sábado, 7 de novembro de 2009

O Cavaleiro do Rei (70). Perdemos a capacidade de nos revoltarmos.




A burocracia no aeroporto para levantar pertences pessoais, ou de empresas: Ninguém está interessado em desenvolver modernas técnicas para desalfandegar, ou facilitar os serviços de atendimento ao público.
Primeiro pela falta de conhecimentos técnicos. Um curso de informática ainda custa muito dinheiro. O reino Jingola não está para perder tempo com estas coisas, o que todos querem é sopas e descanso.

Um computador ainda dá cabo da cabeça das pessoas, utiliza-se mais para jogos. Quem está há muito tempo numa máquina de escrever não vai querer um computador. Isso trás dores de cabeça. Mantendo a burocracia com uma resma de papéis, é o venha amanhã, venha depois, consegue-se cansar o cliente de tal modo, que ele começa a perceber que tem de entregar algum dinheiro pelo menos em três funcionários. Melhor ainda é enviar uma moça insinuante e sensual, dessas de mini-saia muito curta e fazer promessas que: logo vou ter contigo na tua casa.

Em mais um debate nacional, irracional, costumam utilizar a palavra bonita workshop para promover qualquer pessoa, que claro, vai facturar muito alto. Quem lucra com isso são sempre os mesmos. Creio que desde a independência já aconteceram milhares de circunstâncias idênticas. Nunca colhemos nada, porque nada teimosamente plantámos. Queremos colher antes de semear. E isso não resulta. Resulta apenas para meia dúzia de iluminados.

Desta vez é sobre a habitação. Engendram uma projecção que ainda não aconteceu. Nunca acontecerá. E depois, que devemos fazer assim, vamos fazer assim. Mas como?! Se já está tudo feito. Depois de tudo destruído, querem reconstruir. Uma torre, que se vai chamar torre do Carmo. Com cinco pisos subterrâneos, que deveria ser construída no vice-reino do Huambo, ou no Lubango. Pobres visionários, que nunca percorreram os caminhos do mundo.

Crédito à habitação com entrada elevada, pagamento em prestações em cinco ou dez anos. De acordo com a especulação imobiliária.
O fascista e colonialista português Salazar, construiu bairros para os de baixa renda. Com entrada inicial simbólica e pagamento em prestações durante vinte anos.
Ainda temos a aprender algo sobre os ditos bons ditadores. E que tal estudarmos o que faz o líder líbio Kadafi? Será que ele é o melhor líder mundial? E Fidel Castro? Não acham, que apesar das vicissitudes por que passamos, apesar de tudo, eles nos dão um bom exemplo de como evitar a fome? Vivam os reinos Petrolíferos!

Infelizmente os ditadores, quaisquer que sejam, não gostam de intelectuais. Mas a questão é não passar fome. É bom reconsiderar. Esta é a divisão do mundo actual, que nos leva às trevas medievais. Perdemos a capacidade de nos revoltarmos. A globalização controla os nossos passos e os nossos cérebros quando nascemos. Somos máquinas globalizadas, controladas. Perdemos a capacidade de decisão. Devido a isso já não conseguimos, como antes, espelhar a nossa revolta.

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