terça-feira, 8 de abril de 2014

Jesuíta é assassinado na manhã desta segunda, na Síria


Às 8h da manhã desta segunda, 7, homens armados agrediram de maneira brutal o sacerdote jesuíta,  o padre Van der Lugt, 80. De acordo com informações dos confrades ele foi arrastado e morto com dois tiros na cabeça.

Por Rosinha Martins
www.crbnacional.org.b

Padre Van fez opção de morar entre os sitiados da parte antiga de Homs, centro da Síria.. Na cidade de Homs onde escolheu viver entre os pobres não há mais comida e a esperança não mais existe.  Não obstante a situação de miséria e o baixo número de católicos, Van nunca pensou deixar aquela cidade. "Eu dirijo um mosteiro. Como poderia deixá-lo? Posso abandonar os cristãos? É totalmente impossível" disse à AFP, via internet. E acrescentou: "O povo sírio me deu tanto, tanta amabilidade, tanta inspiração, e tudo o que possuo. Agora que sofre, devo compartilhar sua dor e suas dificuldades”.
Desde 1990 padre Van vive na Síria. Estudou árabe por dois anos, no Líbano. 'Quando fala de seu país adotivo, os olhos brilham por trás dos óculos’ relatou repórter do Correio Braziliense em matéria de fevereiro de 2014.
Padre Van relatou também que na destruição de Homs desapareceram dezenas de milhares de cristãos, restando apenas 66. Eu sou o único padre e o único estrangeiro que restou. Mas não me sinto um estrangeiro, e sim como um árabe entre os árabes", disse sorrindo.
"Eu não vejo as pessoas como cristãs ou muçulmanas. Vejo-as primeiro e, sobretudo, como seres humanos", declarou. As delegações reunidas nos grandes hotéis de Montreux ou Genebra "falam de nós, mas não vivem conosco. Elas deveriam falar do que nós pensamos, e não do que lhes convêm", protestou, referindo-se às negociações de Genebra II entre representantes do regime sírio e da oposição que terminaram sem resultados.
Ao divulgar a notícia,  o porta-voz do Vaticano Padre Federico Lombardi, sj, discorreu sobre as virtudes do padre Van. "Morre assim um homem de paz, que com grande coragem, numa situação extremamente perigosa e difícil,quis permanecer fiel àquele povo sírio ao qual desde há muito tempo vinha dedicando a sua vida e o seu serviço espiritual. Onde o povo morre, morrem com ele também os seus pastores fiéis. Neste momento de grande dor, exprimimos a nossa participação na oração, mas também grande brio e gratidão por termos tido um confrade assim tão próximo aos que mais sofrem, testemunhando até ao fim o amor de Jesus". 
Fonte: Radiovaticana.va/Correio Braziliense

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