sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Assassinado locutor de emissora ligada à UNITA


Pretoria (Canalmoz) - O locutor Alberto Graves Chakussanga da Rádio Despertar foi assassinado na sua residência no Município de Viana em Luanda no último domingo, dia 5. A Rádio Despertar mantém, desde a sua fundação, uma posição contrária ao regime no poder em Angola.
Um comunicado emitido em Nova Iorque pelo Comité para a Protecção de Jornalistas (CPJ) afirma que as autoridades angolanas devem levar a cabo “investigações aturadas e independentes tendo em vista explorar todas as pistas possíveis de forma a chamar a juízo os responsáveis pelo crime”.
O assassinato do jornalista angolano ocorreu poucos dias após o Ministério da Comunicação Social (MCS) de Angola ter repudiado a postura da Rádio Despertar por alegadamente “nos seus conteúdos informativos incitar a população a rebelar-se contra as instituições legalmente constituídas e democraticamente eleitas”. O MCS considera que “esta postura viola os princípios constitucionalmente consagrados sobre o exercício da liberdade de imprensa, pondo em causa o processo de reconciliação nacional, a consolidação da paz e da estabilidade social que os angolanos perseguem.”
No dia anterior ao assassinato do locutor da emissora que substituiu a Voz da Resistência do Galo Negro (Vorgan) em Abril de 1998, o Bureau Político do partido no poder (MPLA) afirmava em comunicado saído da sua 3ª reunião ordinária, “conhecer indivíduos – recrutados – para denegrir, a qualquer preço, a imagem do seu Presidente.”
Reagindo à posição assumida pelo MPLA e o regime que dirige, a Rádio Despertar declarou que a sua “linha editorial pugna pelo pluralismo e defesa dos valores democráticos”, acrescentando que “a democracia é o regime em que todas as vozes devem ser ouvidas”, acrescentou.
O assassinato de Alberto Graves Chakussanga é mais um caso em que forças ocultas decidem silenciar jornalistas incómodos. A 18 de Janeiro de 1995, o director da publicação independente, ImparcialFAX, Ricardo de Melo, foi assassinado em Luanda. As autoridades nunca apuraram as circunstâncias da morte de mais esta voz de uma comunicação social não comprometida com o regime no poder. (Redacção / Club-k.net)

2010-09-10 06:32:00

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