domingo, 29 de novembro de 2009

A Epopeia das Trevas (66). Aretha Franklin


E de glória me glorifiquei quando a Aretha santifiquei

e no seu halo me cantou. Espiritualizou o reino

Da Rainha da minha alma. Não canta para nós

Encanta Deus

Ela transferiu-me a dimensão da Paixão do esconderijo evangélico

Quando enfrentamos problemas, redobremos

Cantemos, cantemos

Os governantes oprimem os povos

Queremos uma resposta, não duvidamos da aposta

da intolerância da fome. Governar é esfomear

E os espirituais são uma Aretha de alerta

As vozes tão celestiais, tão, tão… espiritualmente Negras

Deus ofereceu a distinção negra à melodiosa Negra

Com voz tão imortalizada, tão celeste

Se essa voz é o Céu, quero ir já para lá

Há dois Céus: um do Senhor, outro da Aretha

Adoro ambos

Aretha segredou-me o porquê do sorrir, do estender do seu dedo:

«Indico o bom caminho da Redenção. Só há um Deus

no Caminho do abrir um sorriso no meu dedo»

Embeveci-me, acho que me clarifiquei muito bem:

«Aretha! É fácil apontar para a degradação moral e social

mas o nosso olhar rebaixa-se perante quem governa tão mal»

Experimentámos um barco pacífico a remos e remámos

No lago de águas remadas, acalmadas, aclamadas

E o Senhor evangelizou as águas angélicas. Pregou aos jasmins

e as águas muito suavemente agitaram-se

Intensamente penetradas, perfumadas. E revelaram-se

e possuíram todo o vivente. E todos rejubilaram

Deus existe sim senhor! Revelou-se

Aretha Franklin, encomenda do hino da festa especial de Deus

E o Mestre das Estátuas deu-lhe som e tom, esculturou-a Universal

Imagem: http://img.timeinc.net/time/time100/images/main_franklin.jpg

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