quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Doadores cortam financiamento do combate ao HIV-SIDA em Moçambique



Dizem que não vêem resultados nos programas implementados

Diariamente são registados em todo território nacional mais de 500 novas infecções, o que para os doadores é um número elevado num país que anualmente recebe acima de 600 milhões de USD, para financiar iniciativas de prevenção do HIV-SIDA.

São cerca de um milhão e seiscentos mil pessoas que vivem com HIV-SIDA, de acordo com os dados do Ministério da Saúde.

Maputo Canalmoz) - Os doadores internacionais que financiam diversas iniciativas do combate ao HIV-SIDA em Moçambique acabam de anunciar que vão cortar drasticamente o seu apoio aos programas de combate e prevenção a esta pandemia no país, devido aos resultados na implementação de programas de prevenção que segundo eles não têm sido satisfatórios.
Segundo Diogo Milagre, vice-secretário-geral do Conselho Nacional do Combate à SIDA (CNCS), os doadores justificaram a tomada desta medida pelo facto do seu esforço não estar a surtir os efeitos desejados, uma vez que os níveis de contaminação em Moçambique continuam assustadores.
Para tentar minimizar o impacto desta medida, as autoridades moçambicanas estão, neste momento, a desencadear uma série de campanhas de mobilização de fundos, tendo em conta que diariamente são registados em todo território nacional mais de 500 novas infecções, o que para os doadores é um número elevado para um país que anualmente recebe acima de 600 milhões de dólares americanos, para financiar iniciativas de prevenção a esta pandemia.
“Os doadores dizem ainda que não se justifica, por exemplo, que haja pessoas que abandonam o tratamento antiretroviral devido à falta de apoio alimentar num país que recebe avultadas somas de dólares para financiar iniciativas de combate ao HVI-SIDA”, referiu Diogo Milagre.
São cerca de um milhão e seiscentos mil pessoas que vivem com HIV-SIDA, de acordo com os dados do Ministério da Saúde, sendo que apenas uma parte beneficia de tratamento antiretroviral.
Deste grupo de pessoas, 95 por cento o seu tratamento é financiado pelos doadores, daí que, para Diogo Milagre, esta redução poderá provocar uma catástrofe no país, elevando o número de mortalidade de vítimas do SIDA no país.
Recentemente, o Fundo Global anunciou o cancelamento da “ronda 11” por alegada falta de fundos, o que, na óptica de Diogo Milagre, é um acto sem precedente na história, apesar desta organização prometer criar mecanismo transaccional no combate à malária e tuberculose.
Esta é uma situação que poderá agravar cada vez mais o problema do HVI-SIDA, caso o Governo moçambicano não procure adoptar medidas acertadas no combate a esta pandemia considerada como a primeira causa de mortalidade em Moçambique.
Neste momento, o nível de seroprevalência em Moçambique é de 11,2 por cento e as províncias de Gaza e Sofala são as que apresentam índices de 25%, mais do que as outras regiões do país. (Raimundo Moiane)

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá... pelos vistos anda tudo a dormir...