Benguela - Os três jovens detidos na sequência da frustrada manifestação antigovernamental de Benguela, centro litoral de Angola, no passado sábado, foram hoje condenados a uma pena de prisão efetiva e pagamento de multa, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Fonte: VOA Club-k.net
Condenados na ausência de provas
Segundo José Patrocínio, coordenador da OMUNGA, organização não-governamental, os três jovens foram detidos a 45 dias de prisão efetiva e pagamento de multa.
"O Tribunal Provincial de Benguela não deu como provado o crime de injúria e agressão à polícia, mas considerou provada a acusação de não terem obedecido à falta de autorização para a realização da manifestação", salientou José Patrocínio.
O coordenador da OMUNGA acrescentou que os advogados dos detidos, Hugo Kalombe, organizador da manifestação do passado dia 10, Jesse Lufendo, dirigente da OMUNGA e um motociclista chamado David estão a preparar um recurso e pagamento da caução para a libertação provisória dos condenados.
"O objetivo é que eles se juntem a nós amanhã (sábado) na manifestação que vamos fazer no mesmo local onde eles foram detidos, o Largo da Peça", acrescentou.
A manifestação de sábado não está autorizada pelo Governo Provincial de Benguela, mas segundo José Patrocínio, coordenador da OMUNGA, a organização não-governamental que convocou o protesto, apesar da proibição, a manifestação vai mesmo para a frente.
Esta manifestação antigovernamental está marcada para as 13:00, mas a concentração no Largo da Peça começa a fazer-se a partir das 10:00 e os objetivos do protesto são protestar contra a nomeação de Suzana Inglês para o cargo de presidente da Comissão Nacional Eleitoral, expressar solidariedade com "todos os manifestantes vítimas de repressão em Angola" e "exigir o fim da repressão das manifestações em Angola".
Suzana Inglês é acusada pelos principais partidos de oposição de não ser magistrada, como determina a lei, e de parcialidade por ter pertencido a uma estrutura do MPLA.
O conselho superior de magistratura judicial confirmou Suzana Inglês no cargo, mas corre no Tribunal Supremo um pedido final e definitivo da Unita, PRS e FNLA
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