domingo, 29 de novembro de 2009
A Epopeia das Trevas (65). Tatiana Rusesabagina
O feitiço do Ruanda uniu-nos
quando abracei a minha querida amiga Tatiana Rusesabagina
Resta sempre a lembrança da Ocidental matança
Que as guerras dos negros só a eles pertencem
Têm o direito ancestral adquirido de se matarem como bem entenderem
É a guerra deles, é entre eles. Que se matem, que óptimo!
Exterminarem-se! Quantos mais melhor porque incomodam muito
São desvios da civilização, convertidos à força, à forca do cristianismo
Como sempre os Brancos fugiram
Deixaram, abandonaram nas ruas feitas de pó
Que não se comoviam perante os necrotérios
Cemitérios ao ar livre, improvisados
Massacrados, esquartejados, assim ficaram os corpos, e os seus restos
abandonados. Desprotegidos, entregues ao sol que no solo os requeimava
decompunha-os. Parecia tudo tão irreal, como sementes lançadas à terra
sem estar lavrada. Agricultores loucos que plantam cadáveres
e aguardam que nasçam plantas para renovar, continuar a matar
Estimular o ódio para que sirva de pretexto ao genocídio
e depois apelidá-lo de Estados Bárbaros
Antes eram as cruzadas para libertar Jerusalém
Agora são para libertar Negros, e todos os dias há
Cruzadas negras, matanças de pagãos
Cadáveres espalhados, habituados porque perderam
a importância, ganharam o desprezo da abundância
A África Negra é um Ruanda diário
Os campeões da democracia são perenes na convivência
Conveniência, apoiam as ditaduras amigas que garantem a sua sobrevivência
É como a literatura militante, defende o passado
Obscurece o presente, elimina o futuro
Somos nómadas, passamos o destempero a fugir dos tiros
e das catanas
Somos alimento para chacais, hienas, e abutres
E os partidos políticos partem-se na mama, da dinheirama
Há muitos brilhos, mas os sonhos permanecem escuros, obscuros
Imagem: http://www.blackfilm.com/i3/movies/h/hotelrwanda/010_l.jpg
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