Caros internautas,
Na tentativa de explicar o óbvio, venho por este meio dar-vos a conhecer o meu parecer no incidente que ocorreu ontem, dia 15 de Março, entre o Sr. Celso Malavoloneke e alguns jovens manifestantes, que resultou em insultos pessoais num dos meus “cover posters” no Facebook.
Presto este esclarecimento porque acho que infelizmente involveu-se injustamente o nome do Sr. Justino Pinto de Andrade e o seu partido, Bloco Democrático, que não tinham nada haver e responder pelas opiniões feitas por membros ou não do seu partido nas suas capacidades individuais.
Acrescento que como consequência deste acto, o Sr. Malavoloneke bloqueou-me da sua conta no Facebook, e na mesma vertente, em solidariedade ao Malavoloneke, o internauta Sérgio Conceição também bloqueou-me após chantagiar-me que aquele seria o resultado se eu não apagasse os posters.
Tudo começou quando após a manifestação do dia 10 de Maço de 2012, o Sr. Celso Malavoloneke descreveu o evento da seguinte maneira:
Já se podem tirar algumas ilações da «manif» de hoje contra JES e Suzana Inglês: 1. Os jovens refinaram a técnica da ampliação do pseudo-acontecimento através dos celulares, a INTERNET e as redes sociais (competentemente ajudados pelos mesmos mais-velhos na diáspora). 2 - A Polícia e o regime foram totalmente infelizes, ficando muito mal na fotografia, com as imagens de manifestantes e líderes da Oposição espancados e ensanguentados. Imagens dantescas que transmitem uma imagem de brutalidade que não se compadece com o regime democrático que se quer impôr. 3 - Quem tentou capitalizar foi o BD na pessoa de Filomeno Lopes (resta saber se esta não será uma jogada arriscada pela extrema violência verbal que os jovens manifestantes já nem tentam esconder). 4 - Enquanto isso, a grande maioria da população lotava o Estádio 11 de Novembro para assistir o jogo de futebol 1º. de Agosto -- Kabuscorp. Deve-se tirar o chapéu aos jovens organizadores: para quem seguiu as coisas pela Net, terá pensado que Luanda estava a ferro e fogo... mas isso, apesar de não ter acontecido, é uma possibilidade real, se tivermos em conta o efeito dominó que esta victória indiscutível nos jovens terá nas manifestações futuras, arrastando um número cada vez crescente deles a aderir. Round ganho pelos manifestantes, portanto, com claras perdas para o regime.>>
E ao decorrer da conversa no seu mural, acrescentou, conforme consta no mural do Sr. Reginaldo Silva que: Reginaldo Silva, o que eu quis dizer é que a maior parte das pessoas que saiu no Sábado foi ao jogo que referi, não à manifestação como se quis fazer crer. Os nossos compatriotas na diáspora ligaram assustados a pensar que Luanda estava a ferro e fogo, o que definitivamente não foi o facto. Ainda assim repito que o mérito da ampliação mediática do «pseudo'acontecimento» foi dos jovens. Não entender o que eu disse parece já aqueles que procuram a todo o cunto a simpatia dos jovens. Eu não farei isso nunca, agora quem quiser é livre de o fazer...>>.
Nesta vertente, peguei uma das fotos do Sr. Malavoloneke, o que eu caraterizo como uma informação pública, e fiz um poster (a baixo) com os seus próprios dizeres, o que resultou em críticas e insultos por parte de vários internautas principalmente por ele ter denegrido a manifestação de 10 de Março como um «pseudo-acontecimento» resultado de uma “ampliação mediática” dos próprios jovens.
Na minha opinião, o Sr. Malavoloneke foi muito insensível ao descrever o incidente em um «pseudo-acontecimento», principalmente porque não esteve no local e o comentário à kilometros de distância e por trás de um computador qualquer, mesmo perante provas concretas de fotografias de pessoas conhecidas por ele, que foram brutalizadas, como o caso do Secretário Geral do Bloco Democrático, Filomeno Lopes.
Dependemente do contexto, eu não restrinjo ninguém a exprimir as suas opiniões porque se o Sr. Malavoloneke tem o direito de insultar os jovens por practicamente dizer que quase nada aconteceu no dia 10 Março, então, também tem o dever de ouvir as reacções que resultam das suas análises.
Se o Sr. Malavoloneke fosse democrático e aceitasse críticas, devia entrar na conversa e confrontar as acusações e o porquê dos insultos dos manifestantes. Mas não foi esse o caso, ao invés chegou no meu mural, avisou que iria bloquear-me e deu o seguinte reparo: “Anormal, doente de merda, apaniguado do M, à procura de um lugar onde cair morto. A todos os que me brindaram com cumprimentos d tão «educados» e «democráticos» convido a ler o dossier do SA sobre as manifs da semana passada... e depois reflictam qual deve ser o papel de um analista responsavel em democracia. Pedrowski Teca, terei mesmo que o impedir que tenha acesso ao meu mural. A maneira como usaste a minha fotografia é abusiva”.
O objectivo dos meus “posts” no Facebook é pura e simplesmente provocar debates e o teu comentário/análise esteve no interesse público e ultrapassou a tua autonomia de vontade privada.
No caso do Sérgio, eu disse-lhe sem pápas na língua: “Sérgio Conceição, eu não estou aqui para agradar a gregos, nem a troianos. Se te solidarizas com o Celso, eu me solidarizo com o Carbono e não apago nada no meu mural. Bloqueie-me se quizeres. Esta resposta vai igualmente aos que a carapuça servir.”
Dito e feito, o Sérgio bloqueo-me.
O Celso foi no seu mural e desabafou mas ao invés de consolo, também encontrou pessoas que acompanharam a conversa no meu mural e disseram-lhe na cara que ele estava errado mas que insistia no erro.
O Sr. Justino Pinto de Andrade respondeu-lhe: “Celso, como sabes, eu não sou pessoa de extremismos nem sou de apoiar atitudes insultuosas. Não gostei nada de saber que foste insultado. Mas, como deves compreender, o momente é de grande tensão e as pessoas têm os nervos à flor da pele. Aprendi de muito cedo o seguinte ditado: "cada cabeça tem a sua sentença". Num partido político nem todos pensam ou agem da mesma maneira e quem tem a responsabilidade de engajar os partidos são os seus líderes. São os líderes que engajam os partidos. Acredito que haja pessoas moderadas e cordatas em todos os partidos políticos de Angola. Seria ilusório pensar que todos nós pensamos e agimos da mesma maneira. Um abraço e sangue frio, porque ese momento é de enorme tensão, e quem se descontrolar perde. Eu estou calmo, sereno, e penso que muita água ainda há de correr por debaixo do rio. Em nome do BD peço desculpa pelos exageros cometidos contra ti”.
Sentiu-se consolado e disse: “Obrigado pelo consolo. Prof. Justino Pinto de Andrade. Como bem diz o Senhor, continuemos o debate dos homens livres...”
Sendo jornalistas, temos que insistir em reportar factos e se tivermos que exprimir as nossas opiniões, elas devem ser realistas e não um branqueamento da verdade e camuflado no uso da fraseologia incognitiva e cientificamente inapropriado para uma audiência de leitores de vários extractos da sociedade Angolana e de níveis de educação maioritariamente baixa.
No meu caso, apenas devo fidelidade ao povo Angolano. Critico e elogio os maus e os bons feitos de qualquer pessoa ou instituição na nossa sociedade ou não, sem medo, nem favores. Neste caso, o novo método atingiu o seu objectivo principal que é o de causar debates, bons para uma sociedade que quer ser democrática.
Pedrowski Teca
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