domingo, 31 de julho de 2011

O Livro de Job das Demolições


Conheci o Job nos terrenos e nas casas dele. Parecia-me homem sincero, recto e temente ao seu MPLA. Tinha fama de muito bondoso e afastava-se dos especuladores imobiliários e das suas negociatas. Proliferou sete filhos e três filhas, muitas lavras e muita gente condizente para o servir.

Costumavam radiodifundir que era o mais rico do reino. Os seus filhos ultrapassavam o tempo em grandes festas. Convidavam as suas irmãs a comerem e a beberem com eles. Job escolhia algumas cabeças de gado e enviava-as para o seu MPLA, como prova de gratidão, vassalagem.

Um dia o MPLA visitou-o para lhe agradecer as ofertas. Num repente aparece o General do Jardim Éden. O MPLA pergunta-lhe:
- Donde vem?
O General Jardim Éden respondeu.
- Ando a vigiar estas terras.
Disse o MPLA ao General Jardim Éden.
- Já viu o meu vassalo Job? Não há ninguém no reino que se lhe compare. Muito honesto, justo, mais que vertical e detesta os especuladores imobiliários.
Respondeu o General Jardim Éden ao MPLA.
- Hum! Acho que ele não faz isso em vão. O meu MPLA concede-lhe muito apoio. É um dos poucos vassalos protegidos. O seu gado, as suas casas e as suas terras não param de aumentar graças ao MPLA. Ele que fique na miséria, que passe fome, vai odiar o MPLA e demais camarilha.
Disse o MPLA ao General Jardim Éden.
- Parece-me que você anda com o olho nestas terras. Sei que alguns já espoliaram algumas… chegam, instalam-se… já está tudo feito.
O General Jardim Éden fez a saudação militar e saiu da presença do MPLA.

Um dia, a filharada de Job estava numa festa na casa do filho mais velho. Depois chegou um mensageiro e disse a Job:
- Os bois lavravam, as tropas do General Jardim Éden chegaram e levaram-nos. Disseram que estavam com fome. Feriram os empregados. Só eu escapei.

Chegou outro mensageiro que disse:
- Incendiaram, arrasaram tudo, nem as crianças escaparam. Os empregados morreram queimados. Só eu escapei.
Ainda outro mensageiro apareceu e disse:
- Eram pelo menos trezentos pelotões armados como na invasão do Iraque. Roubaram, reduziram tudo a pó… incluindo móveis e utensílios. Só eu escapei.

Mais um mensageiro chegou e disse:
- Estava a tua filharada numa festa em casa do filho mais velho. Como agora tudo acontece, o governo é o principal criminoso, os demolidores e espoliadores atacam às três, quatro da manhã… pareciam, vieram como um tufão que arrastou as casas e todos os que lá estavam. Ninguém ficou vivo. Só eu escapei para te contar o que se passou.

Job levantou-se muito chateado, rasgou a sua manta, atirou-se para o chão e clamou:
- O meu destino é igual ao dos outros espoliados. Trabalhamos nas nossas terras, edificamos as nossas casas a que o MPLA chama casebres. Chega o General Jardim Éden e rouba-nos tudo. Bendito seja o nome do MPLA!
Mesmo assim Job não se revoltou nem amaldiçoou o MPLA.
Noutro dia veio uma delegação de alto nível chefiada pelo MPLA. O General Jardim Éden estava presente. Então o MPLA disse ao General Jardim Éden:
- Onde tens andado? Porque não proteges os bens do meu vassalo Job?!
O General Jardim Éden respondeu:
- Estou sempre vigilante, está tudo sob controlo e não notei nada de anormal.
Disse o MPLA ao General jardim Éden:
- O vassalo Job merece a minha admiração. É a única pessoa honesta que resta no reino. Tomara que houvesse mais como ele. Confesso que os corruptos ganharam o campeonato da corrupção… e apuraram-se para o campeonato mundial. Facilmente obterão a vitória final.
O General Jardim Éden respondeu ao MPLA:
- A vitória é incerta. O terror da corrupção termina em assassinatos, ajustes de contas, até à vitória final do grande terramoto político. Parece que já sabemos como isto vai acabar.
O MPLA disse ao General Jardim Éden:
- A nossa secreta informou-me que você está envolvido no roubo das terras. Tratamos disso depois. Peço-lhe que não atente contra a vida de Job.

O General Jardim Éden baldou-se. Quando viu o luxuoso avião particular do MPLA desaparecer no céu mandou alguns dos seus matadores de confiança darem uma grande sova a Job, mas de maneira que não o matassem.
O corpo de Job ficou macadamizado. Job apanhou uma folha de bananeira para limpar as feridas. Tudo à sua volta parecia uma chuva de cinzas. Sentou-se nos restos de tijolos e na madeira queimada. A sua esposa disse-lhe:
- Ainda gostas do MPLA?! Depois do que o General Jardim Éden dele te fez?! És muito parvo!
- As mulheres não entendem nada destas coisas. Apesar do General Jardim Éden me espoliar e privatizar tudo o que tinha, devo obediência e lealdade ao MPLA.
- Eu é que trabalho na terra!.. o teu fanatismo é escravidão, não é lealdade! És um grande atraso de vida! Onde estão os teus amigos do MPLA, em quem tanto confiavas?
- Hão-de vir... Hão-de vir!

E chegaram alguns amigos do MPLA que confortaram Job. Um disse-lhe que a sua conta bancária estava em baixo. Os outros tristemente confessaram que também lhes espoliaram e demoliram tudo o que tinham. Que o mal era geral... um reino de demolições. Trabalhar de verdade não era possível, porque espoliar continua fácil. Ficaram uns dias a acalentá-lo e sentaram-se nas sobras de algumas cadeiras. Depois, cansados foram-se embora. Um deles ao despedir-se reafirmou:
- O reino da fome está combalido.

Apareceram alguns grupos de espoliados, esfomeados que aproveitaram as sobras. O local ficou igual a um deserto. Job bocejou, apetecia-lhe dormir. Falou para o vento cúmplice que arrastava as cinzas:
- Tantos e tantos anos de trabalho em vão. Não dá para trabalhar nesta terra, porque depois vem um General Jardim Éden e fica com ela, privatiza-a. Finge que a trabalha à espera que surja um sócio estrangeiro. Mas eles já não acreditam nisso e a terra abandona-se. Fica para acampamento de deslocados que na verdade são refugiados, e assim sucessivamente. As trevas dominam este reino. O MPLA está sempre lá em cima sentado no seu trono. Raramente desce, sobe, ou sai. Adora rodear-se de pessoas que mais parecem lâmpadas fundidas, que dão pouca luz, ou acendem de vez em quando. A minha terra, a minha Luanda, a minha Angola, contaminam-se, nunca mais nelas nada crescerá. Resta-me olhar para as nuvens e para os restos das árvores que parecem fantasmas ao luar. Tantos anos em vão que trabalhei. Agora tudo ficou igual às noites escuras. Nunca mais perderei anos, meses e dias nestas coisas.
E Job sente-se como o programa de arranque, o sistema operativo corrompido que não inicia o computador.
- Ah! Não vou ficar aqui toda a vida a olhar para a noite. Não me espoliaram este tocador de CD portátil. Vou ouvir umas músicas e dançar uns bons bocados. Chorar não adianta. Lembro-me que os colonos quando fugiram, preveniram-me que não valia a pena trabalhar na terra, porque depois de estar tudo bem, apareceria alguém que ma roubaria. Não acreditei, agora dou-lhes razão. Fui e continuo muito parvo. Pedir um empréstimo bancário (!). Nem pensar! Só se for para importar cerveja. Os bancos não arriscam fazer empréstimos a longo prazo. Consideram que investir na agricultura não dá lucros. Porque quando chegam as chuvas as culturas destroem-se. Depois há que fazer novo empréstimo. O lucro tem que ser imediato, caso contrário… não deixam nada.

E Job, cheio de contentamento pela miséria oferecida pelo seu MPLA, ainda crê que é um dom divino do MPLA do seu sol, da sua terra, da sua miserável vida. E reza para que o seu Comandante Real tenha longa vida. Mas o seu estômago desperta e aqui vê a verdade das verdades.
- Sinto-me muito cansado e com fome. Nem sei onde dormir… não me deixaram tenda, disseram-me que depois iria algures aí para algum estendal, tendal… vou apanhar um bocado de capim e fazer um casebre. Esses do MPLA nascem e querem tudo só para eles. Nascem infectados com a doença do dinheiro. Bom, vou ver se consigo vender alguma coisa no maior mercado do continente da fome. Ou carregar sacos às costas, ou vender água fresca para viver. Arranjar uns papelões para dormir… tenho que safar-me. O MPLA disse que não me abandonaria, mas já estou farto dessa conversa. Os seus conselheiros dão-lhes maus conselhos e só aparecem onde há dinheiro à vista. Os príncipes estão muito ocupados com os seus negócios, vivem num mundo distante. O reino é deles, por isso vivem-no e repartem-no. Além disso nada mais existe. Fazem por parecer cultos, mas estão ocultos… como se não existissem. Não gostam que os perturbem, a não ser que lhes levem um bom negócio. Eles são a lei e nela repousam. Ninguém tem coragem de os abordar, pois o seu poder é imenso. É um MPLA maior que o seu reino, que muitos reinos. Aqui não há pequenos, só grandes. E quem tenta lá entrar jamais sai. É que não existe porta das traseiras. Porque têm um cemitério particular muito mal iluminado, para que não se possam ver as inscrições das lápides. As amarguras dos miseráveis nunca são escutadas, mas os latidos dos cães escutam-nos com muita atenção.

E Job lembrou-se que o mais cansativo, o que cansa na realidade mais pura é a fome e a espoliação.
- Cavar, cavar de dia e de noite à procura de diamantes que depois de encontrados ocultam-nos. As minas são propriedade real do MPLA, disso ninguém duvida. Dançam, pulam, pululam de contentes porque já não há espaço nos cofres para colocarem as riquezas. Para viver neste reino é necessário matar, vigarizar e espoliar. São estas as leis que funcionam. Quem não as cumprir não sobrevive. Só o oculto permanece e não se pode desvendar. Tudo é permitido para obter o nosso pão. Os milhões de esfomeados em vão suspiram ao governo dos desgovernados. Nada temem e nada receiam, porque os seus exércitos não dormem, estão sempre de atalaia e reforçados no Orçamento Geral do Estado. Ai dos prevaricadores! Apesar disso não dormem descansados. Vivem na perturbação constante de um levante, porque duas malditas rádios e semanários democráticos atiram tudo para fora, não deixam passar nada. Acusam-nos de democratas malvados, de maldita democracia que denuncia constantemente os corruptos. É por isso que ninguém gosta dos democratas e da democracia.
O Ordens Superiores do MPLA foi em auxílio do seu vassalo, e disse a Job:
- Não sei se aguentas o que te vou dizer, mas digo-te algumas verdades. Comeste e bebeste com muitos. Emprestastes o teu dinheiro e agora não te querem saber. Só mesmo um Job!.. edificaram empresas com o teu dinheiro… ajudaste muita gente?! Pareces o Job da Bíblia. Nunca vi nem conheci um idiota como tu. E alguns ainda aparecem e levam algumas bananas que por milagre se salvaram. Quem te mandou confiar no MPLA? Milhões confiaram nele e vê como estão. A morrerem à fome!.. o MPLA disse que tens que esperar mais trinta, cinquenta anos para saíres da miséria… e que depois de morto ressuscitará e virá salvar-nos uma vez mais do imperialismo internacional. Morto ou vivo nunca desiste da luta anti-imperialista.

Entretanto o Ordens Superiores deu parecer aos arquitectos e engenheiros portugueses, brasileiros e chineses que construíam um bruto condomínio, brutas torres e prédios nas terras que já não eram de Job. Serviriam também para alegrar, para lazer da nobreza e do MPLA. Para passarem brutos fins-de-semana na fuga da agitação da cidade, da barulheira e da anarquia dos nobres súbditos sem lei.

Perto, algumas cobras oposicionistas, descontentes, rastejavam à procura de local mais aprazível para respirar. Sentiam-se deslocadas nas suas próprias tocas. Iam bem chateadas. O Ordens Superiores continua a desvendar os males do mundo ao grande idiota Job.
- A questão fundamental da vida é a utilidade pública. A grande descoberta de todos os tempos. A maldita invenção que os homens fizeram – o dinheiro –. Porra meu! Já viste a quanto está o metro quadrado de terreno... 2.500.00 dólares! Uma colossal fortuna. Ó meu não sei se tás a ver como se ganha dinheiro sem trabalhar! Aqui não há população, o que manda é o dólar. A negralhada que se lixe… que morram prá aí! O dinheiro dá muita satisfação a quem o possui e que nunca se satisfaz, quer sempre mais e mais. Fica obcecado… como uma ideia fixa… torna-se numa doença. A pessoa deixa de ser humana, vira uma desumanidade sem limites. É o vale-tudo. Daí não desmagnetiza o seu pensamento. No fim vem a loucura, a neurose a necessitar de urgente tratamento psiquiátrico. Provoca guerras para obter mais e mais até à destruição do planeta… da humanidade. Provoca uma grave contradição: O dinheiro resolve muitos problemas, mas quanto mais abundante mais problemas trás. É isto a origem da maldade.

O Ordens Superiores vai ao Hummer acabado de importar com o dinheiro do petróleo do povo, traz a caixa térmica, abre-a. Retira uma garrafa geladíssima de Dom Perignon com cinco anos de idade. Convida Job mas este recusa com a cabeça. Satisfaz-se com uma farta golada. Reconta a exercitação de Job.
- Sabes Job… o nosso MPLA é como um universo-ilha. Os ricos são fábricas de lixo. Os seus lares produzem-no em abundância porque consomem muito. E obrigam-se a consumir o que a sua ira produz. Nem as plantas e os animais lhes escapam, porque montanhas de resíduos lhes caiem em cima todos os dias. Quando a consciência da Natureza se revolta, chamam-lhe calamidade natural... e as vítimas são imensas… os seres humanos que escapam vivem dispersos, na fuga incerta, permanente. A Natureza sussurra os seus segredos, mas já ninguém os entende ou finge não entender. Aparece-nos em visões à noite e desaba em cima de nós, precisamente quando estamos no sono mais profundo. Acordamos espantados e estremecemos perante tal poder. Os espíritos vagueiam à nossa volta, poucos povos já os entendem. O vento fala-nos, previne-nos, mas os nossos olhos já nada vêem. Está tudo corrompido, somos todos corruptos!
Perto, talvez apelando aos antepassados, cantando a sua desdita, a negra-bantu demonstra, desmonta as coxas muito salientes e os seios fartos, muito dissidentes que equidistantes bamboleiam, falantes. O Ordens Superiores regozija-se com a beleza natural, espontânea da bantu.
- Job… explicar estas coisas não é nada fácil… tornámo-nos nós o MPLA, mais puros e justos que o Criador. Já não confiamos em ninguém. Nem em nós confiamos… tornámo-nos num metal cheio de ferrugem com os alicerces a desabarem a todo o momento. Resta-nos ainda o pó para respirar. Vivemos num imenso holocausto como as nossas fogueiras da Inquisição Bantu, onde assamos vivos os corpos dos nossos, e há felicidade nisso. Vivemos os últimos dias das tormentas tecnológicas, das promessas… que finalmente o ser humano alcançaria o bem-estar e a felicidade eternos.

As desgraças atingiram tal dimensão que os meios existentes já não satisfazem a demanda. Inventámos uma sociedade onde só existe a ira e a loucura. Tentamos lançar raízes mas as águas sobem e não as deixam viver. Chegam com tal força que despedaçam tudo o que encontram pelo caminho. E não há quem nos livre. Depois vêm os famintos… o instinto de sobrevivência que os transforma em salteadores, predadores. E da terra não vem mais trabalho porque dela só resta pó.

E sem trabalho que fará o homem? Espera que a fome chame a morte. Esta vem e anuncia a agonia. E quem se salvará? É por isso que necessitamos do nosso MPLA… de alguém que nos dirija. Só ele entende os nossos anseios e faz obras para nos contentar. Se a chuva é demais a culpa não é dele. Também não é culpado pela espoliação, inundação dos campos. Quando isso acontecer procurem um lugar alto para se salvarem. Estendam as mãos e aguardem que alguma coisa virá. Porque será que os ricos são ignorantes, e os pobres sempre sábios? Porque na pobreza se aprende a viver e na riqueza se aprende a destruir. O pobre conhece as veredas da escuridão e o rico nela anda às apalpadelas, sempre com a espada preparada para matar.

O pobre vive na esperança, o rico vive no desespero. O pobre vive com medo dos castigos do nosso MPLA, e nós os ricos recebemos prémios. Não dá ir na conversa das outras ideologias políticas e nos aventureiros que são muitos. É por isso que ficamos sem nada. Talvez esses da ajuda da paz te arranjem um bocado de sabão, óleo e arroz. Como o MPLA e os seus estrangeiros estão em todo o lado, eles também podem ajudar com qualquer coisa. Seja como for nunca te desvies do MPLA. Ele está no nosso coração. Vamos prolongar a vida das pessoas até às eleições. Depois podem correr como entenderem… da fome claro!

Job, ficou horas astronómicas, canónicas, a fitar o infinito cosmogónico. Job, sentiu eclipsar-se, não conseguia explicar-se o porquê do aparecimento do MPLA. O porquê de tanta trama que tal criatura produz tanto drama. Job, ficou com a cabeça em pantanas, no Paleozóico, não conseguia discorrer o pântano do comportamento andróide. Conseguiu absorver o álefe das borrascas humanas e tocou o céu.
- Os amigos do MPLA são como as ondas do mar. Quando chegam abraçam-nos, quando vão… não voltam mais. São como corvos que aguardam pacientes… como as silenciosas pirâmides egípcias. No alto dos seus templos esperam pela colheita de quem plantou. Posso firmar que a história da humanidade e deste MPLA, é a história de quadrilhas selvagens bem organizadas.
Foto: Franci Guedes

sábado, 30 de julho de 2011

O sistema bancário em Angola. Telmo Vaz Pereira





UM DOS MAIORES LADRÕES DE ANGOLA, GENERAL KOPELIPA, QUE CONJUNTAMENTE COM EDUARDO DOS SANTOS É DOS MAIORES MULTIMILIONÁRIOS, COMO CONSEQUÊNCIA DO SISTEMA DE CORRUPÇÃO DO REGIME.

A Porturil Investments e Telecomunicações (PIT) que, segundo o Novo Jornal, permitiu ao General Kopelipa adquirir 40% da Movicel, é agora detentora de... 24 por cento do Banco Espírito Santo Angola, BESA.

O anúncio foi feito pelo próprio banco, através de uma «press release» publicada no fim da semana passada.

O negócio ficou em 254.2 milhões de euros, cerca de 369 milhões de dólares. Fontes citadas pelo Novo Jornal estimam em 200 milhões o valor da venda da Movicel à companhia detida maioritariamente pelo chefe da Casa Militar do presidente da República.

No espaço de seis meses a Porturil- Investiments e Telecomunicações fez aquisições no valor de 569 milhões de dólares.

O general Kopelipa também é accionista do Banco Privado Atlântico (BPA) onde divide interesses, entre outros, com Manuel Vicente e Leopoldino Fragoso do Nascimento.

Ele é igualmente a principal figura da holding que controla a TV Zimbo, O País, Rádio Mais, Publivisão, Dhamer, Imprescrita e também a SHA, Sociedade de Hidrocarbonetos de Angola.

A entrada da PIT no capital do BESA aconteceu ao abrigo de uma nova lei que prevê que o capital de todos bancos privados seja detido por angolanos em pelo menos 49 por cento. Só que esses angolanos são exclusivamente os que fazem parte do grupo de JES, todos eles predadores das riquezas do País.

De acordo com a Equity Bites a venda de 49 por cento do total das suas quotas de bancos portugueses a grupos ou cidadãos angolanos rendeu aos mesmos, isto é, Milleniun BCP, BPI, BES, e Standard Totta, 900 milhões de euros, cerca de 1 bilião e 308 milhões de dólares.

A nova estrutura accionista do BESA, inclui ainda o Banco Espírito Santo de Portugal detentor de 51,94 por cento assim como a Geny, accionista da Unitel, e na qual se cruzam interesses de Isabel dos Santos, António Van-Dúnem, antigo secretário do Conselho de Ministros, e Leopoldino Fragoso do Nascimento, chefe das Comunicações da PR. A Geny adquiriu em 2005, 20 por cento daquele banco, por uma quantia não especificada. Cinco por cento do capital do BESA é controlado por membros da administração daquele banco. A nota do BESA diz ainda que a 27 de Novembro, data em que supostamente fechou a contabilidade, o banco tinha registado lucros de 122.7 milhões de euros, cerca de 178 milhões de dólares.

Os accionistas do BESA aprovaram também um aumento de capital de 10.053 milhões de dólares para 170 milhões de dólares. O incremento de capital foi aprovado na íntegra por todos os accionistas, e realizado em «cash». É o BES através da sua filial BESA, a principal entidade que faz a lavagem de dinheiro ilícito canalizado para a FESA, a Fundação privada de JES.

O BESA chega ao fim do último trimestre do ano de 2010 com lucros de perto de 144 milhões de dólares, um aumento de 66 por cento. O BESA tem 31 agências e vinte uma das quais em Luanda. O BESA está agora avaliado em cerca de 1 Bilião e 458 Milhões de dollars.

(na foto :Gen. Kopelipa ao lado de JES)
Imagem: mazungue.com

É um mistério, ou não é?!


Tenha um bom dia !!!

INTRIGANTE DE FATO!

É um mistério, ou não é?!

Este ano vamos experimentar quatro datas incomuns ....
1/1/11, 1/11/11, 11/1/11, 11/11/11 e Tem mais!!!
Pegue os últimos 2 dígitos do ano em que você nasceu mais a
idade que você vai ter este ano e a sua soma será igual a
111 para todos!
Por exemplo: o Johnatan nasceu em 1981 e vai fazer 30 anos. Portanto: 81 + 30 = 111

ALGUEM EXPLICA O QUE É ISSO ????
É o Ano do dinheiro!!!
Este ano Outubro terá 5 domingos, 5 segunda feira e 5 sábados.
Isto acontece uma vez a cada 823 anos.

Estes anos são conhecidos como 'moneybags'.
Passe para 8 boas pessoas e o dinheiro aparece em 4 dias,
baseado no feng-shui chinês.

Quem parar não recebe; é um mistério...
Bom, eu é que não vou parar...não custa tentar....
Recebido via email

quinta-feira, 28 de julho de 2011

NAUFRAGANDO EM CENTRALIDADES


O rio Kwanza é uma das nossas maravilhas, mas as suas margens estão violentadas, carregadas de munição, de repressão.
Parafraseando: violentas se dizem das manifestações, mas não se diz violento o poder que as oprime.
A tua beleza derruba-me os dias, mas fortalece imenso o meu coração. E quando as cabeças não funcionam, sai pancadaria.
Nos nossos jardins arrancamos as ervas daninhas, corruptas. Na governação não arrancamos a corrupção, porquê?! Em Angola, pobreza também é uma mina inesgotável.
Não é construindo muitos hospitais que se acabam com os problemas da saúde. Pelo contrário, acabando com a corrupção, que automaticamente acaba com a pobreza, a saúde das populações torna-se um facto, e a construção de mais hospitais desnecessária. Porque a pobreza também é uma negociata de quem nos governa.
Quando daqui a mais ou menos dois meses, o Novo Código Penal entrar em vigor, não haverá mais manifestações. Disse o jurista, Pedro Kaparacata na Rádio Ecclesia. Ele referia-se, que não serão permitidos ajuntamentos de pessoas. E em Luanda proibiram-se os passeios das ruas. São para uso exclusivo das construções anárquicas do nosso principado
E esta governação não sabe que a população necessita de unidades médicas para a sua saúde. O mais importante é a aposta numa população doente, mórbida, matadouros humanos locais, municipais, centrais nas centralidades.
Os velhos eleitos doentiamente agarrados ferreamente ao poder nele apodrecem e apodrecem-nos. Uma cidade e um país têm regras de convivência. Nunca se viu, ou imaginou, tanta apetência por destruição. Até as famílias destruíram.
Apenas uma coisa tem regras: a sofreguidão pelo manancial do ouro petrolífero que lhes cai nos bolsos exclusivos. E ousam, como resposta, exortarem-nos com uma nova vida no inferno, e ninguém lhes dá a tenaz da manifestação para acabar com a corrosão da corrupção. Quanto mais tempo ganharem, também os tumultos evoluirão até se descontrolarem. Tudo o que acontece, já não existem palavras para o definir, resta apenas uma: inqualificável.
Luanda é uma destilaria de gasóleo. Quem é que não lhe sente o cheiro? Vejam a apreensão de Dedaldino Conceição no Facebook: Cheira a gasóleo, cheira mal, cheira a Luanda. Não consigo entender como não se arranja uma solução para a luz no país. Tanta água, tantas barragens e hoje o anormal é não ter um gerador, como se vivêssemos todos no mato. Pelo ministério de tutela já passaram "n" ministros nenhum com um projecto a médio, longo prazo. Estamos a caminho dos 40 anos de independência e os problemas são sempre os mesmos. No fim-de-semana, descobriram as ligações clandestinas da água como se não soubessem, aliás como se tivessem encontrado ouro. Para mim sempre houve conivência com os administradores. Há tempos um episódio caricato na TV angolana. Durante anos a fio, água só de cisterna em pleno Alvalade, quando as casas adjacentes tinham-na da rede normal. Investigou-se, afinal os directores decidiram fechar os canos para permitir que os seus camiões cisternas abastecessem a empresa e pudessem ter lucros semanais. Autêntica roubalheira que acredito se estenda à energia que não temos. Muitos lucram com o negócio dos geradores.
E para tudo isto funcionar, o que necessitamos é de uma comissão eleitoral independente, se isso não acontecer, vai sim senhor o vulcão acender, estender.
Sem uma comissão eleitoral independente, sem uma rádio, por exemplo a Ecclesia em toda a Angola, sem liberdade de imprensa, sem liberdade de expressão, sem liberdade de manifestação, imposição do terror, prisões arbitrárias. Não dá para participar num acto eleitoral, mas sim numa grande palhaçada, em que já se sabe qual é o palhaço vencedor. Angola necessita urgentemente de paisagistas.
É uma cópia fiel dos tempos da escravatura: o senhor está no casarão, ordena aos seus capatazes que muito solícitos, bajuladores, de chicotes nas mãos dirigem-se para os locais sórdidos que servem de habitações aos escravos, aos que lhes pertencem como propriedade pessoal. Não têm direito a nada, quando tentam construir algum casebre, este é logo arrasado. Não têm direito a água, por isso aproveitam a urina para beberem. Só quando forem para as plantações conseguirão beber algo… se chover. Iluminação nem pensar porque o senhor dos escravos a proibiu devido aos custos elevados das velas. Não se pode gastar dinheiro com escravos. Quando morrem, coisa mais natural, substituem-se logo por outros. Escravos são o que não faltam por aqui. Alguns já tentaram manifestar-se e foram amarrados e chicoteados até à morte. E muitos são amarrados e chicoteados por puro prazer. E vão trabalhar de sol a sol sem nada para alimentar. A comida que existe (?) está podre, é importada assim pelos seus capatazes. É a vida de todos os dias neste casarão, de apenas um patrão.
Isto está a tomar contornos horripilantes. Há pouco um jovem entre os quinze, dezoito anos, devido ao frio, deitou-se no lixo e tapou-se com ele. Primeiro seleccionou os cartões de papelão e depois espalhou o resto do lixo por cima a fazer de manta, porque não tem onde se recolher… não tem pátria, só quem a tem são os senhores do petróleo. Um segurança aproximou-se e intimou-o a abandonar o local, porque o carro da recolha do lixo não tardaria a passar e poderia carregá-lo como lixo, o que na realidade ele já é, como outros, muitos mais milhões, SÃO, SOMOS LIXO! E ele, renitente, lá abandonou o local quentinho, a sua casa de ocasião, de papelão. De seguida apareceram mais seis jovens abandonados pelos lucros petrolíferos, fuçaram, fuçaram, espalharam, seleccionaram o que acharam, tinha importância. Bom, quem não tem nada, qualquer coisa no lixo lhe serve.
Quanta mais corrupção grassar, mais miséria, tumultos violentos vão rebentar. E se o lixo da corrupção não for imediatamente removido, isto está mesmo muito f……
É que estou a ver coisas inimagináveis.
Os campos de concentração nazis tinham água e electricidade 24/24 horas, e uma tarimba para dormir. Mas que recordação: Sem informação não há oposição.
Onde o patrão está, a miséria galga as mais altas montanhas do Mundo. Não há terra que chegue para enterrar os cadáveres desta recordista mortalidade infantil. E se continuar com o nosso cativeiro do poder imposto, de Angola restará apenas um pequeno monte de cinzas, e das suas populações também apenas esqueletos. A sua missão é pois de exterminação. E os escrivães da corte/principado dizem que agitação ou qualquer convulsão nunca atingirão Angola. Os bobos da corte referem-se ao que se passa nos outros países, incluindo a Europa democrática onde há protestos contra a democracia dos ricos e a democracia dos pobres. Já antes os nossos bobos de serviço garantiam que o choque económico do Subprime, ou seja o que for, nunca atingiria Angola. Porque Angola, nunca é demais repetir, é especial com um patrão, um partido e um governo especiais. E também com uma corrupção super especial. Mas esta ditadura é diferente das outras? Em quê?
Então, e especialmente para o circo de bobos, atentem no texto a seguir do
Africamonitor.net: Em certos meios diplomáticos é especialmente comentado o caso de Mihahela Weba, uma jovem jurista (AM 559) pertencente a uma família tradicional de Luanda, que já foi membro da JMPLA. É nitidamente marginalizada sua vida académica, mas também sua mãe, Josefa Weba (ambas com mestrados na Universidade de Coimbra).
3 . O carácter ambíguo notado na política de reformas do regime é encarado com preocupação em meios internos e externos que, em geral, vêm o fenómeno como potenciador de riscos de convulsões capazes de produzir efeitos nefastos em toda a região, devido à dimensão da natureza geopolítica do país.
Casos concretos registados:
- Numa reunião recente do BP do ANC (George Hotel, arredores de Pretória), e à margem da mesma, foram feitas alusões à “situação de impasse” em Angola; a tónica geral das apreciações foi a de encorajar o PR, Jacob Zuma, a apelar a JES no sentido de acelerar reformas.
- Hillary Clinton, em Adis Abeba, exortou os dirigentes africanos a porem em marcha reformas democráticas, destinadas a pôr termo a “antigas formas de governar”, sob pena de os seus regimes se exporem a riscos; declaração de sentido geral, mas interpretada como tendo Angola entre os destinatários.
- Mo Ibrahim advertiu especificamente os responsáveis angolanos a lançarem reformas políticas e outras, na ausência das quais o regime poderia cair.
4 . No próprio regime do MPLA estão identificadas figuras que, de forma discreta, defendem a urgência de reformas no sentido de um afastamento real de modelos e métodos políticos do passado, que de facto ainda perduram, assim como de uma efectiva promoção de justiça social.
Um ponto de vista comum a tais figuras, nalgumas das quais se notam atitudes de crescente animosidade e distanciamento em relação a JES, é o de que naturais influências de Angola estão a ser ofuscadas em favor da África do Sul, esta cada vez mais prestigiada e considerada internacionalmente como parceiro regional fiável.
Entre os descontentes são conhecidos gestos como o de preterirem ostensivamente a definição Executivo, de uso ultimamente generalizado para identificar o Governo (a terminologia Executivo terá sido imposta por JES como forma de estabelecer uma afinidade mais estreita entre o mesmo, como chefe do executivo, e o Governo).
Só estaremos serenos se o que nos rodeia também estiver. A serenidade é algo que devemos cultivar quotidianamente, só assim atingiremos qualquer êxito, a nossa alma rejubilará e o amor também.



República Idi Amin no Facebook


Marcelino Alves de Lima eu ando muito por essas areas e posso dizer o que vejo, o morro dos veados fachado , as barracas de folhas de palmeira que estavam dentro foram todas queimadas, mais pra frente palmeirinhas mais duas vedacoes enormes que corta o cidadao ao mar, qualquer dia pra ir a praia so pagando, e muito triste, no parque herois de chave de segunda a segunda e musica alta no dito clube das palmeiras num zona residencial , imaginem de quem e, e triste nunca pensei q fosse assim

Paulo Sergio Alfredo quando aharem que nos nao podemos tomar banho e pizar na areia ele vão decidir nos povo é que admitimismos esta palhaçada irmão mais um dia era de acabar quando o chefe do enclave bater as bota quero vern quem vai mais ocupar agua areia as arvore os ceus ate as nossa mulheres os gajos brincam vai chegar o dia nao se preocupe quando crias uma cobra esperas o que.

República Idi Amin. "Furo" jornalístico




Dois importantes terrenos urbanos públicos situados no municipio da Ingombota (Cine Luanda/Edel e Escola 7) foram transferidos para o domínio privado, com a emissão dos correspondentes direitos de superfície a favor de empresários estrangeiros.
Esta transferência parece estar ferida de uma profunda ilegalidade praticada por entidade afecta ao Executivo.
Mais do que um "furo", esta é apenas uma pista para quem gosta de fazer algum jornalismo de investigação, que o morro garante ser de muito boa fonte.
Pista complementar: Quem tem competência em Luanda para lavrar os direitos de superfície ou como é que eles são lavrados?
Pista suplementar: Os intermediários locais estão a facturar "feio".
In morrodamainga.blogspot.com

República Idi Amin. Começou a privatização das "nossas" praias, que agora vão passar a ser "deles"...


Agostinho Neto acertou em cheio. Regressámos efectivamente às nossas praias, que por sinal estão a ser muito mal tratadas, de tão sujas que elas andam. O que AN não previu é que o jovem seu sucessor iria anos mais tarde fazer uma interpretação tão "possessiva" (na primeira pessoa do singular) deste regresso. Só falta conhecer o nome da empresa que vai fazer a gestão da "orla costeira".
In morrodamaianga.blogspot.com

República Idi Amin. Tentativa de sobrefacturação divorcia Carlos Feijó e José Maria


Luanda - A tentativa de extorsão de 25 milhões de dólares por supostos intermediários que se terão apresentado como estando alegadamente afectos ao Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, Carlos Feijó, está na origem de mais um explosivo caso de corrupção que acaba de provocar o divórcio entre aquele alto governante e o governador de Luanda, José Maria dos Santos.

*Gustavo Costa
Fonte: Novo Jornal Club-k.net
O caso, segundo apurou o Novo Jornal junto de uma fonte do Palácio da Cidade Alta, terá já chegado à mesa do Presidente que terá ordenado a intervenção da Procuradoria Geral da República para investigação, apuramento de responsabilidades e incriminação dos supostos intermediários.

Tudo terá começado depois de Carlos Feijó ter solicitado, com carácter de urgência, o licenciamento de uma vasta área de terreno destinada a uma empresa detida por israelitas. O governador, de acordo com um funcionário do GPL, terá remetido, com a celeridade que o assunto impunha, o dossier ao gabinete jurídico para o respectivo parecer.

Atribuída a licença eis quando, segundo fonte que conhece o caso, terão surgido supostos “assessores” particulares do Chefe da Casa Civil que junto dos proprietários da empresa terão exigido o acréscimo de 25 milhões de dólares sobre o real valor do terreno.

Inconformados com aquela surpreendente e descarada exigência, os detentores da empresa terão feito saber, junto do conselho de ministros, a inviabilidade do projecto face tão escandalosos encargos impostos à margem da lei. Daí ao dossier chegar ao gabinete do Presidente foi um passo.

Indignado com mais este escândalo, Eduardo dos Santos há três semanas recebeu o governador de Luanda e dado momento solicitou a Carlos Feijó que os deixasse a sós. Depois de José Maria dos Santos ter descartado qualquer envolvimento pessoal no caso, o chefe do
governo ouviu também o chefe da Casa Civil que deu a sua versão dos acontecimentos.

A verdade, porém, é que o Presidente revelando-se pouco convincente em relação aos argumentos avançados tanto por um como por outro, terá mesmo acabado por decidir remeter o assunto à Procuradoria Geral da República para destapar o rosto dos autores desta vergonhosa tentativa de extorsão de dinheiro, que terão feito uso abusivo do
nome do chefe da Casa Civil.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Luanda. Preços das casas na nova cidade do Kilamba Kiaxi



Recebido via email
T2 69 MIL USD
T3 85 MIL USD
T4 115 MIL USD

Informações vindas de terceiros
Para aquisição de casa na nova cidade do Kilamba Kiaxi, deverão organizar os seguintes documentos:

• Fotocópia do BI;
• Fotocópia do Cartão de Contribuinte;
• Registo Criminal;
• Declaração de serviço espelhando o salário base;
• Fotocópia dos 3 últimos recibos de Salário;
• Extracto Bancário.

OBS: Estou a enviar a informação conforme recebi, se houver alguma informação em falta, por favor partilha.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Luanda. Isto foi na madrugada (24Julho11) de hoje na Marginal.




«Era uma senhora ao volante e sofreu apenas arranhões. Dizem que ia em perseguição do marido. Caros, respeitem a curva da Marginal mesmo estando a andar num "bom" 4x4, e mulheres, não persigam os vossos maridos, eles voltarão sempre para casa.»
Recebido via email.

domingo, 24 de julho de 2011

O lúgubre hotel katyavala do general Led





Loucas centralidades. O general Led quer alargar o seu domínio construindo outro hotel. Não se importa com os três prédios que pretende destruir. E como estamos num Estado do mal, evidentemente recebe o apoio incondicional de JES-MPLA. Em Angola, general é outro país, outro poder, outra lei. Mas também há outra lei, a mais temida, a revolta popular que a qualquer momento surgirá. Então, onde não há lei, não é assim que sempre acontece?
Uma centralidade ilegal, que não se destrói porque é deles. Agora até nas traseiras dos prédios fazem estaleiros. Com a barulheira infernal do tudo ilegal. Agora virou oficina também ilegal, claro, à JES-MPLA. Nem aos fins-de-semana podemos gozar os nossos mais elementares direitos. O descanso. Eles fazem com que três prédios sejam destruídos, para depois… É no hotel katyavala do general Led, traseiras da Pomobel, Zé Pirão, Luanda.

José Eduardo dos Santos, está exactamente na mesma situação de Salazar antes do 25 de Abril de 1974




«Antes do 25 de Abril de 1974, em Portugal, não havia liberdade, existia censura, as pessoas não podiam dizer o que pensavam nem exprimir a sua opinião.
Havia uma polícia política, a PIDE, que controlava os cidadãos. A PIDE perseguia as pessoas que dissessem alguma coisa sobre o Governo ou sobre os governantes e, por isso havia muitos presos políticos.
Não havia Liberdade nem democracia.
Não havia Liberdade nem Paz.
Os portugueses viviam descontentes com este governo.»
http://www.eb1-sto-andre-n2.rcts.pt/

Ensinar o analfabetismo em Angola


COMO ACABAR COM A CABULA NAS UNIVERSIDADES ANGOLANAS. HOJE, CABULA-SE QUE COISA DOIDA!!! SEM EXAGERO, EM CADA TURMA DE 40 ALUNOS, 38 SÃO CABULEIROS "PROFISSIONAIS". AQUI A PRÁTICA DA CÁBULA É BASTANTE EVOLUÍDA. TEREMOS QUADROS OU PAPAGAIOS?
In Fernando Kapetango. Amigos do Bloco Democrático, Angola

BLOCO DEMOCRÁTICO. Objectivos do programa político


1- O Bloco Democrático defende um Estado social de Direito cujos fundamentos se alicerçam na constituição de um Estado unitário com equilíbrios regionais, incluindo autonomia e a prevalência do poder civil sobre o militar, bem como a separação efectiva de poderes.
2- O Bloco Democrático é pelo regresso do país a um sistema semi-presidencialista, assim como propõe uma cooperação estreita entre a sociedade civil e os órgãos do poder do Estado na base da democracia participativa.
3- O Bloco Democrático pugna pelo respeito dos direitos fundamentais dos cidadãos, pelas especificidades regionais, pela correcção dos desequilíbrios da distribuição dos rendimentos, criando igualdade de oportunidades ligadas a medidas activas de não discriminação apontadas para o combate a pobreza, e pelo desenvolvimento do sector agro-pecuário envolvendo as comunidades rurais devido ao seu papel fundamental para o combate a fome.
4- O Bloco Democrático aceita plenamente os processos de transparência na administração pública e na economia, conferindo desse modo maior credibilidade internacional de Angola, o que resultará da melhoria do nível de independência.
5- O Bloco Democrático dá prioridade ao desenvolvimento de políticas capazes de gerar o crescimento virtuoso da economia acompanhado da criação de mais emprego com maior qualidade.
6- O Bloco Democrático é por num combate sério à corrupção eliminando os factores que a geram, sendo que para a de baixa intensidade deve ser combatida com a utilização de instrumentos de dissuasão como regras administrativas, enquanto que a alta deverá ser combatida com a conjugação de mecanismos de transparência governativa e as de carácter investigativo e judicial.
7- O Bloco Democrático preconiza a criação de uma Agência Nacional de Petróleo e Gás, integrada por elementos eleitos pela Assembleia Nacional, órgão a quem competirá definir as politicas gerais nessa matéria e afins, além de supervisionar os concursos públicos para atribuição de concessões de blocos e gerir as concessões e os bónus dos contratos petrolíferos.
8- O Bloco Democrático procurará reverter o quadro de dependência dos recursos provenientes do petróleo e dos diamantes, investindo seriamente nos sectores de actividades primárias, manufactureira, comércio e transportes, recaindo a primazia para a agricultura.
9- O Bloco Democrático confere ao Sector da Saúde a maior importância pelo papel crucial que desempenha na preservação do bem-estar das populações, mediante acções integradas com maior incidência para a medicina preventiva a par com a curativa, e na constituição de parcerias público-privadas na gestão hospitalar objectivando economia de recursos e consequentemente contribuir para a elevação da qualidade de saúde.
10- O Bloco Democrático promoverá políticas e garantirá recursos suficientes para conferir maior dignidade ao ensino público e privado, criando condições para a formação e desenvolvimento integral das crianças, jovens, adolescentes e adultos, melhorando simultaneamente a qualidade do ensino de base, secundário, Técnico profissional e universitário.

Emergência

sábado, 23 de julho de 2011

Entretanto, num dos nossos muitos controlos policiais


Foto: Franci Guedes

Samakuva FORA! Homem está encima dos picos


À:
Sua Excelência Sr. Isaías Samakuva
Presidente da UNITA
Luanda

ASSUNTO: SOLICITAÇÃO DE AUDIENCIA.
Excelência.

Queira aceitar os nossos calorosos comprimentos.

Senhor Presidente,
O propósito desta carta, prende-se com as inquietações sobre as incertezas que nesta altura pairam a volta da realização ou não do Congresso do nosso Partido.
A nossa organização conquistou visibilidade democrática no decurso da sua existência.
Mesmo durante a luta de resistência à ocupação russa - cubana, a Direcção do nosso Partido tudo fez para que a carta magna fosse de cumprimento obrigatório. Acompanhamos com muita apreensão, intervenções que insinuam as dificuldades financeiras como causas da não realização do Congresso. Esta situação por um lado, descredibiliza o Partido como alternância política em Angola, e por outro retira a condição de alvorada na implementação dos princípios e de vanguarda democrática.
É bom que não se esqueça que a bandeira da democracia, é dos maiores estandartes que o Partido ostenta.
Senhor Presidente,
O nosso Estatuto não deixa dúvidas: os Congressos ordinários, órgãos supremos do Partido, realizam-se de 4 em 4 anos.
Nestes termos, ao não respeita-los, o Presidente do Partido aposta-se a pisotear o espírito democrático que é a marca da UNITA.
É perante os receios que se adensam no interior da nossa organização sobre a violação deste princípio que vimos solicitar um encontro, para que possamos ouvir a vossa posição, esperando que ausculte os nossos pontos de vista.

Sem quaisquer outros considerandos, por agora,
Aceite os protestos de melhores saudações.

Luanda, 7 de Julho de 2011



Os proponentes
__________________


A (O) S:
Militantes da UNITA
Amantes da Democracia
Sociedade Civil
Angolanas e Angolanos
Comunidade Internacional
Luanda - Angola

ASSUNTO: MEMORANDO.
Queiram aceitar os nossos calorosos comprimentos.
O propósito deste Memorando é de manifestar inquietações sobre as incertezas que nesta altura pairam a volta da realização ou não do XIº Congresso da UNITA.
A nossa organização conquistou visibilidade democrática no decurso da sua existência e os princípios democráticos, por nós defendidos vincaram, em Angola, depois de duras batalhas militares, políticas e diplomáticas.
Mesmo durante a luta de resistência à ocupação russa - cubana, a Direcção do nosso Partido tudo fez para que a carta magna fosse de cumprimento obrigatório.
Acompanhamos com muita apreensão, intervenções do Presidente do Partido que insinuam as dificuldades financeiras como causas da não realização do Congresso em tempo estatutário. Esta situação descredibiliza o Partido e retira a condição de alvorada na implementação dos princípios e de vanguarda democrática.
A bandeira da democracia é dos maiores estandartes que o Partido ostenta. O nosso Estatuto, no seu artigo nº22 não deixa dúvidas: «O Congresso reúne, ordinariamente, de 4 em 4 anos, por convocação do Presidente do Partido ouvida a Comissão Política». Desde a tomada de posse do actual Presidente da UNITA, até o dia 22 de Julho do corrente ano, são decorridos 4 anos.
Nestes termos, ao não respeitar os Estatutos, o Presidente do Partido aposta-se a pisotear o espírito democrático que é a marca da UNITA.
É perante os receios que se adensam no interior da nossa organização sobre a violação dos Estatutos; atendendo o facto de ocorrerem actos de agressão verbal e física contra todos que defendem a realização do congresso e a prática democrática no interior do Partido; havendo indícios claros de perpetuar na Presidência da UNITA o Dr. Isaías Samakuva, mesmo sem ter a legitimidade estatutária, os militantes e quadros da UNITA espalhados em todo território nacional e residentes na diáspora unidos em torno do GRUPO DE REFLEXÃO, constataram o seguinte:
1- Existe um grupo de quadros seniores que se colocam contra Democracia e a alternância na liderança da UNITA, como por exemplo: General Chiluntila,
2- Há um número de dirigentes do Partido que defendem que, tal como no país, no Partido também o processo democrático não deve ser interrompido, pois, apoiam a realização do congresso, como por exemplo:
3- Reina no interior do Partido um clima de intolerância política conduzido pela Direcção do Dr. Isaías Samakuva contra os defensores da realização do congresso. A agressão ao Dr. Icuma Muafuma, na reunião do Comité Permanente, perante olhar sereno do Dr. Isaías Samakuva é exemplo disso;
4- Esta campanha de destruição da UNITA, por via da subversão dos princípios que a tornam na força política alternativa ao principal adversário, ocorre aos olhos dos dirigentes que defendem a democracia, sem entanto moverem uma palha;
5- A existência de uma estratégia conduzida pelo Dr. Isaías Samakuva com propósito de anunciar-se, aos quatro cantos do globo, uma falsa moção de ápio para a sua continuação ilegítima à frente da Direcção da UNITA, recorrendo à instrumentalização, intimidações e aliciamentos dos militantes e quadros. Pois, a maioria esmagadora dos quadros e militantes da UNITA não apoiam teses antidemocráticas e longevidade de mandatos, que caracterizam os ditadores.
Perante esta dura realidade que pode adiar as aspirações legítimas dos militantes da UNITA e do povo angolano de promover a mudança de regime em Angola, endereçamos uma carta, no dia 12 de Julho de 2011, ao Dr. Isaías Samakuva, solicitando um encontro para abordar os problemas supracitados. Porém, não merecemos nenhuma resposta até a data.
Posto isto, não nos resta outra alternativa senão recorrer aos princípios de Muangai que sempre inspiraram a liderança de Dr. Jonas Malheiro Savimbi e que culminou com a implantação da Democracia em Angola.
Tendo em conta que o Dr. Isaías Samakuva institucionalizou a violência política contra os que exprimem pontos de vistas diferentes em relação aos mesmos objectivos, atropela os Estatutos do Partido, subverte a democracia interna.
Nesta conformidade, nós mulheres e homens angolanos militantes da UNITA exigimos o seguinte:
1- A demissão do Dr. Isaías Samakuva da Presidência da UNITA, pois, a sua liderança atropela os documentos reitores da UNITA, está a dividir o Partido e perigando a vitória eleitoral da UNITA;
2- O Dr. Isaías Samakuva perdeu, doravante, a legitimidade e a confiança dos militantes, assim como a idoneidade moral de conduzir a organização do XIº Congresso do Partido;
3- A criação de uma Comissão Independente para a realização do XIº Congresso da UNITA. Esta comissão deve ter como coordenador Eng.º Ernesto Mulato, coordenador adjunto, o General Paulo Lukamba Gato, e Secretário o senhor Rafael Massanga Savimbi;
4- A referida comissão deve conduzir o Partido até a eleição e tomada de posse da nova Direcção da UNITA, capaz de defender os princípios de Muangai, garantir o cumprimento escrupuloso dos Estatutos e unir o Partido em Direcção à vitória eleitoral nas próximas eleições;
5- Apelamos à todos dirigentes, quadros, militantes, simpatizantes da UNITA, assim como as angolanas e angolanos que se batem contra a intolerância politica, social e económica; autoritarismo, nepotismo, a longividade de mandatos, etc. a juntarem-se à esta causa e acção, pois, nós acreditamos ser essencial para a vitória das forças democráticas e do bem em Angola;
6- Em defesa de conquistas que custaram muito suor e sangue à heróis como Mkipa Mvita, Mandume, Nginga Mbande, Holdem Roberto, Agostinho Neto, Jonas Savimbi, Salupeto Pena, Nfulumpinga Nlando Victor, Ricardo de Melo, Ngalangombe, etc., rogamo-nos no direito de realizar manifestações públicas para salvar a Angola. Pois, não há nações democráticas sem partidos verdadeiramente democráticos.

Luanda, 20 de Julho de 2011

Pelos proponentes
__________________
Do memorando constam assinaturas de nomes como de General Chiuale, Rubem Sikato, Lukamba Gato, Abel Chivukuvuku, e muitos outros que prometemos trazer em próximos de informação neste portal.
Lembro que um dos militantes em entrevista exclusiva este portal quando falava sobre a vida da UNITA, considerou débel a actuação de IS.
Leia na íntegra a intrevista de Ululi Sakaita “Savimbi”.
O militante do Galo Negro, Ululi Sakaita “Savimbi”, um dos filhos de Jonas Savimbi, líder fundador deste Partido apela a realização do congresso neste ano.Ele que falou em entrevista exclusiva a este portal pediu aos militantes e compatriotas do partido em que militam à terminarem com o samakuvismo.
UNITA de hoje e a UNITA de ontem, que apreciação fazes?
Ululi Sakaita “Savimbi” – A minha apreciação é a seguinte: para começar, eu vou voltar um pouco atrás. A UNITA é uma família acima de tudo com ideais fixas, a UNITA foi criada com o objectivo de que se revejam nele.
A salvação da raça negra e oprimida com os seus pontos de programa altamente diferentes do MPLA-PT, coisa que hoje não vemos nada, a UNITA tornou-se igual ao MPLA. Mas achamos que não para muito tempo.
Fala desta forma por ser da UNITA ou por ser filho do fundador da UNITA?
Ululi Sakaita “Savimbi” – Por ser angolano acima de tudo e ser da UNITA.
É o mesmo sentimento da família? Ou seja, teus irmãos, a sua mãe e a única irmã de Doutor Savimbi?
Ululi Sakaita “Savimbi” – Eu falo por mim e acho que eles não estão longe deste pensamento. Este é o meu ponto de vista.
Onde está o maior problema no vosso Partido? Ou seja, da UNITA?
Ululi Sakaita “Savimbi” – Nada mais nada menos na Direcção do Partido.
O que propõe como saída?
Ululi Sakaita Savimbi – A saída neste labirinto, nós e muitos outros, como seguidores do projecto Muangai, devemos dizer não ao samakuvismo e o seu próprio elenco. Precisamos de uma liderança congregadora.
Acha que o Congresso é importante para o sucesso da UNITA?
Ululi Sakaita “Savimbi” - Sim. Porque o Congresso faz com que agente tome um novo rumo para as próximas eleições 2012.
Um apelo a sociedade e aos militantes do vosso Partido.
Ululi Sakaita “Savimbi” – Caros militantes do nosso glorioso partido UNITA, não devemos baixar os braços porque afinal de conta a UNITA não é o Presidente Samakuva, mas sim, a UNITA somos todos nós. Por isso devemos defende-lo com as nossas vidas se for necessário. Porque o Galo Negro não vai tardar a cantar para um dia melhor, já viemos de longe, já passamos em dificuldades maiores, até vida dos nossos queridos irmãos ficaram, já não estamos longe. “Força e Coragem” é o nosso lema.
Angola24horas: Faça-nos lembrar, Ululipaga as quotas regularmente no partido?
Ululi Sakaita “Savimbi” – Sim e com muito orgulho
Ululi Sakaita “Savimbi” é filho da mãe Catarina como é carinhosamente chamada pelos mais próximos, esposa oficial de Jonas Savimbi.
C. M.
Angola24horas.com






sexta-feira, 22 de julho de 2011

Críse de liderança na Unita é um retrocesso para a democracia angolana


Hoje, 22 de Junho de 2011, a actual direcção da União Nacional para Independência Total de Angola (Unita) cessa o seu mandato e a partir de amanhã, a direcção será ilegítima enquanto a mesma não convocar o tão esperado congresso dos maninhos.

ANGOLA24HORAS

A críse de liderança na Unita é um passo de retrocesso para a democracia angolana após 9 anos da chamada paz, porque a democracia em Angola depende estreitamente do bem estar interno dos principais partidos políticos.
Se a Unita não consegue arrumar a sua própria casa, é natural que os angolanos estejam cépticos com o tipo de liderança que essa formação política pode propocionar ao país.
A críse interna da Unita, sendo o partido da oposição com mais assentos no sistema legislativo, afecta a incipiente e diminuta democracia angolana por haver violações dos princípios democráticos que o partido julga aderir.
Sendo o principal partido da oposição angolana, a Unita, que se reve como uma formação política alternativa para governar Angola, deve reflectir sem óbvias sombras de dúvidas, os princípios de liberdade, união, transparência e democracia, se ainda sonha em um dia ser o elemento crucial na direcção deste país que tanto clama por esses valores.
Infelizmente, embora que a Unita profetiza valores democráticos, o partido, actualmente practica o jogo sujo e ditatorial do MPLA por censurar, intimidar, agredir os seus próprios militantes e infelizmente despois de hoje, o líder da Unita, Isaías Samakuva, passa a assemelhar-se ao ditador José Eduardo dos Santos pela sua ilegitimidade no poder.
Quais são as razões da não realização do congresso que pode garantir uma transição ou continuidade de liderança de forma democrática? Quão grave são estas razões que levou a demissão do secretário para informação da Província do Uige? Porque que vários secretários provinciais (JURA, Lima e do Partido) prometem se demitir caso não se convoque o congresso para este ano? Porque razão a direcção da Unita censurou a JURA a não debater o assunto sobre a realização do congresso na sua reunião em Benguela? Porque que o secretário-geral da JURA, Mfuca Fuacaca António Muzemba, está a ser victimizado por tomar tal iniciativa? Porque razão o militante Joaquim Muafumba Icuma, ex-ministro, foi agredido por dizer que Isaías Samakuva “já deu tudo que tinha para dar”? O porque que a direcção da Unita não se pronuncia no assunto mas impede outros a questioná-lo? Não é isto autocracia? Não é isto violação de direitos de liberdade de expressão?
Depois da longa guerra civil em Angola, muitos à nivel nacional e internacional têm percepções horríveis acerca da Unita pela propaganda que o MPLA fez ao longo dos anos e, actualmente o partido dos maninhos tem tido a tarefa difícil de convencer as mentes o contrário de tudo o que foi dito à seu respeito mas estes incidentes recentes torna difícil as pessoas acreditarem que a Unita é realmente um partido político democrático como alega.
Noutro lado, a razão pela qual convoquei a manifestação do dia 7 de Março deste ano, não foi precisamente pelo facto de que José Eduardo dos Santos está no poder à 32 anos mas sim porque apesar da extrema miséria e a ditadura existente em Angola, dos Santos não mostra índices de transição legítima, transparente e democrática do poder político em Angola após 9 anos da chamada paz.
Do mesmo modo que pode ser explicável a não transição política concreta durante os horríveis 23 anos de poder de graça de José Eduardo dos Santos que terminou pela morte do malogrado Jonas Malheiro Savimbi, os longos anos de liderança da Unita por Jonas Savimbi também podem ser explicados e entendidos no contexto de guerra que assolou tudo e todos no território angolano.
O debate de quem foi o real culpado pelos 27 anos de guerra civil em Angola, é assunto a ser debatido noutra ocasião mas os longos reinados, tanto de Jonas Malheiro Savimbi, como de José Eduardo dos Santos até 2002, embora dolorosos, foram anos de confrontos políticos interpartidários onde intencionou-se a democratização de Angola mas que infelizmente terminou nesta autocratização em que vivemos hoje.
Hoje, no tal dito tempo de paz onde felizmente os princípios democráticos paulatinamente estão a fazer-se sentir, o silêncio da direcção da Unita quanto ao congresso, desvaloriza os esforços democráticos evidados e questiona as verdadeiras intenções dos líderes desta formação política.
A actual direcção da Unita tem a obrigação moral, profissional e patriótica de esclarecer as razões na qual não se realizou o congresso da Unita até o dia de hoje, tanto aos militantes do seu partido como a Nação Angolana em geral e, o partido deve imediatamente marcar a data para a realização das mesmas vistos que cessou o mandato da actual direcção.
Lembrem-se que o mundo moderno cansou-se de criar homens-deuses e optou por estabelecimento de instituições democráticas superiores à qualquer líder.
O esclarecimento e a realização do congresso não é um favor a ser feito a ninguém mas um dever patriótico obrigatório pela democrácia e transparência de Angola e de quem se acha dígno do voto e confiança do povo angolano.
Em Anonimato NP Aangola24horas

Elogio fúnebre ao ditador que ceifou duas vidas, mas que permanecem vivas nos nossos corações


Tantas vidas para viver
Mas confesso que não sei qual delas escolher
A de paciente foi a que mais me fez sofrer
E a de ficar só, nunca soube porquê
Como o livro da sabedoria aberto mas que ninguém lê
Deito-me para dormir
Mas não consigo, quem consegue? Se levantar, caminhar?
Sempre com a polícia antiterror a rondar
E não consigo satisfazer nenhum dos meus desejos
Há um que consigo. Pego na minha guitarra, e dedilho-a

Quero viver! Não quero mais sofrer!
Quero viver! Não quero mais sofrer!
Quero viver! Não quero mais sofrer!

Gosto de pairar por sob as altas montanhas
E sentir-me livre, como uma águia
Porque também sou uma majestade
Uma deusa eterna, uma estátua de jade
E no meu magnífico voo, para os meus desejos vou
Eu sou a Terra, os oceanos, os olhos do Universo
Já vi tudo passar pelos meus olhos
E no entanto ainda não me cansei
Mas tenho a certeza adquirida
Que do meu sonho imposto despertarei

Quero viver! Não quero mais sofrer!
Quero viver! Não quero mais sofrer!
Quero viver! Não quero mais sofrer!

Já ando nisto há quarenta anos, séculos, milénios
e raramente vi justiça exemplar
pelo contrário, habituei-me ao mundo
da injustiça triunfar
por mais que ande, sulque nas avassaladoras multidões
nunca deixo de lamentar, amargurar os inocentes
campos verdes, primaveris crianças nos turbilhões
pedófilos de olhares maliciosos, maldosos
até já extinguiram as asas das borboletas
preferem-nas obsoletas

Quero viver! Não quero mais sofrer!
Quero viver! Não quero mais sofrer!
Quero viver! Não quero mais sofrer!

Uma das vidas que me mais tem feito sofrer
É o amor que até agora nunca consegui ver
Alguém me pode mostrar onde o encontrar?
Mas juro que hei-de caminhar
E quando finalmente o apanhar, vou-lhe amarrar
Assim ele nunca mais se vai afastar
É que o amor é assim, chega rápido e vai
Como se nunca existisse
Continuo nesta longa caminhada
Na luta, no destino final, pelo amor resignado

Quero viver! Não quero mais sofrer!
Quero viver! Não quero mais sofrer!
Quero viver! Não quero mais sofrer!

Tantas vidas para viver
Mas confesso que não sei qual delas escolher
A de paciente foi a que mais me fez sofrer
E a de ficar só, nunca soube porquê
Como o livro da sabedoria aberto mas que ninguém lê
Deito-me para dormir
Mas não consigo, quem consegue? Se levantar, caminhar?
E não consigo satisfazer nenhum dos meus desejos
Há um que consigo. Pego na minha guitarra, e dedilho-a

Quero viver! Não quero mais sofrer!
Quero viver! Não quero mais sofrer!
Quero viver! Não quero mais sofrer!

Brevemente encontrarei o ditador sem poder
a falecer. Ele não deixa ninguém viver
espoliou-nos tudo, até a terra, os cemitérios
não temos onde falecer
Ó ditador, muito em breve nos encontraremos
Eu, rodeado pelos jasmins
e tu, pelas chamas do teu inferno

Elogio fúnebre a dois militantes do BD-Bloco Democrático, assassinados pela Polícia no Cacuaco, Luanda, e que até agora a Polícia guarda silêncio, como se fosse um acto normalíssimo assassinar quem quer se seja.

Lições para a cidade do Kilamba. Sousa Jamba



Em Maio, estive na Zâm­bia, onde assisti a uma conferência de desen­volvimento da província noroeste deste país, que faz fron­teira com Angola.

Aquela provín­cia tinha, de repente, passado a ser uma região com vastas reservas de cobre e outros minerais, e os indí­genas queriam que uma boa parte das receitas vindas destes recursos permanecesse na sua zona.

A certo momento, alguém levantou-se e disse: «Temos que seguir o exemplo de Angola. Em Angola hoje há cidades melhores que Nova Iorque!». O homem pe­gou numa imagem da Cidade do Kilamba e disse a todos: «Isto aqui não é nos Estados Unidos; isto é Angola! Vocês sabem porque é que quando os angolanos batem com o murro na mesa e os brancos tre­mem? Os angolanos quando com­pram aviões não compram avione­tas da Checoslováquia que andam com petróleo; eles vão à Boeing e dizem: ‘Queremos vinte dos vos­sos últimos aviões já, senão, vamos para a Airbus’. Temos de aprender sonhar alto como os angolanos!».

Notei, durante a conferência que a publicidade que o governo de Angola tinha encomendado na CNN – Luanda com ruas limpís­simas e atraentes graças a efeitos especiais de computadores - tinha marcado mesmo muita gente. Na­quele meio zambiano, Angola era vista como um país para se admi­rar.

Depois, durante a mesma confe­rência, uma senhora levantou-se e disse que Angola era exactamente o exemplo que a província noroes­te da Zâmbia deveria evitar. Uma das coisas que sempre admirei nos zambianos é a sua abertura de espírito: os participantes na conferencia ouviram atentamente a senhora que estava a fazer crí­ticas duras ao governo angolano, tomando notas e, no fim, fazendo-lhe ainda mais perguntas.

A essência do argumento da se­nhora era de que certos aspectos do desenvolvimento actual de An­gola baseavam-se mais num desejo de querer dar nas vistas, sem cui­darem de elaborar uma profunda avaliação da sustentabilidade, a longo prazo, de tais projectos.

Na semana passada, falou-se muito, em vários canais da diás­pora angolana, da nova cidade no Kilamba Kiaxi. Ao ver imagens e ouvir sobre esta localidade, lem­brei-me da intervenção da senhora zambiana naquela conferência.

Há muito que os angolanos poderiam mesmo aprender dos zambianos. De 76 a 1984 vivi na Zâmbia. Em Lusaka, moráva­mos sempre nos bairros mais po­bres – Marapodi, Kaunda Square, Mutendere – onde alugávamos quartos, sendo as casas de banhos partilhadas por centenas de pesso­as. Eram locais onde a música alta não parava de tocar, onde o cheiro de repolho a ser cozinhado mistu­rava-se com o cheiro de esgotos. O meu sonho era um dia poder sair daquela fetidez. Sonhávamos com o Kabwata Estate, um bairro cons­truído para profissionais médios - professores, contabilistas, oficiais do exército, etc.. O Kabwata Esta­tes era tão atraente que havia mes­mo pessoas que chamavam aquilo de Berverly Hills da África - Bever­ly Hills é uma zona em Hollywood onde certas vedetas vivem.

Naqueles dias, o governo mu­nicipal de Lusaka fazia tudo para garantir que os jardins públicos e as estradas fossem bem cuidados. Lembro-me que havia famílias que viviam nos nossos bairros horrí­veis que iam ao fim-de-semana passar algum tempo nos parques do Kabwata Estate. Para muitos de nos, isto era um outro mundo bas­tante agradável.

Estive ausente da Zâmbia por quase vinte anos; ao regressar a Lusaka, tive um verdadeiro cho­que quando, perto do Instituto Nacional de Administração Públi­ca, as casas que eu sempre admirei, construídas no estilo «bungalô», haviam desaparecido. Lembro-me que havia vezes, durante a minha infância, que ia naquela área só para a apreciar as casas feitas por gente que acreditava que uma re­sidência poderia, também, possuir qualidades estéticas. Onde existia relva e flores havia agora lavras de batata-doce. É que essas ca­sas tinham sido construídas para quadros superiores que tinham na mente que teriam empregados; ha­via, então, uma secção para empre­gados. Os empregados trouxeram, então, as suas numerosas famílias que, para sobreviverem, começa­ram mesmo a cultivar no parque. E onde havia narcisos amarelos passou, de repente, a haver planta­ções de mandioca. Na vizinhança havia, agora, o que os zambianos chamam de «ntembas» ou peque­na lojas, tipo quiosques, onde se vende massa de tomate, pastilhas, sardinhas, cremes para clarificar a pele, preservativos, antibióticos, cartões para telefones celulares, entre outras quinquilharias.

O Kabwata Estates tinha, tam­bém, se transformado numa au­têntica aldeia desorganizada. A certo momento, o governo munici­pal de Lusaka vendeu as casas aos seus inquilinos a um preço muito baixo. Isto era uma forma do parti­do no poder, o MMD, angariar vo­tos. Os donos dessas casas deixa­ram de cuidar delas. O que era um bairro requintado transformou-se em algo altamente desagradável.

Lembro-me que quando viví­amos em Kaunda Square, havia a tradição de se festejar o momento em que uma menina começasse a menstruar (ukuwa ichisungu, como se diz). Esta cerimónia resul­tava em batucada e dança que du­rava toda a noite. Os que gostavam de beber na nossa área tinham sempre uma escolha – havia as cerimónias de chisungu e os óbi­tos. Na Zâmbia, a noção de «pato» não existe; todos eram bem-vindos para comer e beber. Os zambianos que viviam no Kabwata Estate – professores, oficiais do exército, al­tos funcionários públicos etc. – já não se davam a essas cerimonias com as suas batucadas nocturnas. Para eles, antes as festas tinham de ser feitas num salão como a Nakatindi Hall. Hoje, na KabwataEstate, há batucadas nocturnas. Os lindíssi­mos apartamentos do passado es­tão degradados; onde havia janelas de vidro passou agora a haver pa­pelões. Os jardins já não existem. E há lavras por todo o lado. Muitas casas não são pintadas há anos. O alcatrão já não existe em certas es­tradas que estão cheias de buracos.

Numa noite, quando estive re­centemente na Zâmbia, levei de carro o meu amigo que estava bêbado ao edifício em que vivia no Kabwata Estate. A esposa dele, que estava a me dar instruções ao telefone, disse-me para eu parar mesmo em frente do edifício perto da entrada porque a lavra de mi­lho que havia por lá era perigosa já que certos gatunos se escondiam nela para assaltarem as pessoas. Isto no Kabwata Estates, local em que, em1979, era tão chique que até directores de grandes multi­nacionais viviam lá. Espero que a Cidade do Kilamba, da qual se está a falar tanto, não ser transforme, eventualmente, num Kabwata Es­tate.

Temos aqui, porém, uma coi­sa que não é tão desagradável. Os bens sucedidos na Zâmbia evitam locais como o Kabwata Estate e vivem agora em vivendas com vas­tíssimos terrenos. Em Lusaka, pas­sei uma tarde com a senhora Mau­reen Delhi Bhuku, que foi amiga da minha falecida irmã, a Noémia, com quem cresci na Zâmbia. A Se­nhora Maureen vivia no Kabwata Estate, mas agora tinha deixado aquele bairro e comprado uma vastíssima vivenda em IbexHill, perto da gigantesca embaixada americana.

Na vivenda da Senhora Mau­reen, havia relva, muitas flores, e um jango lindíssimo. O jardineiro da Senhora Maureen tinha muito orgulho no seu trabalho. Ela disse-me que muitos casais jovens gosta­vam tanto da vivenda dela que vi­nham lá para casar; outros vinham só para tirar fotografias, já que havia lá um ambiente que não pa­recia ser africano. A senhora Mau­reen disse-me que havia muita gente que queria alugar os anexos na sua vivenda, mas que sempre se recusou porque queria evitar o fenómeno do Kabwata Estate, em que uma zona com bastante qua­lidade se transformou num bairro de grande confusão.