Ouve-se o despertar dos pardais, por quanto tempo mais?
Os regimes repressivos esquecem-se de uma coisa muito simples: quanta mais repressão e terror, mais resistência criam, e originam o estado latente de revolta na população. Até que chega o ponto ómega limite. Não é assim que sempre sucede? E a conversa é sempre a mesma: de que somos os garantes da estabilidade, quem se manifestar vai apanhar, que somos um país com um governo democraticamente eleito com quase cem por cento de votos dos eleitores nas urnas, etc., etc.
O Egipto era muito poderoso, e os seus dirigentes não concebiam tal coisa, e aconteceu, sempre acontece.
Neste campo de concentração, qualquer chefe de campo é garantia de estabilidade, numa revolução sempre em marcha de quase cinquenta anos, que os chefes não sabem como vai acabar, mas nós, os sem futuro, sem terra, sem casa, sem petróleo, sem diamantes, enfim, os desta cabana do Pai Tomaz sabemos. Mais, os prisioneiros neste arame farpado, sabem-no muito bem. Nas câmaras dos palácios ouvem-se com deleite as notícias palacianas. Nos miseráveis guetos, escutam-se os noticiários especiais das ruas, dos esgotos na companhia inseparável dos ratos. E este é um palácio com milhões de deserdados, esfomeados, sempre em prontidão combativa.
São eles que depois dominam as ruas da miséria, e fazem o poder soçobrar.
Os países não dependem de pessoas, dependem isso sim, da justiça das suas leis. Se a justiça funciona, tudo bem. Se em contrário, as pessoas que governam, os corruptos, fazem-no falsamente para enriquecerem, e como tal, mais dia, menos dia, vergonhosamente cairão.
Imagem: sessao.wordpress.com
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