quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Renamo ameaça tomar o poder à força em Moçambique



Quelimane (Canalmoz) – A Renamo, através da respectiva chefe de informação nacional, Maria Joana João, reafirmou ontem, em Quelimane, capital da Zambézia, que vai realizar uma manifestação nacional, antes do natal, dia da família, em Moçambique. Ela fez este pronunciamento, nas suas palavras, por orientação do presidente da “perdiz”, Afonso Dhlakama, que elaborou uma estratégia de tomar o poder por meio de uma revolução que conduza a Renamo ao poder.
Com efeito, o pronunciamento de Maria João foi feito numa reunião aberta que juntou membros e simpatizantes da “perdiz” na sede provincial da Renamo em Quelimane. Todavia, ela revelou os termos da estratégia esboçada pela Renamo e disse que passa pela tomada do poder através de ataques porta-a-porta a membros da Frelimo e do seu aparelho, designadamente secretaries dos GDs.
Ela adiantou que o povo será informado oportunamente sobre a data do incio da revolta, bem assim os procedimentos que a população deverá obedecer quando surgir a ordem para o início da “revolução”.
“Por exemplo, os anciãos pegar-se-ão e lutarão entre si, os jovens entre si, os adultos idém”, afirmou Maria João.
“O presidente Dlhakama é quem trouxe a democracia para este país, mas nem a Frelimo nem os observadores o tem tomado a sério, mesmo algumas pessoas que bem o conhecem apelidam-no de bandido armado”.
“Meus irmãos quero vos informar que a Frelimo não quer democracia, por isso exclui os soldados da Renamo que tinham sido integrados no exército, além de que querem alterar a constituição sem antes promover a consulta popular”, observou.
Ela advertiu os presentes naquele evento que devem preparer esconderijos para os menores em lugares seguros, para que não sejam vítimas das atrocidades da Polícia e da Frelimo. “Quando começarem as manifestações se um de vocês derrubar o secretário do bairro, toma logo o poder”, disse Maria João.
De acordo com Maria João, “Afonso Dhlakama já esgotou a sua paciência”. Nos dezanove anos, após a assinatura dos acordos gerais de paz, Dhlakama já suportou manobras da Frelimo que se comprometeu a seguir a risca o Acordo Geral de Paz, mas na prática correu com os soldados da Renamo que integraram as forças de armadas Moçambique, marginalizando-os.
“A Renamo jamais irá participar em eleições, pois todos os escrutínios realizaram-se em meio a um clima de fraude, protagonizada pela Frelimo”. São ainda palavras da chefe nacional de informação da “perdiz”. “Acompanhamos que à entrada de Quelimane a Frelimo já colocou militares, mas não temos medo deles, pois no passado a Renamo combateu contra os zimbabweanos e tanzanianos, e vencemo-los”, frisou Maria João, para quem em Janeiro do próximo ano será o início de uma nova etapa na vida nacional, com novo governo.
Entretanto, Maria João também afirmou que “Moçambique já não existe como país, foi vendido aos entrangeiros, entre eles monhés, chineses e nigerianos, que saqueiam a madeira e tem a economia nacional em suas mãos, enquanto que o grosso dos nacionais está na miséria”.
“As nossas crianças sentam no chão, enquanto o país é rico em madeira. Isto acontece aqui na Zambézia, província muito rica”, afirmou.
A reunião juntou numeroso publico, sobretudo mulheres. Foi muito concorrida.(Adelino Timóteo)

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