O antigo primeiro-ministro angolano Marcolino Moco disse hoje que os
dirigentes portugueses devem estar atentos aos investimentos angolanos
injustificados em Portugal, porque "não é assim que vão reforçar as
relações profundas" com Angola.
Em declarações à Agência Lusa, em Maputo, Marcolino Moco defendeu que
"as pessoas já começam a não aceitar discursos moderados" sobre a
natureza do regime angolano, e aproveitou para mandar um recado a Portugal.
"As pessoas começam a não aceitar discursos moderados. Esta
mensagem que vá para Portugal, que continua a permitir que a filha do senhor
Presidente [José Eduardo dos Santos] compre tudo o que há por lá - 20 por cento
de um dos maiores bancos que está lá - sem se pedir explicações de onde é que
está a sair o dinheiro", disse.
Classificando como "altamente perigosa" a intenção,
manifestada em 2012, pelo grupo Newshold de compra da RTP, o antigo
primeiro-ministro angolano [1993-1996] disse ainda que não é dessa maneira que
os dirigentes portugueses conseguirão reforçar as relações com Angola.
"Mando este recado: isso [compra da RTP pela Newshold] é altamente
perigoso e que não façam isso, por favor. Não é desta maneira que os dirigentes
portugueses vão reforçar as nossas relações profundas, de sangue e irmandade,
para o futuro", sublinhou o académico.
Marcolino Moco encontra-se em Maputo para participar na
"Conferência Internacional Sobre Governação da Economia Extrativa" em
Moçambique.
LUSA
ANGOLA24HORAS
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