sexta-feira, 15 de junho de 2012

Gaspar Luamba raptado no interior da universidade Jean Piaget, em Viana


Luanda – Simulação ou talvez qualquer coisa a mais. Na verdade é que o activista Gaspar Luamba foi fisicamente agredido e, supostamente, raptado durante três largados horas, na última quinta-feira, 14, por voltas das 12 horas, por quarto indivíduos – que suspeitam-se ser da SINSE – no interior da Universidade Jean Piaget, localizada no município de Viana, em Luanda.


Fonte: Club-k.net
O ex-preso político do regime, foi interceptado, na altura, quando literalmente lutava para terminar uma das provas. “Mandaram-no chamar e quando este chegou os raptores procuraram confirmação a sua identidade questionando: você é mesmo o Luamba? e, inocentemente, ele respondeu que sim", contou Mbanza Hamba.

De seguida Gaspar Luamba, segundo a nossa fonte, procurou interar-se do que se passava naquele momento, seus raptores responderam: “ainda não tens, mas terás dentro em breve, acompanhe-nos”.


Ao redarguindo perguntando: “para onde me levam?” um dos raptores, rapidamente, agrediu-o com duas bofetadas, aconselhando o mesmo não apresentar qualquer tipo de resistência. “Alguns estudantes ao testemunhar o sucedido tentaram partir contra os raptores, mas infelizmente, eles conseguiram escapar levando o Luamba consigo num carro de marca Prado e tiraram o pé”, descreveu.


Argilosamente, a vítima enviou uma mensagem telefónica ao seu companheiro Mbanza cujo conteúdo descrevemos “Estou mal”. Ao acusar a recepção o mesmo, meio preocupado, decidiu ligar ao remetente (Luamba) e falaram em apenas cinco segundos. “Ele, simplesmente, disse-me que a situação estava crítica e desligou o telefone”, referiu, acrescentando “ sem entender, de facto, o que se passava informei aos outros companheiros e eles tentaram ligar para o terminal de Luamba, mas infelizmente não atendia”.


Três horas mais tarde os raptores decidiram libertar o activista. E o mesmo revela que foi levada para dentro dos estaleiros da empresa de construção civil Odebrecht, localizado algures da via expressa (sentido Viana/Benfica), onde foi posta numa sala onde havia em amostras matérias de torturas como: alicates, facas e armas de fogo. “Luamba conta que a única agressão física que sofreu foi às bofetadas que apanhou ainda na Universidade Jean Piaget”, garantiu a nossa fonte.


O activista, de acordo coma a nossa fonte, descreveu o líder dos raptores como sendo meigo e educado. “Por muitas vezes evitou que ele fosse torturado fisicamente, enquanto os outros três ameaçavam lhe arrancar as unhas para falar a verdade”, enfatizou.


Os raptores colocaram várias questões à vítima tipo: “Quanto é que a UNITA e a CASA-CE vos pagam para fazermos o que têm feito?”; “que tipo de apoios externos recebem?”; “quanto é que vocês querem?”; “onde é a residência do Mbanza?”; “a esposa de Carbono e a suposta viagem que este planear fazer...”. Deixando bem claro que os conheciam perfeitamente. 
De acordo ainda com a nossa, os malfeitores – descritos como gente finos, socialmente, bem apresentados com físicos normais – exigem que os apresentem uma contraproposta, caso ao contrário optariam por métodos drásticos, garantindo-lhe que “nós vamos partir para acções muito drásticas e não haverá lei que vos defenda”. 
Por fim os activistas apelam à intervenção urgente da sociedade. “As nossas vidas correm grande perigo e a qualquer altura poderão ouvir que estamos todos mortos, por isso é bom que a UNITA, a CASA-CE e outras forças políticas saibam que podemos ser mortos em qualquer altura”, alertam, ironizando “se realmente vocês nos apoiassem nós estaríamos todos ricos, sem multas para liquidar nas faculdades”.

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