sexta-feira, 18 de março de 2011

Também em Moçambique os governantes andam aterrorizados com a reacção que o Povo possa vir a ter


Face ao aumento do custo de vida e pobreza crescente. Aires Ali apela ao povo a não se revoltar
Maputo (Canalmoz) – As revoltas no mundo árabe estão a preocupar todos os governos, principalmente os da África sub-sahariana onde os níveis de pobreza tendem a aumentar ao mesmo tempo que cresce uma estrita burguesia ligada aos poderes que enriquece dia-a-dia apesar da dita crise. Moçambique não é excepção. O primeiro-ministro Aires Ali já manifestou a sua “preocupação” dando nota de que também em Moçambique os governantes andam aterrorizados com a reacção que o Povo possa vir a ter perante os excessos dos governantes que não param de abusar do erário público, como foi o caso mais recente detectado, do próprio presidente do Conselho Constitucional, com ontem acabou rendendo-se à pressão da sociedade civil, demitindo-se. Ontem, no seu discurso de encerramento do debate entre o Governo e os parlamentares na Assembleia da República, Aires Ali apelou ao povo moçambicano a continuar “calmo e maravilhoso”.

A certa altura Aires Ali disse ser preocupante que teimem no que chamou de “discursos incendiários” com que tentam “desviar” a atenção do povo para “agendas estranhas”.
O PM chegou mesmo a apelar para os deputados, órgãos de comunicação social e demais segmentos da sociedade civil a serem “vigilantes” de modo a “neutralizarem” quaisquer tentativas de aproveitamento e manipulação da população para “instigar desordem”.
Aires Ali não quer o povo nas ruas e diz que “todos unidos” “venceremos a pobreza”.
A questão que se coloca é se os que vivem faustosamente dos impostos dos cidadãos estão unidos aos cidadãos que dia e noite sentem a pobreza, com a falta de educação, falta de transportes, falta de assistência sanitária, falta de habitação, falta de água, falta de comida, entre outras patologias de que o povo padece há já longos anos sem qualquer esperança ao mesmo tempo que arrogantemente se pavoneiam à sua frente, em verdadeiros actos provocatórios, elites que usufruem abusivamente de fundos do Estado que se alega serem insuficientes para questões fundamentais e de interesse urgente. (Redacção)

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