No Sábado, 03 de Dezembro, ao meio da manhã, vinha eu para a UCAN, e o trânsito estava de certo modo congestionado. A certa altura, na Rua Pedro de Castro Van-Dúnem ouço por detrás de mim o soar de sirenes que imaginei serem da Polícia. Ou talvez de alguma ambulância, ou de algum chefe apressado em ir para algum sítio, talvez com enorme vontade de regressar à casa? E fui assim pensando..., até que passa por mim um batedor da polícia montado numa moto. Lá esta todo ele muito afoito a afastar-nos, para alguém passar. Mas, nós também tínhamos os nossos afazeres. Eu, por exemplo, ia para o meu local de trabalho. Reparei, então, que o polícia motorizado estava a escoltar 2 autocarros transportando pessoas equipadas com vestes e os símbolos do MPLA. E lá nos afastámos todos, deixando passar a caravana que, afinal, vim a saber, se dirigia a um comício do MPLA a ter lugar no Lar do Patriota. E veio-me à cabeça o seguinte pensamento: "Será que o nosso país possui duas polícias distintas? Uma polícia que varre literalmente todos aqueles que se pretendem manifestar pacificamente contra o regime, ou protestar contra as condições degradantes da vida dos pobres, e outra polícia que transporta praticamente ao colo aqueles que se dirigem aos comícios do MPLA, relegando para o lixo os nossos direitos de cidadania (diga-se, transitar livremente) quando nos dirigimos aos nossos locais de trabalho ou de residência. Fiquei, de facto, confuso, pois um país com duas polícias distintas é um barril de pólvora... Alguém me pode ajudar a entender este fenómeno: duas polícias com práticas diametralmente opostas num mesmo país e para com o mesmo povo... Ou será que já somos dois países e dois povos diferentes?
In Justino Pinto de Andrade. Facebook
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