a imaginação do inferno. É verdade, a África negra é um gigantesco campo de concentração.
«Mas não encontro quem possa substituir-me. Cerro fileiras para salvar a Pátria. Santos Costa põe a tropa de prevenção e os "craveiristas" acovardam-se, não respingam. Na campanha eleitoral de 1949 um dos meus dissera "daqui não saímos, nem a tiros, nem a votos". Não o digo mas penso o mesmo. Quem controla os cadernos eleitorais e as mesas de voto ainda somos nós e em 1958 quem ganha as eleições para a Presidência da República é o Almirante Américo Tomás, obviamente. Não posso deixar de rir...
A Nação está devastada. Não sei se terei forças para reconstruí-la. Ainda faço uma alteração constitucional: a eleição para a Presidência da República não será mais por sufrágio directo, mas por sufrágio orgânico. Casa arrombada, trancas à porta...»
In António Oliveira Salazar http://www.vidaslusofonas.pt/salazar.htm
Até parece que a nossa vida é assistirmos complacentes, cúmplices com o tempo da morte dos nossos semelhantes. Quanto mais velhos ficamos mais pessoas que conhecíamos lembramos. São a nossa companhia diária, de quase todos os momentos. Lembramo-nos deles, porque não mais lhes podemos falar. Mas mesmo assim continuam ao nosso lado. Mudos, mas eternamente vivos, despertos.
É desalentador confirmar que nos quase cinquenta anos de independência, o povo angolano ingressou no campeonato sem estádios de futebol da miséria mais aviltante, revoltante. Quando pouco antes da independência, a propaganda do poder já catalogava: «E assim o nosso povo continua na miséria.» Ultrapassou-se este obstáculo com um salto gigantesco para a mais infame escravidão e descarado desprezo. Agora podemos afirmar: e assim o nosso povo continua no campo de concentração à espera da câmara da morte, da fome esgazeada.
Se fazemos tudo na trapaça, o que é que querem que o estrangeiro faça? No fundo é um mero primitivismo.
Depois, esta democracia é muito barulhenta, recordista mundial da poluição sonora. É muito obrada, preocupada em falar nas rádios e escrevinhar nalguns jornais, desses da oposição. Mas, não existe oposição política. Apenas alguns pardais, gatos-pingados daqueles de ver a banda passar. Notam-se facilmente, intelectualmente porque soam como um sino a rebate, não é?! Não é não! Parece que numa hora de entrevista dizem para aí mil e tal vezes, não é?! Normalmente são todos doutores, licenciados em qualquer coisa. Poetas com um livro, a cheirar a poesia bolorenta.
Adorar, espalhar vaidade engravatada num bruto jipe para apresentarem um ar de novo-rico… na miséria moral e intelectual. Mobilizar a população para uma manifestação impossibilita-se. Porque o povo está farto de conversas, deseja acção, coisa que o intelectualóide não consegue não. Normalmente repete-se até à exaustão. E não se dão conta que já ninguém os quer porque se tornaram insuportáveis. Não se apercebem que estão num solilóquio. Com tanta vaidade, tristeza de intelectualidade, a ditadura do poder avança epidémica.
Deportados! Bem-vindos ao inferno democrático! Ao campo de concentração de Angola. Uma paisagem local e universal onde todos os oprimidos se desencontram. Nunca pensei ver tanta maldade. De tal modo que a realidade ultrapassa a imaginação do inferno. É verdade, a África negra é um gigantesco campo de concentração.
«Mas não encontro quem possa substituir-me. Cerro fileiras para salvar a Pátria. Santos Costa põe a tropa de prevenção e os "craveiristas" acovardam-se, não respingam. Na campanha eleitoral de 1949 um dos meus dissera "daqui não saímos, nem a tiros, nem a votos". Não o digo mas penso o mesmo. Quem controla os cadernos eleitorais e as mesas de voto ainda somos nós e em 1958 quem ganha as eleições para a Presidência da República é o Almirante Américo Tomás, obviamente. Não posso deixar de rir...
A Nação está devastada. Não sei se terei forças para reconstruí-la. Ainda faço uma alteração constitucional: a eleição para a Presidência da República não será mais por sufrágio directo, mas por sufrágio orgânico. Casa arrombada, trancas à porta...»
In António Oliveira Salazar http://www.vidaslusofonas.pt/salazar.htm
Até parece que a nossa vida é assistirmos complacentes, cúmplices com o tempo da morte dos nossos semelhantes. Quanto mais velhos ficamos mais pessoas que conhecíamos lembramos. São a nossa companhia diária, de quase todos os momentos. Lembramo-nos deles, porque não mais lhes podemos falar. Mas mesmo assim continuam ao nosso lado. Mudos, mas eternamente vivos, despertos.
É desalentador confirmar que nos quase cinquenta anos de independência, o povo angolano ingressou no campeonato sem estádios de futebol da miséria mais aviltante, revoltante. Quando pouco antes da independência, a propaganda do poder já catalogava: «E assim o nosso povo continua na miséria.» Ultrapassou-se este obstáculo com um salto gigantesco para a mais infame escravidão e descarado desprezo. Agora podemos afirmar: e assim o nosso povo continua no campo de concentração à espera da câmara da morte, da fome esgazeada.
Se fazemos tudo na trapaça, o que é que querem que o estrangeiro faça? No fundo é um mero primitivismo.
Depois, esta democracia é muito barulhenta, recordista mundial da poluição sonora. É muito obrada, preocupada em falar nas rádios e escrevinhar nalguns jornais, desses da oposição. Mas, não existe oposição política. Apenas alguns pardais, gatos-pingados daqueles de ver a banda passar. Notam-se facilmente, intelectualmente porque soam como um sino a rebate, não é?! Não é não! Parece que numa hora de entrevista dizem para aí mil e tal vezes, não é?! Normalmente são todos doutores, licenciados em qualquer coisa. Poetas com um livro, a cheirar a poesia bolorenta.
Adorar, espalhar vaidade engravatada num bruto jipe para apresentarem um ar de novo-rico… na miséria moral e intelectual. Mobilizar a população para uma manifestação impossibilita-se. Porque o povo está farto de conversas, deseja acção, coisa que o intelectualóide não consegue não. Normalmente repete-se até à exaustão. E não se dão conta que já ninguém os quer porque se tornaram insuportáveis. Não se apercebem que estão num solilóquio. Com tanta vaidade, tristeza de intelectualidade, a ditadura do poder avança epidémica.
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