Maputo (Canalmoz) - Existe um país que tem tanto de belo e rico, como de enigmático.
Esse país fica algures no continente genésico da vida e de todos os mistérios.
Governado por um técnico de um dos seus mais geradores de receitas, líder incontestado do seu partido, que, por sua vez, manda e domina no país há cerca de 40 anos, esse belo país vive um forte momento de Democratura!
Democratura não porque o seu líder não seja um verdadeiro democrata – tem de sê-lo, porque todos os líderes ocidentais o serviliam e bajulam a sua liderança e a sua defesa de Democracia – mas porque existem alguns indivíduos que se arrogam de protectores da sua imagem e atestam, forte e feio, sobre todos os que pensam em questioná-lo.
Aconteceu isso há uns meses e voltou a acontecer isso, este fim-de-semana.
O interessante é que tirando uma pequena nota de uma agência de um dos países que mais tem aproveitado dos fundos gerados pela seu (dele, claro) principal fonte de receitas – por onde andava a representação televisiva deste país receptor – só as fontes estrangeiras e as páginas sociais fizeram eco dos distúrbios levados a efeito por energúmenos jovens, mulheres, e políticos oposicionistas que decidiram ir armados de vozes e palavras de ordem!
Mas numa Democratura as pessoas de bem não podem admitir a existência destes ignóbeis endemoninhados. Já se viu ir para uma manifestação só com palavras, com cartazes ou cânticos? Incompreensível.
Vai daí que os acérrimos e celebrados defensores da Democratura decidiram fazer valer da sua prosaica forma de vida e mostrar aos paladinos da voz como se deve prostrar e sensibilizar os pretensos manifestantes.
Para isso, e para que ninguém pudesse dizer que não estavam cientes da sua razão levaram alguns indivíduos fardados de um invólucro semelhante a pretensas autoridades e distribuíram fruta condimentada com metais e afins.
Cabeças partidas, hematoses pelos corpos, braços engessados? Meros simbolismos dos defensores da Democratura!
Defensores da Democratura? Não, impossível. Eram ordinários que acirraram contra outros ordinários; ou seja, o que aconteceu neste último fim-de-semana foi um pequeno recontro entre dois gangues que não souberam comportar-se numa sociedade livre, justa e democrata!
Duvidam? Perguntem ao comandante da polícia!
Tudo o que se possa dizer ou fotograficamente mostrar, seja em portais nacionais ou estrangeiros – habitualmente, até pró-Democratura, – é pura e sórdida especulação.
Duvidam? Perguntem ao comandante da polícia!
O mesmo comandante que disse ir fazer um inquérito aos acontecimentos do fim-de-semana.
Muito bem, mas… deveria ser o Ministério Público coordenado pela PGR e pelo Provedor de Justiça da mandar fazê-lo. Contudo…
Já agora, recordar que duma Democratura o líder, quando depois de apeado, rapidamente passa de magnífico a grosseiro e sujeita-se a ver o seu nome assinalado no TPI. (Eugénio Almeida, publicado em www.pululu.blogspot.com)
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