quinta-feira, 7 de junho de 2012

Raul Danda responde calunias de José Ribeiro



Luanda -  De repente fiquei famoso no Jornal de Angola. Exactamente como em 2008, em plena fase de campanha para aquelas eleições fraudulentas que tiveram lugar nos dias 5 e 6 de Setembro. Começa a ser hábito que se repete de forma perfeitamente cíclica, quando estamos a escassos momentos de um pleito eleitoral. Aqueles que não sabem jogar limpo (porque nunca conseguiram aprender a fazê-lo), jogam porco e baixo e lançam mãos a tudo, num verdadeiro “tudo vale”.

Fonte: JÁ Club-k.net
A “fotografia” do MPLA, no poder desde 1975, está irremediavelmente manchada em todo o país, mas em Cabinda de forma especial, pela especificidade de Cabinda e pela forma habilidosamente mais desastrosa como se desgoverna aquela província, comparativamente com os outros pontos do país (mesmo se difícil estabelecer quem consegue fazer pior). Parece que o aproximar de eleições dá-me direito a ver o meu nome (e fotografia) com uma frequência impressionante no infelizmente único diário do país.

De repente fiquei famoso: rico e uma espécie de senhor da guerra (ou quase isso), em determinadas entrevistas; padre, noutras; mauzão em certos artigos; contra o apoio aos cidadãos.... tudo num ápice. Num estalar de dedos. Num abrir e fechar de olhos. E há quem não acredite em milagres.....

Vem isso a propósito do artigo publicado no Jornal de Angola, edição de ontem, segunda-feira, 4 de Junho, na página 3 sob o título bombástico “Deputado da UNITA Raúl Danda faz ameaças ao Jornal de Angola”.

Anteontem, Domingo, 3 de Junho, a jornalista (?) do Jornal de Angola, Adelina Inácio, ligou para mim a pedir que eu reagisse, em nome do meu partido (UNITA) ao facto do Ministro dos Assuntos Parlamentares convocar os Partidos Políticos e Coligações de Partidos Políticos para uma reunião, no quadro da verba que o Executivo vai atribuir a esses partidos e coligações de partidos, na fase de preparação das suas candidaturas às eleições de 31 de Agosto. Como a Adelina tem falado comigo várias vezes, sugeri-lhe que entrasse em contacto com o Dr. Alcides Sakala, na qualidade de porta-voz da UNITA.

Aproveitei, entretanto, no quadro da aproximação que temos tido, para, em mera conversa, lhe exprimir o meu desapontamento pelo facto de o Jornal de Angola estar a dar-se ao exercício pouco digno de colocar prisioneiros de guerra, em Cabinda, a atacarem certas pessoas como os padres Jorge Congo e Raúl Tati, bem como Félix Sumbo, Alexandre Sambo, Belchior Tati e eu próprio, entre outros. Sabia-se que se tratava de pura maquinação que visa tapar alguns “buracos” provocados pela péssima governação no país de modo geral, mas em Cabinda de modo particular, atacando com o intuito de intimidar as pessoas que sabem serem grandes mobilizadoras da sociedade cabindense. Falei do trabalho pouco digno que está a ser desenvolvido por José Ribeiro, chefe desse Jornal (que não devia ter vergonha da sua raça porque eu também vergonha da minha), já que tenho conhecimento, por indicações dadas por profissionais do Jornal de Angola, que ele tem feito papel de alguém que pretende ser mais papista do que o Papa, em termos de militância no MPLA, chegando a exercer uma censura tal (ilegal, diga-se) até em artigos escritos por militantes desse partido como é o caso dos meus colegas João Melo e Adelino de Almeida, este último que até o ajudou na ascensão dentro do Jornal de Angola.

Só não esperava que a “colega” Adelina Inácio pudesse dar mostras de tanta falta de profissionalismo a ponto de publicar, nas edição do dia seguinte à nossa conversa um artigo com tantas mentiras. Em conversa que mantive hoje ao telefone com ela, a Adelina Inácio jura de pés juntos que não foi a autora desse texto barato, mal escrito e mentiroso, e que isso teria sido obra de um colega seu com quem teria partilhado o conteúdo da conversa mantida comigo no domingo, logo a seguir. Mas foi a mesma Adelina Inácio, que cobre as actividades da Assembleia Nacional, que, no dia 23 de Maio último, após a reunião plenária que aprovou a Lei Orgânica de alteração da Lei 36/11, de 21 de Dezembro, fez aquele artigo nefasto, falso, falacioso, mentiroso, que engana os cidadãos, fazendo-os crer que os militares, polícias, bombeiros, membros da segurança do Estado, etc., passariam a votar em massa, em votação antecipada e em urnas especiais; que os eleitores poderiam votar sem cadernos eleitorais; que haveria voto no exterior do país supervisionado por funcionários de embaixadas e consulados, etc., etc., etc. É também ela que, após o desmentido/esclarecimento feito pelos partidos políticos na oposição, com assento parlamentar, não se dignou corrigir a gralha do Jornal de Angola. A pergunta é: como acreditar?

A nossa “cara” “colega” devia saber que, quando se fazem citações, estas devem ser cópia fiel das palavras ditas pela pessoa citada. Ora, Poderá ela ou o seu Jornal de Angola provar que eu tivesse dito que “o vosso jornal está a publicar matérias que não são feitas pelo jornalista Adalberto Ceita...”, quando eu nem sei quem é a alma que responde por esse nome? Poderá esse jornal provar que eu tivesse, em algum momento, dito coisas como “digo-vos para terem muito cuidado”? ou que “o vosso jornal é um jornal de brancos”?

Alguém como eu, com algum conhecimento da lei e da lógica, poderia, em algum momento dizer que “o ministro (dos Assuntos Parlamentares) não tem nada que reunir com os partidos políticos porque não é deputado”? E em que é que esse jornal se baseia para afirmar que eu estaria contra o apoio aos cidadãos?

Fico com a impressão nítida que há quem esteja interessado em transformar o Jornal de Angola, o único diário do país que vive os dinheiros de todos nós, num panfleto qualquer, muito provavelmente lutando contra tudo e todos para ver se chega a Ministro da Comunicação Social. Todos podem ter essa outra ambição. Mas é preciso que isso se faça com dignidade, inteligência e transparência, sem trepar pelas costas de outras pessoas. Os relatos que recebemos do interior do próprio Jornal de Angola dão conta até de actos de desrespeito total pela Ssenhora Ministra da Comunicação Social, o que não é salutar. Deixem de dizer mentiras porque o espaço existente no Jornal de Angola pode bem ser preenchido apenas por verdades.

Peço ao Jornal de Angola que, com o mesmo destaque, publique este artigo para que a verdade seja reposta. Ou vão, mais uma vez, pisotear a Lei Angolana?
Raúl Danda - Deputado à Assembleia Nacional


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