terça-feira, 29 de novembro de 2011

Engenheiro brasileiro assassinado em Maputo. Chefe da construtora da aerogare comercial de Nacala




Há já dois detidos, suspeitos de matar o executivo da construtora “Andrade Gutierrez”

O corpo de Marcelo Elísio Andrade estava ontem a ser velado, na Funerária House, no Bairro Funcionários, em Belo Horizonte, no Brasil

Maputo (Canalmoz) – Dois homens foram detidos em Maputo indiciados de terem assassinado um cidadão brasileiro Marcelo Elísio de Andrade, de 57 anos, que chefiava a representação do Grupo Andrade Gutierrez, do ramo de construção, envolvido em vários projectos de carvão, em Tete, e na cidade portuária de Nacala, na província de Nampula. A Polícia da República de Moçambique (PRM), confirmou, ontem a morte de Marcelo de Andrade, na última sexta-feira na cidade de Maputo, mas não revelou que já há detidos. Disse apenas que estes ainda estão a monte.
O porta-voz da polícia ao nível da cidade de Maputo, Orlando Madumane, disse ontem ao Canalmoz que “dois indivíduos não identificados dirigiram-se à residência do malogrado e espancaram-nos até à morte”.
O caso deu-se na residência do malogrado nas proximidades da Escola Portuguesa de Maputo, na Costa do Sol. Espancaram o malogrado até a morte, com um objecto contundente.
A empregada descobriu o corpo sem vida quando chegou no seu local de trabalho nas primeiras horas de sábado.
“O cidadão brasileiro foi morto por dois indivíduos ainda a monte. Suspeita-se que tenha havido envolvimento do segurança da empresa de segurança G4S que estava em serviço. Encontramos o chapéu do guarda ensanguentado. Está em curso um trabalho da Policia de Investigação Criminal”, disse o porta-voz da PRM na capital do país.
Um dos suspeitos é o agente da empresa de segurança G4S, que fazia a segurança pessoal do engenheiro. É ele o dono de um boné sujo de sangue encontrado ao lado do corpo da vítima. Foi preso no sábado (26) e terá confessado o crime, denunciando um comparsa, preso no domingo (27).
O corpo de Marcelo Elísio Andrade já está no Brasil. Chegou em voo fretado ao Aeroporto de Confins, na Região Metropolitina de Belo Horizonte, por volta do meio-dia de ontem, segunda-feira. De lá, foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML) da Capital, onde está sendo autopsiado por uma equipe dirigida pelo médico André Luiz Roquette, chefe da Antropologia Forense. Assim que o relatório da morte do engenheiro ficar pronto, será encaminhado para a Delegacia de Crimes Contra a Vida. O cônsul de Moçambique, Deusdete Januário, e o director do IML, José Mauro de Morais, acompanham os trabalhos.
O corpo deve ser exposto para velório a partir de hoje, terça-feira (29), na Funerária House, na Avenida Afonso Pena, 2158, no Bairro Funcionários. O enterro está previsto que seja ainda hoje, no Cemitério Parque da Colina, no Bairro Gameleira, Região Oeste de Belo Horizonte.
O executivo da Andrade Gutierrez foi encontrado morto na manhã de sábado (26), na cozinha de sua casa, em Maputo. Ele estava há dois anos em Moçambique. Trabalhava nas obras de ampliação do Aeroporto de Nacala, no Norte de Moçambique.
A Polícia de Moçambique trabalha com a hipótese de assassinato, mas ainda não divulgou a motivação do crime. Marcelo Elísio Andrade chegou na sexta-feira à noite a sua casa acompanhado por dois homens. Na manhã de sábado, foi encontrado morto na cozinha. Um boné com manchas de sangue foi apreendido pela polícia. Posteriormente, foi confirmado que ele pertenceria ao segurança do condomínio onde o engenheiro morava.
Em nota, a esposa de Marcelo, Raquel Starling de Andrade afirmou no Brasil que “aguarda e confia na apuração dos factos, que irão revelar as circunstâncias da morte”. “As investigações em Maputo serão acompanhadas pela Andrade Gutierrez”, escreveu a viúva.
A empresa informou que o seu representante enviado a Moçambique para ajudar na remoção do corpo para o Brasil está repassando informações para a polícia. A empresa não informou detalhes das investigações.
Em Moçambique, o engenheiro dirigia a “Zagope”, empresa da Andrade Gutierrez que actua também na África do Sul em obras de infra-estruturas. A companhia trabalha neste mesmo ramo na Europa, Ásia e Oriente Médio.
Marcelo Elísio Andrade deixa a esposa e uma filha (de seu primeiro casamento, que mora em Belo Horizonte). (Redacção com Cláudio Saute)

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