sábado, 9 de junho de 2012

MPLA reage mal a saída de filhos de Mendes de Carvalho



Lisboa - O histórico dirigente do MPLA, Agostinho Mendes de Carvalho, foi nos últimos dias alvo de chamadas telefônicas por parte dos seus partidários que  visaram pedir-lhe "explicações" sobre a apresentação de dois filhos seus como candidatos às eleições de 31 Agosto, na lista da CASA-CE, a nova coligação liderada por Abel Chivukuvuku. O veterano político é descrito como tendo estado “muito em baixado” pela repercussão que o assunto está a ser gerido pelos seus partidários.

Fonte: Club-k.net
Uanhanga Xitu sob tensão
A reacção de “desagrado” do regime tem sido manifestada por iniciativas singulares que encaram como  um “duro golpe” para o MPLA tendo em conta o peso político que Mendes de Carvalho representa dentro do partido. Foram inclusivo registrado ressalvas elucidando como motivação das duas deserções o problema de liderança que o partido no governo observa.

De acordo com aclarações, o MPLA não se surpreenderia com a saída do general Manuel Paulo Mendes de Carvalho “Pakas”, que agora se apresenta como cabeça de lista da CASA-CE pela província do Bengo, tendo em conta as suas posições públicas dentre as quais a “desorientação da linha política” e a política de repressão contra manifestantes. Já a saída do Almirante André Gaspar Mendes de Carvalho “Miau” era a menos imprevisível razão pela qual é a que mais está a precipitar o sentimento de “duro golpe”.

O Almirante “Miau” era até o início do ano em curso o emblemático director Nacional da Defesa para Relações Internacionais do Ministério da Defesa. Foi exonerado do cargo pelo ministro Candido Van-Dúnem sem ter sido  avisado  e para o seu lugar foi nomeado o  general José Luís  Higino de Sousa.

O sentimento de “dor” que as duas deserções estão a causar no regime é sentida no tratamento que os órgãos de comunicação do governo deram ao assunto. A edição desta sexta-feira do Jornal de Angola saiu-se com o titulo “Candidato da CASA é almirante no activo”, apresentando o Almirante “Miau”  como “o  director nacional de Relações Internacionais do Ministério da Defesa Nacional”. O tratamento do único diário em Angola foi encarado como uma acção destinada a criar confusão na mente do leitor ou para causar a impressão de  que o mesmo ainda estava nas mesmas funções de “director do ministério da Defesa” e que se estava diante de um  acto reprovável.

Sobre o mesmo assunto, a edição do telejornal da TPA, de quinta-feira (7) fez  algo idêntico. Ao apresentarem Abel Chivukuvku a anunciar em conferência de imprensa, a cerca do número dois da lista de candidato da CASA-CE, a televisão cortou quando ele fazia introdução da figura do Almirante “Miau” sem que os  telespectadores pudessem compreender de quem se trava. Por seu turno,  a agencia Angop ao publicar sobre o assunto noticiou que Chivukuvuku foi retificado como candidato pela CASA-CE tendo entretanto omitido  a figura que está destinada o segundo lugar da lista, a que corresponde a condição de candidato a vice-presidente.

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