quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

É dado como possível sucessor de Eduardo dos Santos. Manuel Vicente “eternamente” na Sonangol


Luanda (Canalmoz) – O PCA da Sonangol foi reconduzido. É formado em Engenharia pela Universidade Agostinho Neto. Nos últimos anos a Sonangol catapultou-se para a actividade de pesquisa e produção. Hoje transformou-se numa companhia de forte expansão internacional.
O presidente do Conselho da Administração da Sonangol, EP, Manuel Domingos Vicente foi reconduzido no cargo por deliberação do Conselho de Ministros. Há duas semanas foi laureado como gestor do ano numa distinção da consultora Deloitte, no âmbito dos prémios Sirius.
A recondução foi antecedida de conjecturas e até especulações, algumas delas alimentadas pelo próprio Manuel Vicente. Recorde-se que em Março, o PCA da Sonangol, em declarações exclusivas ao Novo Jornal, anunciou a intenção de se retirar em Outubro de 2011. Na altura considerou ainda ter “chegado ao topo”. “É preciso sair no momento certo e não ser obrigado a sair”, frisou. O anúncio público, sem aviso prévio, deixou o mundo do petróleo espantado.
Mas o mundo da política também se agitou – o cargo de PCA da Sonangol é, acima de tudo, um cargo de confiança política. A intenção de Manuel Vicente logo suscitou reacções.
Uma delas era mais ou menos óbvia e vinha de encontro ao contexto pré-eleitoral que se vai vivendo no país: Vicente estaria a ser preparado para assumir um lugar de destaque junto da Presidência da República, como candidato e cabeça-de-lista do MPLA ou mesmo como número dois e possível Vice-Presidente.
Por essa altura, a sucessão de Manuel Vicente na liderança da Sonangol chegou a ser disputada por algumas figuras de proa ligadas à companhia.
Contra todas as expectativas, Manuel Vicente viu-se reconduzido no cargo pela terceira vez, depois de em 1999 ter sucedido a Joaquim David, actual ministro da Indústria, Geologia e Minas. David teve ainda uma efémera passagem pelo Ministério dos Petróleos.
A Sonangol, na era anterior a Manuel Vicente, era uma empresa remetida ao papel de concessionária e distribuidora de combustíveis. No consulado de Vicente, a Sonangol catapultou-se para a bem sucedida actividade de pesquisa e produção.
Hoje transformou-se numa companhia de forte expansão internacional, com representações e negócios em vários países da Europa, América e Ásia.
Os seus tentáculos se estenderam inclusive à banca, sobretudo a portuguesa, e foi também sob tutela deste gestor que a companhia estatal de petróleos se envolveu em projectos de vulto, nomeadamente no ramo imobiliário, em que pontifica a edificação da cidade do Kilamba, entre outros projectos.
Manuel Vicente nasceu em Luanda, a 15 de Maio de 1956. É enquadrado numa realidade social que corresponde ao perfil da classe média da capital angolana da década de 50. Mostrou muito cedo “aptidões desportivas e chegou a jogar futebol no Benfica de Luanda”, segundo um consultor sénior que acompanhou o percurso do presidente da Sonangol.
Formou-se em Engenharia pela Universidade Agostinho Neto e seguiu o percurso dos quadros superiores do partido no poder, o MPLA. De 1981 a 1987 chefiou a divisão de engenharia da Sonefe – Sociedade Nacional de Estudos e Financiamento.
De 1987 a 1991 dirigiu um departamento técnico do Ministério da Energia e Petróleos. Entra depois na Sonangol, onde está há 22 anos, 12 dos quais como presidente. É igualmente consultor do GAMEK – Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza (do sector eléctrico), é vice-presidente da Fundação Eduardo
dos Santos e presidente da operadora de telefonia móvel, Unitel.
Entre os anteriores responsáveis da Sonangol, nem Hermínio Escórcio (hoje diplomata), nem Desidério Costa, nem Albina Africano (assessora especial do Presidente da República), e nem Joaquim David (actual ministro da Geologia e Minas e Indústria), “ficará na história económica angolana com a mesma projecção que terá Manuel Vicente, independentemente do que possa vir a ser a sua futura carreira política”, diz um gestor, citado por um jornal português.
O conselho de administração da Sonangol tem ainda como administradores executivos Baptista Muhongo Sumbe, Sebastião Pai Querido Gaspar Martins, Mateus Morais de Brito, Anabela Soares de Brito Fonseca, Fernando Joaquim Roberto, Francisco de Lemos José Maria, e como não-executivos José Guime, André Lelo, Albina Faria de Assis Africano e José Paiva. (Hortêncio Sebastião, com a devida vénia do Canalmoz)
Imagem: Sobre o seu futuro, Manuel Vicente aventou as possibilidade de dirigir ...
jornaldenegocios.pt


Sem comentários: