Os bancos estão a falsificar as contas, e nós aí em Angola temos que ter cuidado com os bancos. In Mário Pinto de Andrade ao telefone de Lisboa para a Lac-Luanda Antena Comercial
- Mas o que é que tu queres? Explica-me lá, existe outra maneira de trabalhar? Em Angola ninguém trabalha, ninguém sabe trabalhar, isso é coisa que ainda não se inventou. Então não te lembras da expressão, que o trabalho é bom para o negro? Eles quando apanham dinheiro já não o largam. Tem que ser tudo fácil, difícil o branco que o faça. Aprende caramba, aqui para trabalhar só com trapaças, e quem não alinhar no esquema ou é morto a tiro ou à fome. Os conceitos ocidentais aqui não funcionam… estamos na África… em Angola. Bom… com mais estas facturas atingimos os três milhões de dólares. Isto depois vai para a dívida das finanças, vão receber a parte deles e assunto arrumado.
- Dr. Elder Livingstone, I presume?
- It is true my dear Stanley.
- To explore the new África.
- Mas o que é que tu queres? Ó caralho, eles não entenderam nem dão valor ao que o Livingstone fez pela África, porque era branco, tudo o que é desta cor é para destruir. Como estão sempre distraídos vamos roubando o que lhes resta. Aliás a única palavra que conhecem melhor é essa. O mais admirado e respeitado na África Negra é o que tem poder pelos grandes roubos que fez e que faz. O resto é um conto de fadas. O que interessa é chegar com os bolsos vazios e sair com eles cheios. Por mais que tentemos nunca os conseguiremos “civilizar”.
CAPÍTULO VII
O ENGENHEIRO MECÂNICO
Elder grita-me:
- Anda cá ver a nossa oficina de reparação de automóveis. Já está a funcionar. Apresento-te o nosso Engenheiro Mecânico.
O Engenheiro estende-me a mão para o cumprimentar. De seguida tenta impressionar-me:
- Estive em Moçambique, trabalhei com engenheiros alemães durante muitos anos. Numa altura em que eles não estavam, consegui sozinho resolver os problemas das máquinas. Cheguei a inventar uma peça para melhorar o funcionamento de um motor. Quando os alemães regressaram ficaram muito surpreendidos pelo meu trabalho. Mecânica para mim não tem segredos. Trabalho nisto quase desde criança. É a segunda vez que estou em Angola, a primeira foi durante a guerra colonial.
Elder interrompe e previne-me:
- Apesar de ser uma empresa nova, uma sociedade, não vamos apresentar contas ao fisco, fazemos o movimento na empresa principal. A propósito, toma lá estes documentos para o próximo fecho de contas. Esta merda não pode dar lucro. Se não chegar para o prejuízo, diz-me que invento mais uns documentos.
- Elder, ainda não contabilizámos os movimentos das contas bancárias em divisas.
- Nem nunca os contabilizaremos, ninguém sabe de nada, a não ser que investiguem. Não ligues, se houver problemas resolvem-se com algumas centenas de dólares.
- O problema é a conta caixa que vai ficar com um saldo astronómico.
- Mas o que é que tu queres? Inventam-se umas facturas e pronto.
O Engenheiro Mecânico está meditabundo. Sentado, escreve qualquer coisa num caderno. Sinto algum receio de o interromper. Parece que ele adivinhou o que eu pensava. Levantou as mãos da secretária, arrancou uma folha do caderno, apresentou-ma e informou-me:
- Esteja tranquilo que não me incomoda. Sempre que me é possível escrevo poesia, leia-a por favor.
Foto: Alto Hama
- Mas o que é que tu queres? Explica-me lá, existe outra maneira de trabalhar? Em Angola ninguém trabalha, ninguém sabe trabalhar, isso é coisa que ainda não se inventou. Então não te lembras da expressão, que o trabalho é bom para o negro? Eles quando apanham dinheiro já não o largam. Tem que ser tudo fácil, difícil o branco que o faça. Aprende caramba, aqui para trabalhar só com trapaças, e quem não alinhar no esquema ou é morto a tiro ou à fome. Os conceitos ocidentais aqui não funcionam… estamos na África… em Angola. Bom… com mais estas facturas atingimos os três milhões de dólares. Isto depois vai para a dívida das finanças, vão receber a parte deles e assunto arrumado.
- Dr. Elder Livingstone, I presume?
- It is true my dear Stanley.
- To explore the new África.
- Mas o que é que tu queres? Ó caralho, eles não entenderam nem dão valor ao que o Livingstone fez pela África, porque era branco, tudo o que é desta cor é para destruir. Como estão sempre distraídos vamos roubando o que lhes resta. Aliás a única palavra que conhecem melhor é essa. O mais admirado e respeitado na África Negra é o que tem poder pelos grandes roubos que fez e que faz. O resto é um conto de fadas. O que interessa é chegar com os bolsos vazios e sair com eles cheios. Por mais que tentemos nunca os conseguiremos “civilizar”.
CAPÍTULO VII
O ENGENHEIRO MECÂNICO
Elder grita-me:
- Anda cá ver a nossa oficina de reparação de automóveis. Já está a funcionar. Apresento-te o nosso Engenheiro Mecânico.
O Engenheiro estende-me a mão para o cumprimentar. De seguida tenta impressionar-me:
- Estive em Moçambique, trabalhei com engenheiros alemães durante muitos anos. Numa altura em que eles não estavam, consegui sozinho resolver os problemas das máquinas. Cheguei a inventar uma peça para melhorar o funcionamento de um motor. Quando os alemães regressaram ficaram muito surpreendidos pelo meu trabalho. Mecânica para mim não tem segredos. Trabalho nisto quase desde criança. É a segunda vez que estou em Angola, a primeira foi durante a guerra colonial.
Elder interrompe e previne-me:
- Apesar de ser uma empresa nova, uma sociedade, não vamos apresentar contas ao fisco, fazemos o movimento na empresa principal. A propósito, toma lá estes documentos para o próximo fecho de contas. Esta merda não pode dar lucro. Se não chegar para o prejuízo, diz-me que invento mais uns documentos.
- Elder, ainda não contabilizámos os movimentos das contas bancárias em divisas.
- Nem nunca os contabilizaremos, ninguém sabe de nada, a não ser que investiguem. Não ligues, se houver problemas resolvem-se com algumas centenas de dólares.
- O problema é a conta caixa que vai ficar com um saldo astronómico.
- Mas o que é que tu queres? Inventam-se umas facturas e pronto.
O Engenheiro Mecânico está meditabundo. Sentado, escreve qualquer coisa num caderno. Sinto algum receio de o interromper. Parece que ele adivinhou o que eu pensava. Levantou as mãos da secretária, arrancou uma folha do caderno, apresentou-ma e informou-me:
- Esteja tranquilo que não me incomoda. Sempre que me é possível escrevo poesia, leia-a por favor.
Foto: Alto Hama
1 comentário:
O MILLENNIUM BCP, MESMO COM A ACTUAL ADMINISTRAÇÃO, CUJO PRESIDENTE É O DR. CARLOS SANTOS FERREIRA, CONTINUA A EXTORQUIR, "ROUBAR" E A SAQUEAR DINHEIROS DAS CONTAS DAS VÍTIMAS (CLIENTES) SILENCIADAS E INDEFESAS, DANDO SEGUIMENTO PARA O BANCO DE PORTUGAL COMO SENDO DÍVIDA DE INCUMPRIMENTO, SUJANDO O "BOM NOME" DO CLIENTE... ENQUANTO OS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS DO BCP, CONTINUAM INTOCÁVEIS, SEM SER CHAMADOS À JUSTIÇA.
bcpcrime.blogspot.com
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Cumprimentos.
Um abraço...
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