segunda-feira, 21 de março de 2011

TSUNAMI. PARA ALÉM DA FICÇÃO CIENTÍFICA


Durante quase toda a minha vida, sonho de vez em quando com uma imagem que se repete: vejo tudo inundado de água, e no local onde me encontro há apenas um pedaço de terra com uma árvore e algumas rochas visíveis. Para onde olho só vejo água. Não sei explicar a origem de tal visão. Também nunca o confessei a ninguém, mas interpreto-a como uma mensagem não sei vinda de onde. Agora parece que já a entendo, depois do tsunami do Japão. A Terra desaparecerá debaixo de água?
Todas as desgraças que acontecem aos outros povos, os nossos bajuladores incentivadores da destruição de Angola e dos angolanos, juram-nos que as calamidades dos outros nunca aqui chegarão, e que apesar de tudo, com ou sem corrupção, com fome ou sem ela, com miséria ou não, com os desvios dos biliões de dólares, que Angola é um jardim do paraíso, a felicidade eterna dos angolanos. Mas desgraçadamente omitem, ou fingem, que Angola está a ser despedaçada pela chuva intensa, e que aí há uns quatro anos, acho que muito mais, ainda não se refez, reparou, dos estragos das chuvas anteriores.
Luanda, já tem uma central nuclear: que, com os milhares de geradores à deriva, e os milhões de litros de combustíveis armazenados para os abastecer, não me surpreende que a qualquer momento tenhamos uma explosão, que em reacção em cadeia, será equivalente a quantas não sei centrais nucleares. E quando não há energia eléctrica, o que é já também uma instituição nacional, os apagões sucedem-se. A energia eléctrica é de tão baixa qualidade, voltagem insuficiente, os geradores trabalham e enviam fumo tóxico para a atmosfera, quase como uma fuga de radioactividade, que nos mata lentamente. Só isto creio que é suficiente para colocar este governo no TPI, Tribunal Penal Internacional, pois que se estão marimbando para a nossa saúde, se vivemos ou morremos. A única coisa que lhes interessa é a radioactividade do dinheiro do petróleo.
E os padres sempre sintonizados no aproveitamento da miséria inventam, que é um castigo divino porque já ninguém liga aos ensinamentos Dele, do Altíssimo, do Glorioso. E vai daí, Deus castiga com grandes catástrofes quem não o segue. Como é possível viver com um deus assim, tão destruidor, tão vingativo, tão infernal? Vê-se logo que só pode ser uma das muitas estúpidas invenções de homens doentios, maldosos, de oportunistas que querem viver faustosamente, espoliando esmolas dos pobres infelizes a quem impõem o analfabetismo para os subjugarem e escravizarem. Sim, porque só entra no reino dos céus quem é escravo deles.
Não sei se conseguirei dormir esta noite, como nas outras, neste quase quarenta anos de poder cadavérico. De mortos perdidos e pendidos por toda a Angola. E o cortejo fúnebre prossegue. Este poder da morte tem fábricas, e a matéria-prima é as nossas vidas. Assim, amanhã, em mais este campo de concentração nazi, quem conseguirá milagrosamente dele escapar com vida?
«Previsões do Pentágono, (inicialmente relatório muito secreto) por Vera Helena Tanze. vhct@uol.com.br
Fevereiro de 2004. Segundo as previsões mais recentes dum relatório do Pentágono, dão conta que nos próximos 10 a 15 anos o Mundo atravessará um período de grandes transformações planetárias devido a catástrofes com uma intensidade nunca vista pelas alterações climáticas bruscas que poderão ceifar a vida de milhões de pessoas em poucos anos, associados a guerras e conflitos generalizados numa luta desigual pela sobrevivência.»
E lá vem esta realidade ultrapassada do que vimos em filmes de ficção científica. Como se tudo isto fosse um sonho, uma visão, de tal modo que as imagens são de tal intensidade, que o nosso coração, os nossos sentidos desfalecem, porque não querem aceitar a verdade. E depois reconsideramos: estamos fritos, e na pior das perspectivas não escaparemos aos cataclismos que virão a seguir. As notícias recolhidas da imprensa internacional são simplesmente aterradoras, instigam-nos ao pânico. «O maior terramoto da história do Japão. Lugares que há quatro dias estavam nos mapas desapareceram. Rússia assegura que nível de radiação no país é normal. Putin: Especialistas russos descartam «ameaça global» nuclear. O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, afirmou hoje que os especialistas têm a certeza de que as avarias das centrais nucleares no Japão causadas pelo terramoto de sexta-feira não constituem uma «ameaça global» nem representam perigo para o território russo. Reunião urgente em Bruxelas sobre segurança nuclear. Suíça suspende projectos de centrais nucleares. Tóquio pede ajuda à Agência Internacional de Energia Atómica. Explosão em central nuclear pode acontecer na Europa. Os níveis de radiação nas regiões do extremo oriente da Rússia, próximas ao Japão, que enfrenta várias avarias em centrais nucleares após o devastador terramoto de sexta-feira passada, estão dentro das categorias normais, informaram esta segunda-feira as autoridades russas. O incêndio no reator 4 da central nuclear Fukushima 1, a nordeste de Tóquio, libertou substâncias radioativas para a atmosfera, afectando igualmente 30 mil chineses. Fukushima foi já decretada zona de exclusão aérea.»
Quando nos apercebemos que os dias são curtos, é porque atingimos o cume da maturidade. E cada vez mais os dias se nos diminuem, e nós, gastos pelo tempo da idade que parece nos pesa como chumbo. E então, pretendemos realizar num curto espaço de vida o que não conseguimos no longo trajecto que percorremos. Mas mesmo assim não desistimos, e tentamos o ardor final. Fortes ou fracos como o destino? Talvez nunca o saibamos. Viver é sonhar com o inconstante poder que nos desgoverna, nos consome. E os políticos cometem os mesmos erros. Até que já ultrapassaram a escala da idiotice, e nós abandonamo-nos ao sabor das suas políticas sem senso. Até que acabamos na miséria moral, social e económica. Há democracias que nada mais são que um puro descalabro.
Durante o dia fazemos muitos desejos para o outro que não cumprimos. E igualmente no seguinte. Fazemos promessas a nós mesmos que não valorizamos. Não somos honestos com a nossa alma. E lentamente sentimos destruir-nos. E renovamos as promessas a nós mesmos que insistimos em não cumprir. Creio que é a isto o que se chama ainda brincar de viver.
Para quê insistir nos modelos das cidades se lá impera a desordem, o roubo, o crime organizado e as catástrofes ambientais. Andamos sempre no receio de a qualquer momento sofrermos um assalto. Tanta e tenra juventude precocemente desiludida, abatida, perdida. E o nosso coração sofredor observa tanto desamor. O fim das cidades aproxima-se, porque a sua concepção é genial de aberração.
E finalmente tudo se compõe de radioactividade. E como nos compete, inauguramos uma nova era geológica: o homo radioactivus.
«A radiação "não se vê nem se houve, mas os seus efeitos são a largo prazo e danificam a saúde e o meio ambiente durante anos." Assim o descreve as consequências do acidente nuclear ocorrido numa central japonesa, Eduard Rodríguez-Farré, rádio-biólogo do Conselho Superior de Investigações Científicas de Madrid. "No núcleo de um reactor existem mais de 60 contaminantes radioactivos a partir da fusão do urânio, uns de vida muito larga e outros de vida muito curta, mas quase todos têm uma grande afinidade com o nosso organismo e nele se acumulam já que são parecidos com os nossos elementos biológicos", explica o cientista. Entre esses 60 contaminantes, os que têm maiores consequências para a saúde humana são o iodo, o estrôncio 90 e o césio (C-137). "O iodo afecta imediatamente e deixa mutações nos genes, a partir das quais se pode desenvolver logo o cancro da tiróide" recorda que o acidente de Chernobil multiplicou por dez os casos de cancro da tiróide na Europa Central. Por sua vez, "o estrôncio acumula-se nos ossos num mínimo de 30 anos, como se fosse cálcio, e durante anos continua irradiando no organismo; enquanto que o césio fica depositado nos músculos". Estes contaminantes "aumentam o risco de todo o tipo de cancros, especialmente dos ossos, músculos e tumores cerebrais, diminuem a imunidade do organismo e aumentam a capacidade de sofrer outras patologias. Ademais "a radiação altera a reprodução, recordou este médico, membro do Comité Científico dos Novos Riscos para a Saúde da União Europeia, e "afecta mais as mulheres que os homens". A explicação está em que "os espermatozóides regeneram-se totalmente a cada 90 dias e um espermatozóide alterado desaparece nesse período, mas os óvulos estão nos ovários toda a vida, e se um óvulo alterado pela radiação é fecundado posteriormente, haverá malformações no feto, ainda que sejam anos depois". As consequências para o meio ambiente não são menores: "A largo prazo a contaminação nuclear deposita-se no solo e no mar, e se incorpora à cadeia trófica dos peixes, que são a base da dieta no Japão, do resto de animais, das plantas, a fruta, as verduras...". Este processo, argumenta o cientista, "vai-se bio acumulando, quer dizer, vai passando de um ser vivo a outro e vai piorando", e um exemplo disso é o das "milhares de renas que houve que sacrificar no Árctico depois de Chernobil, porque estavam absolutamente contaminadas através dos líquenes que comeram". Com respeito às medidas a tomar para se prevenir da contaminação radioactiva, Rodríguez-Farré assinala que o contacto com a pele se pode eliminar lavando-se com o mesmo zelo que tem um cirurgião quando entra num quirófano: limpando e cepilhando o corpo, o cabelo e as unhas com detergente; e descartando a roupa. O mais complicado é o lutar contra a principal via de contacto com os contaminantes: "A inalação", ante a qual praticamente só são efectivas as pastilhas de iodo como as que as autoridades japonesas estão distribuindo à população. "A tiróide quando está repleta de iodo elimina o que sobra, assim que se te saturas de iodo normal a tiróide – com as citadas pastilhas –, ajudas a que se inalares iodo radioactivo o elimines rapidamente", aclara.»
Desviaram o curso do rio porque é mais importante, gratificante, um hotel construir. Num ápice foi-se a flora e a fauna. A água antes pura beneficiou-se com nódoas humanas. Depressa o trabalho findou e o hotel se inaugurou. E os bajuladores elevavam os mentores e os construtores de tão magnífico empreendimento. Louvavam os dons democráticos dos empréstimos bancários que muito contribuem para o desenvolvimento de uma nação e da civilização. Oh! Como são tão perenes estes tempos democráticos.
O futuro dos nossos investimentos está nos nossos entes queridos. Porque quando eles nos faltarem, sentiremos, veremos que a sua perda é irreparável e insubstituível.
E esta outra catástrofe, curiosamente também num dia 11, para mim é um sério aviso da Natureza que quer extirpar a tal erva daninha, o homem, e vai acabar com a espécie humana nas calmas. O nosso planeta, a partir de agora, nunca mais será o mesmo. E ninguém está imune, especialmente os bajuladores. Preparemo-nos para uma espécie de Big-Bang. É extremamente importante voltarmos às nossas tangas… regressar-mos de onde nunca deveríamos ter saído, a Natureza. Uma das coisas mais bonitas que existe no mundo, é amar uma árvore e tudo o mais que nela se incrusta.
Fontes: diariodigital, elmundo.
upanixade@gmail.com




Sem comentários: