sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Unita e BD querem travar registo eleitoral polémico em Benguela


Alegada descoberta de brigada de registo que não fazia parte das contabilizadas oficialmente cria descontentamento. Partidos da oposição querem levar o caso ao Tribunal Constitucional para travar registo em todo o país.
Na última semana, terá sido descoberta uma brigada de registo eleitoral que não fazia parte do número de missões contabilizadas oficialmente pela Comissão Provincial do Registo Eleitoral e pelos partidos políticos. Por isso, a UNITA (maior partido da oposição em Angola) e o também oposicionista Bloco Democrático querem paralisar o processo de atualização geral do registo eleitoral na província de Benguela (sudoeste).
A referida brigada estava a ser conduzida por uma autoridade tradicional que fazia a recolha dos cartões eleitorais da população. O fato irritou o maior partido da oposição: "Temos vindo a reclamar junto do próprio governo, e eles nunca nos acreditaram (sic). Tem havido postos isolados, onde eles fazem o trabalho isoladamente, e naturalmente para poderem permitir passar todas as irregularidades que eles acharem convenientes para o bem no partido no poder", ataca Agosto Neleho, secretário para os assuntos eleitorais da UNITA em Benguela.
Agosto Neleho afirmou ainda à DW que a UNITA pretende levar o caso ao tribunal. "Sei que, afinal, as outras partes que controlam este processo não agem como deve ser. Pensamos em fazer uma queixa ao tribunal, porque não podemos aceitar que os casos continuem assim, de uma forma impune.
Para Bloco Democrático, registo deve ser travado em todo o país
Já o secretário provincial do Bloco Democrático em Benguela, Francisco Viena, vai ainda mais longe na polémica. O político considera que o processo está a ser conduzido por uma entidade cuja composição e idoneidade é recomendável pela Constituição da República de Angola. "O que não podemos consentir é que um partido político como outro qualquer – com a diferença de ser um partido no governo e com responsabilidades acrescidas – viola a Constituição que eles próprios aprovaram. E daí que nós, Bloco Democrático em Benguela, estamos a pensar que devíamos avançar com um ato de impugnação de todo o registo eleitoral", disse.
Portanto, o Bloco Democrático pensa impugnar, nos próximos dias, no Tribunal Constitucional, o andamento de atualização do processo de registo eleitoral em todo o território nacional.
Por telefone, o diretor provincial da Comissão Eleitoral em Benguela, Tuka Manuel, disse que as acusações do Bloco Democrático e da UNITA não correspondem à verdade. Os dois partidos estariam a querer criar "fatos políticos": "Isto é falso. Não corresponde à verdade porque a própria UNITA já esteve cá, já conversou comigo e não percebo o que eles percebem mais. Este é um fato que eles querem criar".
Autor: Nelson Sul d'Angola (Benguela)
Edição: Renate Krieger / Helena Ferro de Gouveia
Dw angola24horas

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