sábado, 31 de dezembro de 2011

Angola. Eduardo dos Santos reconhece que "objectivos essenciais" ainda não foram cumpridos


Pretória (Canalmoz) – Em discurso de fim-de-ano, o chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, reconheceu que a erradicação da fome, da pobreza, do analfabetismo e das injustiças sociais constituem "objectivos essenciais" que não foram ainda alcançados. Todavia, manifestou-se esperançado num "futuro melhor" e na capacidade dos angolanos em "vencer todas as dificuldades, mesmo os problemas mais complexos e difíceis".
Acrescentou que "permanecem por realizar alguns dos nossos objectivos essenciais, tais como erradicar a fome, a pobreza e o analfabetismo, as injustiças sociais, a intolerância, os preconceitos de natureza racial, regional e tribal", disse.

Para o presidente angolano, embora haja a registar resultados positivos, "ainda há e haverá sempre, como é natural, por causa da evolução e do crescimento, aspectos e problemas a requererem mais atenção e resolução prioritária nos domínios da educação, saúde, habitação, emprego e do fornecimento de água e energia".

Para ultrapassar as debilidades defendeu que o Estado, a sociedade civil e o sector privado "devem continuar a conjugar e a aumentar os seus esforços com o objectivo de corrigir o que está mal, melhorar o que está bem, criar coisas novas onde for necessário, para aumentar" a capacidade de resposta e satisfazer as necessidades da sociedade.

Quanto ao futuro, José Eduardo dos Santos acredita que será melhor. "Por mérito próprio conseguimos alcançar tudo aquilo que queríamos. Com determinação, coragem, firmeza e grande vontade de vencer conquistámos a independência, e mais tarde a paz, construímos o nosso Estado e estamos a desenvolver o país em democracia", frisou.

Destacando que a sua mensagem de Ano Novo é de "esperança e confiança", o presidente angolano salientou que "tudo requer tempo para ser feito".

Relativamente ao facto de em 2012 estar agendada a realização de eleições gerais, salientou o facto de estarem a ser criados os "mecanismos legais" para que estas sejam "bem organizadas, transparentes e justas". Sem se referir à decisão que irá tomar sobre a candidatura ao cargo, caso seja o primeiro nome da lista do MPLA às eleições gerais, José Eduardo dos Santos lembrou faltarem ainda oito meses para o escrutínio.

Relativamente às mudanças em curso noutras latitudes, e depois de referir que o mundo está em "constante transformação", em que salientou ser "compreensível" o desejo de todos aspirarem a uma mudança para melhor nas suas vidas, José Eduardo dos Santos chamou a atenção para, no caso de Angola, a história recente ensinar "que o processo de mudança pode ser brusco e radical ou evolutivo e suave, por fases". "Os processos radicais provocam rupturas e grande desorientação inicial com consequências sociais graves. As mudanças que decorrem através de processos democráticos e pela via do diálogo, da compreensão mútua, da convivência pacífica e do estrito cumprimento da legalidade, garantem estabilidade social e política", concluiu.
(Redacção / LUSA)
Imagem: Informações fornecidas pelo Padre Pio Wacussanga:
deortegasepalanga.blogspot.com

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