quinta-feira, 22 de março de 2012

A PARTIR DE HOJE NÃO EXISTE ÓRGÃOS INDEPENDENTES EM ANGOLA. Nelson Sul D'Angola.Facebook


A partir de hoje, já não existe um órgão de comunicação social, privados ou públicos, que não esteja ao controlo de um político ou partido político.

Senão vejamos:

A Radio Despertar é da UNITA.

A Radio Ecclésia, apesar de ser propriedade da CEAST (Igreja Católica) tenho notado que converteu-se, ou melhor, esta ao reboque da Esquerda Dinâmica.
A Radio Morena (Benguela) e a Radio 2000 (Huíla) são pertenças de empresas dos políticos do MPLA.

A LAC foi a primeira emissora privada com o timbre de um político do MPLA.
O Folha 8 é do político da CASA, William Tonet.

O Semanário Angolense (o qual sou trabalhador), O Factual, Angolense, O Continente, Novo Jornal, O País, A Capital e O Independente todos esses jornais são pertenças de empresas ligadas aos políticos do MPLA.

O AGORA preciso aferir a qualidade, mas…

O jornal Terra Angolana é da UNITA.

O jornal EMÉ é do MPLA.

A TPA, ANGOP, Jornal de Angola e a RNA são órgãos públicos, mas foram sempre dirigidos por jornalistas e indivíduos militantes do MPLA ou fiel a ele.

A Tv Zimbo é propriedade duma empresa cujos os proprietários são políticos do MPLA.

Por tudo quanto expus aqui, espero que não haja dúvidas que em Angola já não existe imprensa independente dos políticos, dos partidos políticos ou do poder político. Aquele relatório segundo a qual só existia em Angola 2 jornais e duas rádios independente já não existe.

Por exemplo, no Folha 8 não passará críticas contra a CASA, muito menos, contra o político William Tonet por este ser o patrão do folhinha. Mas, podem ter a certeza que as criticas contra o regime, contra José Eduardo dos Santos e outras forças adversárias da CASA nunca faltarão.

Por exemplo, na Despertar não passa critica contra Samakuva, muito menos, contra a UNITA por este ser o patrão da radio. Mas, podem ter a certeza que criticas contra o regime e José Eduardo dos Santos não faltarão.

Quanto as Rádios Morena, 2000 e LAC ali já não se fala. Criticas contra o MPLA, José Eduardo dos Santos e o seu governo nunca passaram. Mas contra a oposição é pão nosso de cada dia.

Na TPA, RNA, Jornal de Angola o cenário é o mesmo que o paragrafo anterior, mas com mais bajulação e militarismo partidário.

Contudo, o que perde com toda essa palhaçada é o país, o que deixa-me muito triste, porque, doravante o jornalismo angolano não terá qualidade, ou seja, passaremos a fazer um "jornalismo do patrão". Alguém contraria a minha visão?
Imagem: MOÇÃO SOBRE A SITUAÇÃO DA IMPRENSA EM ANGOLA Tendo tomado conhecimento dos ... morrodamaianga.blogspot.com


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