segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Moçambique já não se safa com subsídios. Canal de Opinião: por João Manuel Bruno de Morais


Porque não pensarmos já, realmente, num Governo de Salvação Nacional?

Matola (Canalmoz) - Sabemos o que aconteceu há dias no nosso país. Sabemos que ocorreu uma “manifestação popular” de novo género e de cujas consequências os afectados estão ainda a refazer-se! Foi sem margens para dúvidas uma “manifestação inesperada”, que vai, mais tarde ou mais cedo, deixar o país vai acabar por falir sem retorno. Mas afinal, o que queriam os manifestantes?! Essencialmente reclamam por comida, reclamam contra a alta de preços dos produtos básicos. Tem fome. Não tem trabalho e não vêem o governo capaz de lhes proporcionar saída.
Assim, parece-me ser este acontecimento um aviso de que o governo esta altamente atrasado em relação à aceleração do custo de vida.
Este novo tipo de manifestação só nos diz que o governo não esta a pensar.
As crianças por aí estão dizendo: “Temos medo do futuro. O que nos ensinam, afinal serve para quê? ”
Serão os “subsídios” a isto ou aquilo a solução para todos os nossos males sociais?
Dêem as voltas que derem, haverá sempre “governantes” que não percebem nada de economia e vão passar os próximos dias da sua vida político profissional a criarem burocracia, carimbos, impressos, mudando apenas umas palavritas, idênticos e sem alterações relevantes, que mais não servirão do que para entreter o povo e parecer que governam.
Neste governo, em vez de exercitarem algo que lhes exija esforço intelectual e responsabilidade passam os dias a ver qual a melhor maneira de aldrabar o povo e de ganhar tempo para as suas habilidades em defesa dos seus interesses privados escondidos por nomes de familiares e “amigos”. O tal nepotismo…
Para o partido que lidera este mesmo governo, a Frelimo, a “manifestação popular” apresentar-se-á sempre como um concorrente ameaçador, como um inimigo e, os inimigos, por princípio, não se entendem.
Entendamos que um comportamento pode ser tão significativo como as palavras e o povo ouviu as palavras que foram para o ar.
Por outro lado, a aptidão do povo para escutar, mostrou de certo modo a qualidade que este povo possui. A falta de comunicação entre dirigentes e dirigidos só indicou a importância que o governo atribui ao povo: ZERO.
O Povo só serve para ajudar a aldrabar eleições…
Os governantes devem compreender que tudo o que fazem tem, como tudo o que dizem, repercussões na maneira como o povo os analisa e considera!
O Povo não pode viver em paralelo com o paternalismo político, que ainda reina muito no governo, pois muitos dirigentes do governo da Frelimo, nesta crise tornaram-se “crianças obedientes”.
Está claro que é necessário levar esta crise até ao fim para que se possa resolver o problema de uma vez por todas. Por vezes extremar dados é importante, mais ainda: o país precisa de construir hardware’s e software’s politicos.
Quem poderá produzir estes instrumentos de produção e produtividade ? O MDM neste preciso momento é constituído basicamente por generais urbanos sem soldados; a Renamo tem soldados adormecidos mas não tem generais e a Frelimo já não tem nem generais nem soldados.
O país está mal, muito mal mesmo!…
Estamos numa economia de subsídios. Para subsidiar é preciso dinheiro que não produzimos para ter. Até a corrupção está a ser subsidiada. Com este governo vamos chegar aonde? Não será melhor começarmos já a tratar de um governo de salvação nacional?

(João Manuel Bruno de Morais) 2010-09-20 06:49:00
Imagem: mocambique1.blogs.sapo.pt

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