Antes que ele desapareça da face de Angola e da Terra.
E os perversos fogem quando não perseguidos. Provérbios 28:1
As chamas dos desejos acorrentados invadem as nossas almas e os nossos corações sedentos, nunca saciados de amor.
A vida parou, abandonou-nos e o amor também. Para quê tecer considerações supérfluas, se o amor perdido jamais volta, jamais se reencontra.
Por todo o lado se vê o desespero daquilo em que acreditámos durante as aspirações das nossas vidas. Até no amor que não nos deixou sobras.
Oh! Como são vitalícios os inenarráveis caminhos, esconderijos do amor. Assim como as plantas crescem e florescem, assim o amar o amor se rejuvenesce.
Em todos os momentos se desvendam perante os nossos olhos os segredos das mutações constantes que originam a vida. Tudo é composto de mutações, mas o amor não, é imutável.
Dantes a chama do amor não se apagava, porque o amor a alimentava. Hoje somos incapazes de garantir o combustível que mantenha o que resta dessa chama. O amor apaga-se.
Houve um tempo em que o amor impunha o poder, o seu esplendor. Hoje em dia, o amor adulterou-se tanto, que de tão corrompido que está, se fala abertamente: os dois, o corruptor e o corrompido do amor.
Dantes as portas do amor abriam-se espampanantes, de par em par. Agora fecham-se hermeticamente porque já não existe nada nem ninguém para amar.
Parafraseando: qual é o caminho mais curto para chegar no seu doce coração?
Ainda parafraseando: o mundo tem sete maravilhas, toda a gente o sabe. E você sabe qual é a oitava? Não sabe?! A oitava maravilha é você meu amor.
A vegetação estremecia docemente. Caía-lhe uma suave bátega de água que a enlevava, se precipitava nos suspiros candentes do amor.
Porque não deixam os sedentos do amor se libertarem? Porque perseguem os oprimidos do amor? Porque se faz amor às escondidas, enclausurados em quatro paredes? Os possuídos pelo amor serão também perseguidos e finalmente será decretado: o amor é a verdadeira, pura religião.
As nossas actividades diárias cansam-nos, mas o amor faz-nos incansáveis, apaga-nos o peso das nossas almas. Fazer amor é construir felicidade, e libertar-se da servidão humana. É o êxtase do abraço divino.
Quando todos os caminhos das nossas vidas se infestarem de amor, e os campos voltarem a florir, e a harmonia da Natureza outra vez reluzir, significa que as condições impostas para o regresso triunfal do amor se cumpriram.
O navio do amor deslizava convincente na oceânica superfície marítima. Não sulcava a água, nela pairava imparável na paisagem infinita, onde o tempo não existe. Qual Triângulo das Bermudas com mais um ângulo, o amor.
O amor nunca faz cerimónias, nunca se faz anunciar. Quando chega, abre-nos as portas de par em par. E proclama-nos: cheguei, não vou mais parar, e para sempre aqui vou ficar, eternamente morar.
Quando dois olhares se cruzam cúmplices, e interpenetram-se nos profundos laços da inconsistência, como corações ardentes, ansiosos, descontrolados, é o amor que chegou.
E apenas provamos a nossa pequenez, perante o gigante que é o amor. É uma luta desigual porque o amor sai sempre vencedor.
Juro que te amarei para sempre! É a primeira promessa que os enlevados fazem ao amor. O amor não vive de promessas, mas de sonhos desfeitos.
Nas emboscadas que o amor faz, não há exércitos que se lhe comparem. O amor é o mais poderoso exército e não há forças que o derrubem.
O amor exerce-nos uma perseguição implacável. É a sua missão, capturar os corações apaixonados e prendê-los nos seus perfumes.
Não brinques nem nunca atraiçoes o amor. Porque ele arde de ódio, e rebenta de violência indescritível. É que o amor não é solitário.
Oh! Como são inevitáveis as tragédias do amor. A bela Helena de Tróia fez a guerra do amor. Como ele é tão avassalador e destruidor. Nunca provoques a ira do amor.
Enquanto existir o amor, a escravidão nunca acabará. Somos os eternos escravos do amor. Sempre submissos à sua lei que contém apenas um artigo: nunca finjas que amas porque desencadeias forças poderosas e misteriosas.
O amor está escondido nos nossos corações e nas nossas mentes. De repente revela-se, e tudo se transforma à nossa volta, como que por artes mágicas.
Imagina um país sem amor. Essa nação cairá em desgraça. Onde não há amor, o Apocalipse é sempre o vencedor. Os ditadores não amam, compram, corrompem o amor, obrigam-nos a amá-los. Um país sem amor está no rumo certo do suicídio.
Nos tempos gloriosos fazia-se tudo por amor. Agora, quotidianamente, compra-se e vende-se tudo em nome do amor.
Dantes subíamos as escadas do amor cheios de contentamento, sem esforço, felizes porque escravos dele. Hoje, totalmente desesperançados, de tanta frustração adquirida, perdemos as forças e não conseguimos dizer, amo-te!
Dantes, fazíamos do amor uma fortaleza de fidelidade, de harmonia, e o amor correspondia, manifestava-se nos nossos corações. Hoje fugimos do amor, como se fosse o nosso pior inimigo.
Os tempos mudam, o amor também. Nestes tempos da democracia do amor, ele também vai a votos. Até fizeram do amor mais um partido político.
Naqueles tempos áureos vivia-se o amor sem barreiras. Agora, o amor está tão vulgarizado, como qualquer mercadoria, que até já contrabandistas de armas o vendem.
E depois de muito brincar, de se cansar, a criança corre: espera-a o amor da sua mãe.
Mantenham a chama da vela do amor acesa. É a única, a última coisa que nos resta. Portanto, andem à vela.
O melhor brinquedo que podes dar a uma criança é outra criança.
Se com amor conseguires conquistar as populações, nunca perderás uma guerra e ganharás as eleições.
São visíveis os esforços dos governos para colocarem as populações na miséria.
Quem não tem estofo para político, também não tem fortaleza para qualquer embate. E varrer as ruas de uma cidade não é indigno para ninguém, muito pelo contrário, porque é onde jazem as impurezas do amor.
O amor é o calor que derrete tudo o que está congelado.
Mas, os escritores, poetas e jornalistas servidores da corte/principado angolana, nunca serão uma coisa nem outra.
Porque no Facebook:. «Uma amiga e colega jornalista do único diário do país confidenciou-me hoje que os jornalistas do Jornal de Angola estão proibidos de acederem ao Facebook. Em pleno século XXI isso pode-se?»
O dia do regresso triunfal do amor.
Parece que o amor desliza por entre as nossas mãos, perdido. Há grandiosas manifestações a exigirem que procuremos o amor.
Incontáveis multidões partem no seu Graal, mas em vão. Ninguém sabe onde ele pára, onde está. E todos se cansaram, desinteressaram de o encontrar. E surgiu o boato de que o amor afinal é uma quimera.
Na tentativa dele se lembrarem, um rei apaixonado mandou construir o Taj Mahal à sua amada, para que o amor lá se guardasse, lembrasse. Um templo eterno ao eterno amor.
E assim o amor não se perdeu, vive, revive na esperança de que não pereça.
E contudo, o amor anda por aí muito distraído, fingido, ultrajado, odiado.
Que Alá ilumine sempre o teu olhar, o teu coração e a tua alma. Que Alá te dê mil anos de felicidade.
O amor está encontrado, brilha como a semente do Universo que nos mostra o caminho para chegar até ele.
Alá é o amor. Ama Alá e amarás o amor.
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