segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Nos caçumbularam o gasóleo todo…





Xé, kambas! Isso até dá medo falar. Acreditam que um navio bué tula, carregado de gasó­leo da nossa SONANGOL, nos kassumbularam com ele mes­mo nas barbas da Marinha de Guerra? Marinha que de guerra num tá com nada. Nós falámos, ninguém ouviu. Ou intão os que ouviram estavam ocupados com outros cuêsus. Agora tá aí: onde é que já se viu, num país que se dá o respeito, um navio do tamanho dum prédio sumir tipo kazumbi? .

Celso Malavoloneke
SEMANÁRIO ANGOLENSE
E num val’apena alguém ber­rar que num pôde! Pode sim se­nhor. A nossa Marinha de Guer­ra, de guerra da marinha num pesca nada. Num tá com nada, andou a se maguelar numas cha­tas bué malaicas, que até lhe fim­baram uma meia-cueca que até hoje que vos falo nem anda só a ver navio. Mas, um navio num viu, o tal Kerala. Está agora toda atrapalhada a falar à toa.
Primeiro, foram os ingleses da Reuters que lhes descobri­ram a careca. Foi por causa das bocas dos nguêtas que ficamos a saber que um navio gatuno veio se passear até junto do Porto de Luanda. Encontrou lá o navio carregado com o gasóleo da SO­NANGOL, lhe aplicou um kafri­qui e sumiu com ele. Kum’assim?! - se espantou a malta toda. É já só assim, chega, entra nas nossas águas, kafrica navio e baza?! As­sim de abuso?! Então os nossos cuembas do mar andam a dor­minhocar ou quê?
O pior é que os nguêtas mun­guelêsi bem lhes tinha avisado: tem navio bandido, gatuno, an­dando por aí. Mas eles nada, ve­jam lá.
Veio então o dikota Chefe das Operações da dita cuja (Mari­nha de Guerra pois claro!) falar grosso: que não tinha havido nada pirataria. A tripulação do dito navio grande que nem um prédio é que lhe kafricara e cas­sumbulando o gasóleo todo, quer dizer, era tudo mentira deles a conversa da pirataria. Os madi­és da tripulação se fingiram que lhes assaltaram. E já venderam o combustível nos ngwêtas dos ianques da Chevron dos manos nigerianos. E todo o mundo bem espantoso: atão, a Chevron, em­presa de respeito dos kambas miriquinhos, vai comprar com­bustível rôbado?! E o dikota zue­lou mais naquela voz grossa de grande comandante: que os fís­damãe já estavam no kuzú! Xé, ate me alembrou o kôta Paulo de Almeida, quando monakaxita os dikelengus dele...
Os kamones dos ianque é que não gostaram nada de lhes falar compraram combustível rôba­do. Refilaram feio, bateram café. Berraram: «xé, rapaz, você viu aônde isso que estás a zuelar?». E os dikotas da nossa kamarinha kagunfaram, mudando logo a falação no dia seguinte. Pruque não, que não, só viram o navio já deskafricado na Nigéria, pruque uaué, pruque ualalé. Os madiés afinal não estavam nada no kuzú e nem os kamones haviam com­prado a gasoleira toda. Contudo, quem comprou o combustível que sumiu, isso já ninguém sabe mais.
Então vieram os manos donos da mayúya, os nossos avilos da Nigéria. E zuelaram que rôba­ram sim, até falaram os navios que ficaram com o nosso gasóleo. E berraram: «Estão kuzú sim, les kuzuámo dentro mesmo do na­vio deles, lhes botámu os polices da Interpóli!». Ehé! Sispantámo dessa zuêla bem espantosa. Atão estão kuzú ou não, ó camadas so­nangulentos e marinhentos?
Por causa destas pópias ato­adas, tipo um fala isso e o ou­tro fala aquilo e todos desfalam os mambos, tipo salukaram, o Man’Duda mandou o kota Kopé les tirar insatisfações. Quem é que num sabe que o kota Zédú brava feio quando le faltam com o respeito com esses mambos da palação dos cuembas? Ele num quer saber se é palação do chão, se é palação do céu, se é palação das águas das kiandas. O kota só quer é ganhar os kibitis todos, o resto que sa lixa. Agora isso de navio gatuno vir kafricar nas águas das nossas kiandas, não sei se vai gostar, juro…
Mas o kota Zédú, também vejam só, já haviam le falado: ó Mais Velho, essas chatas que nos abonaste com elas num servem pra nada, um dia vão nos porra­dar no mar, nem as nossas kian­das da Ilha vão conseguir nos sa­far. Mas o kota, naquelas calmas dele, só dizia tá bem, vamo já ver isso. Avisaram outra vez: ó kota, esses madies da Nigéria gostam de mayuyar tudo, até pirataria dos manos da Somália. E o kota falou tá bem, mas vou ainda falar com os meus kambas dos outros países prá se juntar num Gorfu de Guiné. Chamou os outros ko­tas, reuniram encontro grande, meteu o Mais Velho Trovoada, kamba dele, a bumbar feio no coiso, gastou bué de kumbú, mas os outros nada. O kota Nguema que lhe sucedeu só pensa em mu­dar a casa-grande do Gorfu para a banda dele. Agora taí.
As nossas kiandas devem estar bem ngônes. Nos porradaram nas águas delas, isso é falta de respeito. Num vale só a pena bra­var com os cuembas que guar­dam as kiandas, ó kota. Les com­pra só navios à sério e o kota vai ver quem vai vir se atrever atre­vido em chatiar as kiandas das nossas águas. Ou a fazer fuzué nas águas das nossas kiandas. Vai levar feio.
Pronto, kota, agora que lhe dei o recado dos cuembas das kian­das, estou a bazar já.
In SEMANÁRIO ANGOLENSE. Edição 551 de 08 de Fevereiro de 2014

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