quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Novos colonos in extremis


Luanda, 29 Set, 15.00 horas, em frente à Angop-Angola Press.
Estamos nas últimas consequências… sem energia eléctrica e água, como num maremoto seco mas muito destrutivo.

Os escorraçados para bem longe dos interesses petrolíferos e diamantíferos obrigados, acostados para qualquer local, usam o charme habitual para atraírem alguém que lhes deixe algum dinheiro em troca de algo, a venda do que têm para os compradores circulantes incessantes. Tudo segue na calmaria habitual até que de repente todos entram em pânico.

Fiscais do GPL-Governo (?) da Província de Luanda, escoltados por polícias atacam inesperadamente, assim mais ou menos como num campo de batalha sem dó nem piedade pelo inimigo. Como cavalos sem freios lançando espuma das bocas, arrastando, arrasando tudo o que lhes aparece pela frente, como se fosse o tal inimigo principal, espoliam meia dúzia de latas de gasosas e atiram-nas para a sua viatura com tal ódio, desprezo, desejo de destruírem a exígua lataria das pobres desgraçadas que não roubam o petróleo.

E como tal este é o castigo por não o fazerem. Porque quem rouba e corrompe tem os dias felizes. Eram quatro viaturas, um arsenal rodoviário. Duas dos fiscais e duas da polícia para raptarem meia dúzia de latas de gasosa às mamãs que tentam trabalharem honestamente. Quando estas coisas subsistem, significa que o governo se afoga nos dias que lhe resta. É sempre assim, não é?!

E a outra república de Angola – quantas serão? - a Sonangol, investe mais uns brutos milhões de dólares no banco BCP português. Não sendo para isto que votámos neles, mas pelos vistos na selva que eles insistem em promover nos caixotes do lixo, onde os milhões de sobreviventes da democracia que inventaram perecem como seres do lixo abjecto, primeiro aos poucos, é assim que se começa, e agora às manadas. Populações que a república da Sonangol gerou, sobre-humanas como que poluídas dos imensos derrames petrolíferos sem direito a indemnização.

Pois, esses investimentos ao acaso no país ocidental que elegeram para a vossa lavagem de dinheiro, foi em vão. Porque é por ali que sempre começam as revoluções, e elas já acontecem, e depois… ficam sem nada. Escravocratas angolanos que transferem a corrupção, o saque de Angola para um país europeu?! Vão ficar de bolsos vazios, assim como as vossas mentes vos espelham, sob o cândido abraço de um Sócrates.

Os biliões de dólares usados, abusados, não lhes dão nenhum trabalho. São-lhes presentes de bandeja, e de fato e gravata ridículos passeiam-se como príncipes de um reino ilicitamente angolano.

A falsa ingenuidade usada na destruição dos casebres por toda a Angola, alegando que é para o bem público, serviço do Estado, é na realidade a mais vil negociata. Tudo lhes serve para negócio enquanto as populações perecem pela fome. Nem o direito ã assistência médica lhes é oferecido. As populações têm o direito não adquirido de viverem ao ar livre, para intensa alegria de governantes que se deleitam com a morte de crianças a que hipocritamente classificam de: «O futuro da nação» e os cofres bancários esvaziam-se ainda em nome da revolução, sempre para os mesmos cada vez menos revolucionários.
Na outra independência o colonialismo era como este, e tornou-se impossível sustentar tanta opressão, daí a revolta.

Estes são outra vez tempos do germinar, crepitar da luta pela liberdade, independência e fim deste colonialismo e desta inigualável escravidão.

Imagem: humortadela.com.br/


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