sábado, 31 de julho de 2010

Sarkozy revoga a cidadania aos estrangeiros que ataquem a polícia


O presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou hoje novas medidas na sua luta contra o crime, entre os quais incluem a retirada da cidadania francesa aos estrangeiros que atacam as autoridades públicas.

AP | Paris ELMUNDO.ES tradução: GOOGLE
Atualizado sexta-feira 2010/07/30 17:59 horas

Sua proposta se aplica a "qualquer pessoa de origem estrangeira que voluntariamente atacar um policial, um membro da guarda civil ou outra pessoa segurando autoridade pública ", disse o chefe de Estado.
Em um discurso na Universidade de Grenoble (sudeste), palco de recentes atos de violência em protesto contra a morte de um assaltante de banco suspeitos tiro pela polícia, Sarkozy salientou que deve haver "digno" para ter a nacionalidade francesa.
Por isso, ele anunciou sua intenção de "rever" as condições sob as quais você pode remover esta condição.
Além disso, o presidente propôs que, no caso de menores que tenham cometido um crime, posto não adquirir a nacionalidade automaticamente quando atingem a idade adulta.

Sarkozy também propôs "para avaliar os direitos e benefícios que são acessíveis aos estrangeiros ilegais", porque, como disse, uma situação irregular não pode conferir mais direitos do que qualquer outro regular e legal.
Há um problema de imigração "em" regulamentado levou a um fracasso "de integração", disse ele em discurso na Universidade de Grenoble, com a mudança de prefeito (delegado do Governo) na área.
O primeiro, Albert Dupuy, foi demitido após os incidentes de meados do mês seguinte à perseguição e assassinato de uma jovem que foi morto a tiros por uma patrulha da polícia.
Sarkozy saiu hoje em defesa dos policiais envolvidos , segundo ele, fez mais do que cumprir o seu dever "e perseguir um criminoso.

“Kopelipa” considera-se difamado


Destaques. Sexta, 30 Julho 2010 19:20
Lisboa - O Chefe da Casa Militar da PR e Ministro de Estado, Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa” denota aborrecido com noticias postas a circular em jornais que o apresentam como uma figura que esta a perder poderes junto ao circulo presidencial.

Fonte: Club-k.net

Exige pedido de desculpas
“Kopelipa” delegou, entretanto, poderes ao seu advogado para que reaja em seu nome por considerar que tais noticias representam uma intromissão a sua vida privada e que ao mesmo tempo lesam o “seu bom nome”.

O seu advogado entende que tais noticias constituiem crime, consubstanciado em injúria, difamação ou ofensa moral à consideração devida a um Ministro, previsto e punível nas disposições conjugadas dos artºs 55º, nº 5, e 181º, do Código Penal e 17º, nº 2 e 18º, da Lei nº 7/78, de 26 de Maio, com a redacção que lhe foi dada pela Lei nº 22-c/92, de 9 de Setembro – Lei dos Crimes Contra a Segurança do Estado.

O seu representante legal é de opinião que órgãos de informação que falaram “mal” do principal colaborador do PR angolano, devem apresentar um pedido de desculpas.

José Ribeiro suspende Jornalistas que fizeram cobertura na FILDA


Bastidores. Sexta, 30 Julho 2010 21:03
Lisboa - O Director do Jornal de Angola, José Ribeiro suspendeu os jornalistas que fizeram cobertura da 27ª Edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA 2010). Em causa, esta a distinção com o galardão "Leão de Ouro" na categoria de Imprensa que o diário Estatal recebeu na gala de entrega de prêmios às empresas que se destacaram na FILDA.

Fonte: Club-k.net

Briga por causa de um premio
José Ribeiro viu-se contrariado pelos jornalistas, por estes defenderem que o premio ao qual o Jornal de Angola ganhou deveria ser para eles. Ribeiro é apologista de que o premio é pertença da direcção do jornal.

Por ocasião da realização da FILDA, o Jornal de Angola despachou para cobrir aquele evento, quatro jornalistas, Armando Estrela, João Dias, Natacha Roberto, Madalena José e dois Fotógrafos Paulino Damião e Edgar Santos. Para além do diário estatal, dirigido por “Zé” Ribeiro foram igualmente distinguidos outros órgãos de Comunicação Social, pelas suas coberturas noticiosas do evento tal como a Rádio Nacional de Angola e a TV Zimbo.

De recordar que o Jornal de Angola esta a viver turbulências internas ao que tem levado a concluir que a permanência do actual director José Ribeiro poderá prejudicar a imagem da Ministra Carolina Cerqueira que o mantem neste posto. O caso mais recente foi o afastamento do sub-director de informação, Caetano Junior por se ter incompatibilizado com José Ribeiro.

Circulam informações segundo as quais um grupo de editores tenciona se demitir em bloco. José Ribeiro recusa comentar o assunto. Desprezou esta semana, chamadas telefônicas do Jornal O Pais, ao qual o mesmo suspeitava que estariam a “chateá-lo” para escutar a sua versão do mau ambiente na empresa que dirige.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Repressão da polícia francesa contra as mulheres imigrantes e seus filhos



Imigração na França continua a trazer problemas. Ele já apareceu em um vídeo mostrado para a polícia francesa contra um grupo de difícil cobrança de mulheres e crianças em um subúrbio de Paris, relata a CNN.

Atualizado sexta-feira 2010/07/30 21:42 horas
ElMundo.es | Madrid. tradução: GOOGLE

O grupo, composto por cerca de 60 pessoas na maior parte da Costa do Marfim, estava morando na rua desde que foram expulsos de suas casas devido a um novo projeto planejado na mesma área para construir casas, de acordo com o jornalista Michael Hajdenberg.
As autoridades dizem alojamento temporário oferecido aos expulsos, mas eles alegaram um lugar onde poderiam viver mais tempo.

As fotos falam por si: cerca de 30 minutos, as forças de segurança arrastar parisiense de mulheres negras que tentam proteger seus bebês. Entre estes, pode-se ter até mesmo uma mulher grávida. Hajdenberg garante que nenhum deles ter sofrido ferimentos graves além de cortes e arranhões.
Michael Hoare, um porta-voz de um grupo de defesa dos direitos humanos, a cadeia americana assegurou que "a maioria dessas pessoas tem sido na França 3-10 anos. Alguns estão em situação irregular e outros não, mas pediu para ser legalizada " .

Após o ataque, Hoare diz que as mulheres finalmente aceitou o alojamento temporário oferecido pela administração de um hotel ", porque a experiência foi muito traumática."
A polícia, entretanto, obteve uma declaração pública de que "a desocupação nunca é um processo simples, especialmente quando há resistência daqueles terem sido expulsos." Acrescenta que "a situação dessas pessoas estão sendo examinadas para ver se eles podem ser alocados com base em critérios diferentes."

http://www.elmundo.es/elmundo/2010/07/30/internacional/1280515910.html

quinta-feira, 29 de julho de 2010

«Trio presidencial lidera o saque aos bens do Estado angolano»


Sonho de uma noite tórrida, tropical, austral.
E quando o rei leão, o ditador, morreu, os animais saíram das tocas e comemoraram tão felizes pelo regresso da democracia e da liberdade.
Angola é, e jura que será sempre uma pátria de feitiçaria.
Os mestres das fissuras: E onde há chineses, cães e gatos desaparecem misteriosamente.
Mas que desenvolvimento económico e social Angola espera, se está infestada, dominada por feiticeiros políticos?!

«Trio presidencial lidera o saque aos bens do Estado angolano
O relatório integral estará disponível online no sítio www.makaangola.com
a partir de 4 de Agostos de 2010

Lisboa – No seu último relatório “Presidência da República: O Epicentro da Corrupção em Angola”, o jornalista angolano e activista dos direitos humanos, Rafael Marques de Morais, expõe as ligações de um triunvirato de altas figuras, do círculo restrito do Presidente José Eduardo dos Santos, a negócios ilícitos.

RAFAEL DE MORAIS www.makaangola.com

Compõem o trio o ministro de Estado e chefe da Casa Militar da Presidência da República, o chefe de Comunicações da Presidência da República e o presidente do Conselho da Administração e director-geral da Sonangol, respectivamente o general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”, o general Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino” e Manuel Vicente.
“As suas negociatas não distinguem entre o património público e o interesse privado.

Essa promiscuidade tem garantido a transferência de milhões de dólares, em termos de bens públicos, para as suas iniciativas privadas”, diz Marques de Morais.
Um dos mecanismos usados pelos referidos dirigentes, ao serviço dos seus interesses particulares, é o poder e a reputação internacional da Sonangol, bem como a capacidade de influência que estes exercem nas decisões do presidente, como o chefe do executivo que aprova todos os investimentos superiores a cinco milhões de dólares.
Através da sua empresa Nazaki, o trio estabeleceu uma parceria com a Sonangol e a Cobalt, um empresa petrolífera americana listada na bolsa de valores de Nova Iorque. O executivo, sem concurso público, concedeu a este consórcio licenças para a exploração de dois blocos de petróleo em águas profundas (9 e 21).

Com a Sonangol e a multinacional Brazileira Odebrecht, o grupo também formou um consórcio, através da Damer, para um projecto de 272.3 milhões de dólares destinado à produção de açúcar, álcool e biocombustíveis. O projecto foi aprovado pelo Conselho de Ministros, sob orientação presidencial.
Os mesmos indivíduos, de acordo com o relatório, usaram altas patentes, afectas à Presidência da República, como testas-de-ferro da empresa Portmill. Esta, por sua vez, pagou 375 milhões de dólares ao Banco Espírito Santo, de Portugal, para a compra de 24% das acções da sucursal deste banco em Angola. A mesma empresa, Portmill, recebeu 40% das acções da empresa de telefonia móvel, Movicel, recentemente privatizada pelo Estado.

O relatório questiona a origem da incrível soma monetária paga pelos oficiais da guarda presidencial ao banco português. Também questiona o envolvimento do Banco Espírito Santo na lavagem de dinheiro eventualmente saqueado dos cofres do Estado angolano ou de origem obscura.
O autor detalha como os generais Kopelipa e Dino, em sociedade com Manuel Vicente, também criaram um conglomerado de órgãos de imprensa para, de modo estratégico, controlarem o sector privado, entre outros interesses particulares.
“Esses dirigentes atropelam as leis com flagrante impunidade”, diz Marques de Morais.

Segundo explicações suas, “a Lei dos Crimes Cometidos por Titulares de Cargos Públicos, em vigor desde 1990, proíbe os dirigentes de realizarem negócios com o Estado ou mesmo privados, para os quais tenham poder de decisão ou influência, para benefícios
pessoais”. O autor argumenta que enquanto há uma crescente pressão sobre os governos e companhias para uma gestão mais transparente, com campanhas internacionais como a Iniciativa de Transparência nas Indústrias Extractivas e Publique o que Paga, “em Angola, a salvaguarda dos princípios de transparência apenas existe em papel e os mesmos nomes de governantes e generais proeminentes ressurgem no quotidiano com vidas duplas, como altos funcionários públicos e empresários privados”.

Ademais, de acordo com Marques de Morais, “a complexa teia de poder político-militar e económico é lubrificada com fundos pilhados ao Estado ou adquiridos de forma obscura, e frequentemente em parceria com empresas estrangeiros e governos”.
Marques de Morais, que se tem dedicado a investigar a corrupção em Angola, há anos, não acredita nas intervenções públicas do presidente contra a corrupção. “Na realidade, a política de tolerância zero contra a corrupção, anunciada pelo Presidente José Eduardo dos Santos, é uma mera máscara para encobrir a pilhagem do país pelo seu círculo restrito de colaboradores”, diz.

Alguns governos ocidentais, liderados pelos Estados Unidos da América, têm disputado a sua influência política em Angola, no acesso ao petróleo e outros recursos do país e, para o efeito, têm apelado apenas por hipocrisia, à necessidade de boa governação no país. A 8 de Julho de 2010, os Estados Unidos e Angola assinaram o acordo de Parceria Estratégica para o Diálogo com vista a incrementar as relações bilaterais sobre a “energia, segurança, e promoção à democracia”, segundo nota do Departamento de Estado.

No entanto, outros parceiros económicos importantes de Angola, como a China, Brasil e Portugal têm alimentado, de forma directa, a corrupção, através de concessão de linhas de crédito por petróleo e acordos económicos bilaterais opacos. Tais comportamentos asseguram que pouco ou nada se altere em Angola, excepto o dinheiro envolvido que se torna cada vez mais apetecível. “Os dividendos do poder, em Angola, são partilhadas por uns quantos, enquanto a maioria absoluta permanece pobre”, conclui Marques de Morais.»

Contactos:
Rafael Marques de Morais – Móvel: +351 914 101 323
E-mail: rm_demorais@hotmail.com

Imagem:
http://www.diarioliberdade.org/archivos/imagenes/articulos/0410b/170410_luanda.jpg

Bandidos angolanos assinaram acordo para a formação de bandidos moçambicanos


Terror volta a Maputo e Matola
Criminosos assaltam agência da EDM no bairro de Infulene

Maputo (Canalmoz) – As cidades de Maputo e Matola estão de novo a serem fustigadas por assaltantes à mão armada. Depois da dependência do BCI, no bairro do Alto-Maé, no mesmo dia, duas horas depois, isto é, às 13 horas, era assaltada a agência da Electricidade de Moçambique (EDM), no bairro de Infulene, município da Matola.
Depois da morte de Agostinho Chaúque, a quem a Polícia imputava todas as responsabilidades por assaltos a bancos e outros tipos de crimes de maior gravidade que ocorriam nestas duas cidades, está por revelar a identidade dos saqueadores que andam agora a aterrorizar Maputo e a Matola.

Sabe-se apenas que um grupo composto por oito malfeitores munidos de quatro armas de fogo, fazendo-se transportar em duas viaturas ligeiras cujas marcas não foram identificadas, invadiu e roubou dinheiro na dependência da EDM no Infulene e admite-se que possa tratar-se do mesmo grupo que horas antes assaltara a dependência do BCI no Alto Maé.
De acordo com um comunicado de imprensa da Electricidade de Moçambique (EDM) enviado à nossa redacção, referente ao assalto à dependência do Infulene, o assalto ocorreu às 13 horas, foram retirados dos cofres cerca de 214.000,00 MT em dinheiro, telemóveis de clientes e trabalhadores.

Segundo o comunicado da EDM, os larápios armados irromperam pelas instalações da Agência do Infulene de forma violenta, imobilizaram repentinamente dois agentes da empresa de segurança que presta serviços nas instalações assaltadas, deixando-os sem oportunidade para qualquer tipo de reacção.
Na circunstância, diz o comunicado, todos os clientes ali presentes foram obrigados a dirigir-se ao interior das instalações da agência e, juntamente com os trabalhadores da empresa, foram mandados deitarem-se no chão.

Na via pública, próximo das instalações da agência da EDM, estava presente um agente da Polícia que, apercebendo-se da situação, reagiu de imediato. Houve tiroteio, mas sem registo de feridos nem mortes. Mais agentes da Polícia estiveram no local mas de nada valeu. Os assaltantes já se tinham retirado. A Policia deixou apenas a promessa de que vai investigar o caso.
Num só dia, houve dois assaltos à mão armada em locais diferentes. A Polícia continua sem pistas dos malfeitores.

(Redacção) 2010-07-28 07:44:00

O nosso petróleo vai longe, a nossa miséria também


ANGOLA. Sonangol pretende explorar petróleo no Iraque em parceria com Estados Unidos e Indonésia

Pretória (Canalmoz) - As empresas petrolíferas ‘Occidental Petroleum Corporation’, dos Estados Unidos, e a ‘Pertamina’, da Indonésia, estão a negociar com a ‘Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol)’ uma parceria para a exploração dos campos de petróleo de Qaiyarah e Najmah no Iraque.
Falando à margem de uma conferência sobre petróleos realizada na capital iraquiana, José Luís, gestor dos activos da Sonangol no Iraque, disse que no próximo mês haverá uma reunião das partes interessadas tendo em vista a criação de uma possível parceria. José Luís adiantou que a Sonangol apresentará uma proposta de trabalho para a exploração dos dois campos petrolíferos, ao abrigo da qual a empresa angolana pretende extrair 50 mil barris por dia no campo Najmah e 30 mil barris no campo Qaiyarah, até 2013. Os dois campos, com reservas comprovadas de 800 milhões de barris de petróleo, estão situados próximo da cidade de Mosul, 400 quilómetros a norte de Bagdade.

No leilão realizado em 2009, foram atribuídas 11 licenças a empresas estrangeiras que se comprometeram em adicionar até 2017 quase 10 milhões de barris por dia à actual capacidade produtora do Iraque de 2,5 milhões de barris por dia.

(Redacção / macauhub) 2010-07-29 07:54:00

Muito curioso, pois parece um plágio da imprensa angolana.


Perante uma Polícia incapaz.
Criminosos aterrorizam munícipes no Chókwè

Maputo (Canalmoz) – A Polícia da República de Moçambique (PRM) no Chókwè, capital do distrito com o mesmo nome na província de Gaza, mostra-se incapaz de conter a onda de criminalidade que nos últimos dias aterroriza os cidadãos, alegadamente porque não têm efectivo pessoal nem meios circulantes para realizar o seu trabalho.
Entretanto, os munícipes desmentem essa justificação e afirmam que os criminosos praticam assaltos com sucesso a estabelecimentos comerciais, na sua maioria pertencentes a cidadãos de origem indiana, e cometem assassinatos porque a Polícia colabora com eles. Há relatos de meliantes que protagonizam assaltos com recurso a armas falsas que são brinquedos.

Os munícipes manifestaram-se indignados com o facto de alguns criminosos, que eles próprios capturam e os encaminham à esquadra, serem soltos arbitrariamente. Depois, ameaçam os denunciantes de morte. Falam igualmente de detenções ilegais fabricadas pela Polícia, como forma de conseguir dinheiro.
Recentemente, a reportagem do Canalmoz esteve naquele distrito e testemunhou momentos de grande agitação dos munícipes, devido ao recrudescimento do crime. No último sábado, por exemplo, a maioria dos comerciantes, como forma de pressionar as autoridades policiais a intensificarem a segurança na urbe, não abriu as suas lojas. Soubemos que tal surgiu na sequência de mais um assalto e assassinato, na noite anterior, de um segurança de uma das lojas que operam naquela parcela do país.

Magan Caquil confirmou-nos o caso e explicou que cinco homens munidos de armas de fogo, mais concretamente pistolas, mataram a tiro o segurança da sua loja, tendo de seguida roubado avultadas somas de dinheiro. Não especificou o valor. Acrescentou apenas que de há três meses para cá os assaltos a lojas ocorrem de forma sistemática e os cidadãos “indianos são as maiores vítimas”.
Magan Caquil acusou a Polícia local de pouco ou nada fazer para garantir a segurança no distrito. Encheu-se também de coragem para dizer que na mesma Polícia há agentes que perseguem os comerciantes, principalmente estrangeiros, com o intuito de extorquir dinheiro. “Todas as autoridades andam atrás dos comerciantes, mas em contrapartida não dão segurança. Como vamos trabalhar?”, questiona. “Queremos segurança. Sem segurança, não vamos trabalhar”, acrescenta.

Reacção do edil de Chókwè
O presidente de Conselho Municipal de Chókwè, Jorge Macuacua, quando confrontado com a situação caótica que se vive na sua jurisdição, classificou o fenómeno de “anormal”. Considera que “a intenção dos meliantes é desestabilizar os agentes económicos e travar o desenvolvimento do distrito”.
Quanto à ameaça feita pelos comerciantes, de paralisar as actividades comerciais caso a Polícia não actue com eficiência, o edil de Chókwè disse que tal não irá a acontecer porque serão tomadas medidas para se encontrar uma forma de restabelecer a ordem e segurança pública.

Na óptica de Macuacua, “o índice de criminalidade acentua-se pelo facto de o distrito de Chókwè estar situado próximo da EN1 e ter filhos que trabalham na África do Sul”. E diz: “Provavelmente, são eles os portadores de armas”.
O presidente de Conselho Municipal de Chókwè, Jorge Macuacua, a terminar disse-nos que para aliviar a tensão na cidade “as comunidades serão educadas a denunciarem qualquer caso de alguém estranho na cidade que esteja na posse de uma arma de fogo”.
O distrito do Chókwè é conhecido como um centro de venda de mercadorias traficadas da África do Sul, nomeadamente viaturas roubadas, e a opinião pública admite que agentes da autoridade sejam coniventes.

(Egídio Plácido) 2010-07-28 07:50:00














quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ah! Aqueles tempos, quando tínhamos poder de vida e de morte sobre os nossos súbditos.


Exigimos outra vez o regresso imediato à Idade Média.

«SWAZILÂNDIA. Comité para a Protecção Jornalistas condena ameaças de príncipe swazi

Pretoria (Canalmoz) - O Comité para a Protecção de Jornalistas (CPJ) condenou as ameaças de morte proferidas por um membro da família real swazi contra os jornalistas que criticam o governo. Numa declaração emitida ontem, Mohamed Keita, membro do CPJ, apelou ao governo do Reino da Swazilândia para “de imediato rejeitar as ameaças de morte”.

A semana passada, o Príncipe Mahlaba, membro do Conselho Nacional Swazi, órgão de assessoria do Rei Mswati III, afirmou publicamente que “os jornalistas que continuam a falar mal do país devem morrer”. Mahlaba falava durante uma sessão da “Parceria Inteligente”, convocada pelo governo e que contou com a participação da sociedade civil, incluindo jornalistas.

Durante a sessão, o editor do diário ‘Times of Swaziland’, Mbongeni Mbingo, condenou à atitude do Príncipe Mahlaba, e questionou a razão das ameaças de morte e das tentativas de transformar os jornalistas em bodes expiatórios.
Entretanto, a delegação do MISA (Instituto de Comunicação Social da África Austral) na Swazilândia, também condenou as declarações do príncipe, tendo instado o primeiro-ministro swázi, Sibusiso Dlamini, a repreender o príncipe uma vez que as declarações por ele proferidas instigam a violência contra os jornalistas, para além de contrariarem o espírito da Constituição que encoraja a liberdade de expressão e a existência de uma comunicação social livre.
(Redacção / AFP / MISA) 2010-07-28 07:42:00»

terça-feira, 27 de julho de 2010

A Igreja sem Cristo no purgatório dos dólares vende-se ao patíbulo do petróleo


O descrédito anunciado da Igreja alimenta a feitiçaria, o desastre económico e social de Angola e mundial.

Uma Igreja errante, sem bússola, sem fiéis.
Por exemplo: não é por acaso que a IURD, Igreja Universal do Reino de Deus, lidera. Porque tão grandiosa é a recepção que têm dos abandonados e sem pastores da tal Igreja.

Perante tal apedrejamento, fácil é concluir: oh! Afinal Deus não existe, só subsiste na cabeça de um cónego bafio.

Ah, Voltaire! Que tanto rezo pela espera da tua ressurreição.
Meu Deus! Mas que Igreja tão fanada.

«Ecclesia I
“Houve um período da nossa história (1975-2002) em que a Igreja teve um papel imprescindível em defesa do povo e no processo de democratização.


Um período em que a Igreja manifestou de forma clara a sua missão profética.” Porém, depois de 2002 temos vindo a assistir a uma degradação permanente daquilo que é essencial e conatural na Igreja, a MORAL, e a vislumbrar a perca de valores e uma consequente desmoralização. Não vale a pena andar à procura do Diabo, a razão deve-se, pelo essencial, à diminuição substancial das doações externas para a Igreja, o que levou a Caritas e as Dioceses a terem graves dificuldade financeiras.

É claro que o grupo dominante não se coibiu de aproveitar este período de penúria financeira para se substituir aos doadores externos. Com uma ligeira diferença, é que este doador tinha por objectivo submeter a Igreja aos seus interesses. E, como azeite em água, mais tarde as coisas vieram à superfície. Soube-se que por via da Sonangol, o grupo dominante patrocinou a reabilitação de escolas, postos de saúde, pagou cerimónias festivas para ordenações episcopais, deu carros e outros bens aos bispos. E, no seguimento lógico desta aproximação, muitas Igrejas abriram os seus púlpitos para permitir que deputados do grupo dominante falassem aos fiéis. Isto sem falar do bispo do Cunene, Dom Kevano, presente na campanha do "M", sem esquecer o padre Apolónio Graciano, que chegou ao cúmulo de dizer nas suas homilias, dignas dum autêntico comissário politico do partido-Estado, que em Angola não há pobres porque as pessoas têm Rav4, telemóveis e parabólicas, e relembrando a inútil decisão da Rádio Ecclesia, ao proibir quenão consagrados na ordem comentem assuntos nos seus programas.

Mas a direcção da Rádio Ecclesia não se ficou por aí, também censurou o programa Discurso Directo, que devia transmitir, em reposição, extractos da comunicação feita por Marcolino Moco em Benguela e “deslocou o cientista político, Nelson Pestana Bonavena, quer dizer, expulso-o do Instituto Superior João Paulo II, pertencente à Igreja Católica pelo facto de ser uma personalidade crítica ao regime.

Ecclesia II
A viragem da Rádio Ecclesia começou muito claramente a fazer sentir-se após as eleições legislativas de 2008. Depois de ter mostrado cartão amarelo ao Folha 8, este bissemanário acabou por ser censurado e excluído dos seus programas de divulgação dos artigos da imprensa privada na segunda metade de 2009. Em finais do mesmo ano afastou o seu correspondente no Namibe, Armando Chicoca no seguimento de uma reclamação do Juiz do Namibe, Antonio Visandule, sem provas e feita por carta dirigida ao Bispo Dom Mateus Feliciano e ao Padre Mauricio Camuto. Este juiz está hoje envolvido até às orelhas num caso de falsificação de cheques.

Normal. Na altura, o director da Ecclesia deixou claro que se tratou apenas de uma suspensão. Até hoje… A reviravolta fez-se tão acentuada que suscitou uma observação de extrema gravidade por parte do Pe. Luis Comdjimbe. Numa conferência dedicada aos 50 anos da Rádio Ecclesia, o clérigo questionou, ou seja, pôs em dúvidas se de facto os bispos têm negociado mesmo a sério a expansão do sinal da rádio Ecclesia em todo céu de Angola. É que não se pode negar o facto de existir um famoso naipe de bispos que se opõem à expansão da rádio Ecclesia – D. Alexandre do Nascimento, D. Anastácio Kahango, D. Filomeno Vieira Dias e D. Óscar Braga – porque entendem que ela tem uma linha editorial que choca com o governo.

E o último bombo de festa do virar de casaca da rádio católica foi um dos seus mais conhecidos jornalistas, Tomás de Melo, que, pelo se diz, teria sido demasiado crítico segundo a opinião atribuída ao director da rádio, Padre Mauricio Camuto. Diz-se também que uma corrente de Bispos citados como “amigos do regime” teriam também se manifestado contra a postura do jornalista em deixar passar nos seus programas, criticas públicas sobre assuntos do Estado. Tudo isto é triste, não só porque há pelo meio muita injustiça, mas também porque todos os oprimidos da nossa terra, se sentem um pouco órfãos depois de terem perdido a tão carinhosa protecção da Rádio Ecclesia.»


«Padre Apolónio volta a "beefar"
Domingo último, voltámos a ter o Padre Apolónio Graciano no seu melhor estilo. A "beefar", a esbracejar, a verberar, a responder e a contra-atacar os seus desconhecidos, porque não nomeados, adversários e críticos.

Não nos parece que a homília seja o melhor espaço para este musculado exercício público. Mas como não percebemos nada de assuntos católicos, é melhor ficarmos por aqui, com a sensação de estarmos diante de (mais) um comportamento equivocado e que não contribui muito para a aproximação e a partilha defendidas pela própria Igreja. Assim o Padre ainda faz fugir para outras paróquias o seu rebanho.»

Polícia investiga indivíduos encontrados com crânios humanos


Maputo (Canalmoz) – A Polícia da República de Moçambique (PRM), a nível da cidade de Maputo, continua a investigar o caso de dois indivíduos que na semana passada foram encontrados na posse de quatro crânios humanos.
De acordo com o porta-voz da PRM, a nível da cidade de Maputo, Arnaldo Chefo, os indivíduos que respondem pelos nomes de Ribeiro Simango e Anselmo Novela, de 22 e 27 anos de idade, respectivamente, foram presos no bairro de Chamanculo.

O porta-voz disse ainda que os indivíduos contaram à Polícia que teriam sido contratados para arranjarem ossadas humanas, mediante o pagamento de um valor de 5 mil meticais. Chefo disse que este crime está tipificado no código penal, como violação de túmulos e quebra de respeito aos mortos. As campas removidas para extracção de tais crânios já foram identificadas. Localizam-se no cemitério São Francisco Xavier, vulgo Ronil.

Ocorrências da semana

Enquanto isso, a PRM diz que a última semana foi relativamente calma, comparativamente à anterior. Foram fiscalizadas 643 viaturas, tendo sido aplicadas 374 multas por desrespeito as diversas normas de trânsito. A corporação apreendeu 81 cartas de condução.
Durante o fim-de-semana, segundo Arnaldo Chefo, a PRM registou 2 casos criminais e 8 acidentes de viação que se saldaram em 2 óbitos.
Dos 60 condutores submetidos ao teste de alcoolemia durante o último fim-de-semana, 25 acusaram positivo (41,6%).

(Matias Guente) 2010-07-27 06:58:00

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sadismo!


O mais importante é fissurar!

E como estes novos-ricos não têm onde gastarem o dinheiro, compram apartamentos usados ou erguem algum edifício, depois partem-lhes as paredes e sempre assim sucessivamente. O dinheiro do petróleo é demasiado e sobra-lhes, estonteia-lhes.

Enquanto os novos-ricos nadam nos inglórios pastos do dinheiro, a criminalidade e insegurança invadem-nos até às fronteiras do estado de sítio.

Estes nossos novos-ricos consideram-se imortais, e por isso não perdem tempo com coisas de mortais.

E até 2012 teremos energia eléctrica, água, saúde, emprego, etc., etc., … e na miséria tumultuosa uma mais-valia.

Mais quinhentos anos de colonialismo?!

Entretanto, alguns independentes prosseguem a sua luta de libertação petrolífera.




Mãe… vou morrer!




Transferiram-me da unidade hospitalar onde me encontrava hospitalizado em estado muito crítico para outra porque a vida, eu senti, deu-me um ultimato. Sentia que o coração me dedicava os seus últimos momentos de amizade. E na hipocrisia da loucura humana do tráfego congestionado, que ainda insistem que é para o nosso bem-estar, via a morte certa acenar-me. É isto que os seres humanos não controlam. Mesmo aqueles que têm biliões de dólares seguem o caminho dos descontentes das infernais trevas.

E creio que a nossa existência se limita a uma gigantesca mancha petrolífera.
É isto apenas o que resta da poesia da nossa vida.

E falei pela última vez para a minha mãe, não… creio que quase lhe gritei:
- Mãe… vou morrer!

E nos cuidados intensivos fizeram-me uma transfusão de sangue. Era a única moeda que me restava entre viver ou morrer.

Eu ia num carro conduzido por um esqueleto, e no fundo da estrada via-se uma luz. Saltei, safei-me, despertei, vi o médico que estava junto a mim e dei-lhe um soco pensando que ele era o esqueleto.

Uma enfermeira amiga da minha mãe vigiava-me. Viu que eu tentava deslocar-me de posição na cama. Então, carinhosamente aproximou-se de mim, sorriu-me, eu também. E disse-lhe antes de um profundo suspiro:
- Tenho frio!

Ela aconchegou-me as roupas e adormeci feliz, por continuar a viver, a sorrir, a falar com os meus pais, com a minha família e com os meus amigos.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A Ocidente do Paraíso (85). Os colonos levaram alguns dos vossos cabelos. Desta vez até os cabelos do cu vos vão tirar.


Angustiei-me com os dias próximos, aguardava que a segurança nos viria prender para interrogatórios. Tranquilizámo-nos porque decerto, Bento Salomão debaixo de torturas não nos denunciou, porque o assunto caiu no esquecimento. Claro que fiquei muito sentido com isto. E meditava constantemente: como é que um país passa o tempo a matar toda a sua juventude na guerra? Que futuro teria este país? Aliás, já era notável constatar que esta guerra era um grande negócio. Bastava ver a opulência de algumas empresas que surgiram do nada.

Uma jovem São-tomense era grande amiga do Bento Salomão. Alguns dos seus colegas de trabalho com o jornal na mão aproximaram-se dela. Revelavam desconfiança e agressividade:
- Mulata amiga de bombistas, escapámos de levar bomba aqui.
- Olhem seus negros atrasados. Os colonos levaram alguns dos vossos cabelos. Desta vez até os cabelos do cu vos vão tirar.
Com a agressividade frustrada, os colegas desvaneceram-se rapidamente por entre risadas.

Os dois sócios portugueses não se entendiam. Um deles levava o dinheiro das receitas e passava as noites a jogar póquer. Levantava-se ao meio-dia e aparecia no serviço com cara de sono. Perguntava pela receita diária. Todo o dinheiro que havia levava-o para as suas continuadas e infindáveis sessões de póquer. Contraiu muitas dívidas e devido a isso deixou de haver dinheiro para pagar os vencimentos. O outro sócio dissolveu a sociedade que apenas resistiu quase um ano. Falou com alguns de nós que ia criar uma nova empresa. Os moldes de actuação seriam diferentes – tentava convencer-nos – porque seríamos todos sócios. Defendia a nova empresa como um embrião de futuras cooperativas. Um modelo das cooperativas soviéticas em Angola. Afirmava-se como um grande e genuíno comunista... mais um comodista. Um verdadeiro revolucionário.
O seu genro e filha informaram que o MPLA em nome do poder popular confiscou-lhe a sua granja, onde conseguia um bom negócio com a venda de frangos e vários outros produtos. Que isso de grande comunista era pura ilusão. Ele nunca tinha sido comunista na sua vida.

A empresa, ou cooperativa, seria constituída por sete sócios. Três homens: Eu, o promotor e o seu filho de apenas dezasseis anos. A sua filha casada, cujo marido tinha uma empresa de relações públicas mesmo ao nosso lado. Ele e o sogro não se podiam ver. Já tinham acontecido algumas cenas de pugilato entre ambos – conforme narrado pela filha – e três mestiças de Benguela que nunca consegui saber as ligações que mantinham com o promotor da sociedade. Eram reservadas. Mas quando abria a porta do gabinete do promotor – que insistiu que a quota maior da sociedade seria dele – elas movimentavam-se com grande à vontade.

Imagem: lusofolia.blogspot.com/2006_01_01_archive.htm

A dívida da ingenuidade aventureira das construtoras portuguesas


A ingenuidade estóica das empresas de construção civil portuguesas sob o signo da liderança de José Sócrates e do seu aventureirismo político, levaram-nas a cair na corrupção africana, angolana. José Sócrates ganhou os dividendos políticos da sua aventura africana, angolana. Claro que isto tem encargos, o de acreditar na fragilidade petrolífera de Sócrates e na lavagem conluiada dos dinheiros da Sonangol e dos investimentos da Isabel dos Santos bem executados em Portugal, assim como a demonstração fraudulenta das offshores do banco BCP.
Que mais exemplos são necessários para a derrocada da democracia em Portugal?

Entretanto, Cavaco Silva prossegue, persegue a versão angolana do te-déum de Alcácer-Quibir do El-Rei D. Sebastião, ainda Desejado.

E mais ainda entretanto, os chineses contagiam-se, activam-se na sua actividade muito interessante: a descoberta da rentabilidade do seu betão: fissuras e edifícios descartáveis. É que a todo o momento surgem novas informações – ou descobertas? – De um e outros edifícios que desmoronam sob a candura mórbida do seu sol já não nascente.

É o culminar da recém-descoberta ideológica dos politólogos da academia do nosso Politburo.


«Enganem-nos que nós até gostamos
No dia 29 de Abril deste ano, era apresentado em Luanda, com pompa e circunstância um plano de emergência para pagamento das dívidas do governo angolano às empresas nacionais e estrangeiras.


A apresentação foi feita por Carlos Feijó, ministro de Estado e Chefe da Casa Civil da Presidência, ladeado por outros dois ministros de Estado, Hélder Vieira Dias Kopelipa, Chefe da Casa Militar e Manuel Numes Júnior, Coordenador da Área Económica.

Nada mais, nada menos que os três “super-ministros” com quem o Presidente Angolano reúne regularmente e que depois reúnem com os restantes ministros (“atipicidades” do novo modelo governativo angolano).

Em tão importante plano, o governo angolano dividiu em três escalões as dívidas que tem para pagar. No primeiro escalão, dívidas até 10 milhões de dólares, seriam pagas imediatamente na totalidade; o segundo escalão para as dívidas entre 10 e 20 milhões de dólares seriam pagas em dois meses; o terceiro escalão para as dívidas de mais de 20 milhões de dólares, seriam pagas a 50% e o restante num formato a decidir, e as dividas de mais de 30 milhões de dólares teriam um pagamento imediato de 30% e o resto escalonado de acordo com as empresas.

No discurso de boas vindas ao Presidente português, Cavaco Silva, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou com pompa e circunstância o mesmo plano, apresentado como se fosse uma novidade, um presente de boa vontade para com os portugueses.
A verdade é que o plano anunciado 4 meses atrás, não teve qualquer sequência e as dívidas continuaram e continuam a aumentar. O novo, velho plano agora anunciado, visou oferecer, a jornalistas de memória curta e barriga cheia, um apontamento de abertura dos noticiários.

Não parece que Angola tenha capacidade a curto ou médio prazo para pagar as suas dívidas. O petróleo, fonte quase única do orçamento angolano, continua a variar entre os 70 e os 80 dólares por barril e esse preço parece não chegar para todos os compromissos e toda a corrupção com que Angola se debate.

Em Janeiro deste ano, quando começou a constar no mercado que as dívidas do governo angolano para com empresas rondariam os 2,5 mil milhões de dólares, o jornal oficial do Estado – o Jornal de Angola, veio a público repudiar tais boatos, afirmando que as dívidas não ultrapassariam os 500 milhões de dólares. Passados 4 meses, em 29 de Abril o governo angolano assumia que a dívida seria não de 2,5 mil milhões de dólares mas sim de 3 mil milhões de dólares, e por isso o tal plano de emergência.

Esta semana o mesmo Jornal de Angola afirmava (antes do presente oferecido por José Eduardo dos Santos a Cavaco Silva) que afinal as dívidas do governo angolano às empresas nacionais e estrangeiras rondariam os 9 mil milhões de dólares.

Em três meses a dívida triplicou. Mas deixemos este assustador aumento para uma análise posterior.

Por ora, fiquemo-nos pela mão cheia de nada que o Presidente Cavaco Silva obteve de José Eduardo dos Santos.»

Nota: Artigo de João Marques publicado no Notícias Lusófonas
http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=27572&catogory=Manchete

Imagem: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=471629&page=7

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Ocidente do Paraíso (84). O chefe da secção de pessoal era o Bento Salomão, natural do Bié


O local de trabalho ficava a escassos metros do nosso lar. Os sócios eram dois portugueses. Viviam da pretensão, ou melhor, da ilusão de absorverem todas as empresas devido ao facto de existirem poucos contabilistas. Parecia uma nova modalidade de serviços de contabilidade industrializados. Eram doze máquinas mecanográficas NCR para fazerem lançamentos. O chefe da secção de pessoal era o Bento Salomão, natural do Bié, que após saber que a Tina falava umbundu manifestou-me desejo de a conhecer. Então, passou a almoçar frequentemente connosco e sentindo-se em família confidenciou-nos:
- Sou primo directo do Savimbi, estou aqui em Luanda para cumprir uma missão.
- Que missão? – Perguntei-lhe assim como que alguém de repente se sente na presença de um espião em missão altamente secreta.
- Contactar com as pessoas da minha família que andam por aí dispersas. O MPLA quer acabar com os umbundus… especialmente esse Lúcio Lara que é uma grande víbora.
- Sei que a UNITA tem bons quadros e muito inteligentes...
- Sim, por exemplo, Jerónimo Wanga é um dos melhores matemáticos que existe em Angola, mas como é da UNITA o MPLA não lhe dá valor.
- Olha, pessoalmente lamento esta guerra sem sentido.
- O MPLA nunca nos conseguirá aniquilar, nós vamos vencer. Olha, quero pedir-te um favor.
- Não tens problemas, podes falar à vontade.
- De vez em quando vou deixar aqui uns sacos com coisas para entregar à minha família. Agradeço que ninguém lhes mexa, e que fiquem bem escondidos para que não os roubem.
- Podes ficar descansado que ninguém lhes vai mexer ou roubar.

Bento Salomão continua a carregar e a transportar sacos de plástico vulgares. Alguns são pesados. Apetece-me abri-los mas estão bem embalados. Se o fizesse, facilmente descobriria que foram violados. Pergunto à Tina, o porquê de alguns sacos serem tão pesados.
- Não sei.
- Com este peso só se for comida de chumbo.
Os sacos iam e vinham. Bento Salomão queixa-se frequentemente de dores de estômago, e a sua magreza a cada dia evidenciava-se. A todo o momento apoiava uma das mãos na barriga como se isso o aliviasse ou lhe diminuísse as dores. Achei imperativo recomendar-lhe:
- Vai fazer uma consulta.
- Não é necessário, são problemas do sistema nervoso.
Havia uma rede bombista em Luanda. As explosões eram frequentes. O terror era evidente. Ninguém podia prever onde seria a próxima explosão. A vivência do nosso dia a dia era se seria no nosso prédio, no emprego ou noutro local. As autoridades mostravam a sua incapacidade. O nosso quotidiano corria o risco de afectar seriamente o que restava das estruturas económicas.

Entretanto, a única rádio e televisão do Estado Marxista-leninista anunciam que prenderam uma grande rede bombista. A Tina entra a gritar com um exemplar do único jornal que circulava no país:
- Ai meu Deus! Ai meu Deus! Vou desmaiar.
- O que é Tina?!
- Vê as fotografias que estão no jornal.

Abri-o e entre várias fotos estava a do Bento. Salomão. Então compreendi tudo. A nossa casa serviu para armazenamento de bombas. Estavam também explicadas as dores de estômago. O meu receio era se ele tinha confessado onde guardava as bombas, e sermos acusados de coniventes, o que como é óbvio, seria difícil de explicar aos serviços de segurança.

E foram mais angolanos fuzilados em nome da liberdade e da revolução. Tina passava a vida a olhar para a fotografia e comentava-me:
- O Bento Salomão era tão bonito, tão simpático e inteligente.


terça-feira, 20 de julho de 2010

Aníbal e os elefantes brancos


Todos os governantes portugueses apresentam e ditam soluções para os problemas de Angola. Então porque é que em Portugal reina a instabilidade política, a eterna vergonha bancária e a crescente miséria da população, que já ultrapassa os cinquenta por cento? Como devemos acreditar nestes andarilhos do progresso? Creio que a intenção é a descarada exportação dos problemas para a el-dourada Angola, à beira-mar do petróleo implantada, encantada, enfeitiçada.

Fico convicto de que a CPLP é uma espécie de maratona, porque os altos abnegados magistrados nela eleitos numa outra espécie de eleições, aproveitam-na para publicitarem os seus piqueniques. De expansão da língua portuguesa não, mas da publicidade dos vinhos regionais, sim. Que apoios a CPLP dá aos seus escritores no início de carreira?!
Desejo um salvo-conduto para os comes e bebes piqueniqueiros.

O Snr Aníbal, seguindo o rasto da eloquência dos seus compadres visitantes, executa magistralmente discursos para ocidentais, para angolanos é que não são, não. Esse teatro de palavras não nos diz absolutamente nada. Quase há cinquenta anos que os ouvimos, estamos fartos, exaustos.

E quando chega alguma alta individualidade a Internet desaba de tanta fissura. Significa que vamos passar mal com a Net durante uma semana. Ainda não aprendemos a sairmos dos métodos estalinistas.

O abastecimento de água está, pode-se dizer, miserável. A cada dia que passa o caudal diminui, até se esgotar por completo. Isto acontece devido à anarquia generalizada na construção de prédios, condomínios, torres e outras fachadas betonadas.

Para quê sempre na política do fingir? Os políticos são como os jacarés, montam emboscadas às suas vítimas. Movem-se traiçoeiros e arrastam-nas para os fundos aquáticos e devoram-nas sem dó nem piedade.
E os portugueses que investem, ou venham a investir em Angola, que fique bem claro, os angolanos não beneficiam nada. É sempre tudo canalizado para a mesma FAMÍLIA, dona em exclusivo, patrocinadora de Angola.
Depois a mão-de-obra é para estrangeiros, repare-se nos chineses. Este manancial é um jogo financeiro onde se pode dizer que: mais investimentos nos tumultos, precisam-se.

Entretanto, três viaturas com polícias e fiscais a bordo perseguem as zungueiras sem dó nem piedade, para esconderem a miséria de tão ilustre personagem que nos visita. Como se todo o mundo não soubesse que Angola é uma gigantesca fábrica de miséria.

E da maneira que o governo de Luanda procede, no deixa-correr, no não te rales, construções anárquicas legalizadas por todos os cantos numa cidade que já deixou de o ser, onde quase não sobra um centímetro de espaço. Será este ano que as chuvas arrastarão tudo e todos, pois as águas não têm por onde saírem. Este governo é muito eficaz na destruição total e completa de Luanda e Angola.
E o chinês garante na espoliada dos casebres e agora vendedora de cigarros: «Nós, já não vamos sair de Angola.»

«Alves, Viana | 19/07/10 18:19
Pois! O feitiço virou-se contra o feitiçeiro!! Daí o "pede" na noticia acima!!Gostei de vêr o "nosso presidente" a "aconselhar" o governo Angolano (p.ex a desenvolver o interior de Angola!) quando, cá "em casa", ...é o que se vê!! !Isto está tão mal que qualquer dia até Angola toma conta deste "projecto de país"!!"Cenas" tristes e desesperadas!!

Caim, LISBOA | 19/07/10 16:53
Concidadãos, CALMA.
- Primeiro que tudo o Cavaco foi a Angola (regime presidencialista), como patamar para a recandidatura. Inevitável! Não pensem que o homem iria terminar a carreira, sainda pela porta pequena (nem um nem outro.... o José).
- E último: estão muitas centenas de milhares de portugueses em Angola, alguns empresários (muitos falidos cá!); mas a maioria são meros emigrantes, à procura de uma oportunidade que já não encontram na Europa! O problema dos vistos é real. O Cavaco está mais a ir no rasto, que a comandar a nau!.. Mas é esse o rumo: diversificação de mercados, a Europa já não é garantia de nada.»
In Diário Económico

E acho que é muito oportuno relembrar os circuitos corruptos da construção civil em Angola:
«Em tempos contou-se uma anedota que rezava o seguinte: "um organismo público lançou um concurso público e dele responderam três empresas distintas, sendo uma chinesa, uma portuguesa e outra angolana. Convocados a apresnetar técnicamente e defender os custos propostos o representante português começou por explicar que a obra proposta teria uma vida útil de 50 anos, material e acabamentos de primeira classe e um custo de 6 milhões de dolares. O contratante achou o valor bastante elevado e mandou embora o tuga.
Chamado o chinês, explicou, por sua vez, que faria uma obra de qualidade média (omissas as qualidades dos materiais e vida útil) com um custo de 3 milhões de dolares. O contratante olha desconfiado pelo preço do avançado pelo asiático e manda-o embora, prometendo contactá-lo no fim das avaliações.
O terceiro homem era angolano e este propões um trabalho de alto padrão com acabamentos nunca vistos e duração infinita... blá, blá, blá (como sempre), ao custo de 9 milhões de dolares americanos. O contratante estupefacto pergnta por que razão o português pedira 6 milhôes, o chinês, 3 milhões e ele o triplo:
_ Dr., serão três milhões para o chefe, três milhões de lucro para mim e três milhões para o chinês que será subcontratado como empreiteiro da obra".»
In mesumajikuka.blogspot.com

Manuel alegre moteja, reafirma-se como não sendo batráquio, prefere respirar ar puro:
«Manuel Alegre começou, sábado à noite em Setúbal, a pré-campanha presidencial com ataques dirigidos a Cavaco Silva. O candidato entente que um Presidente da República não pode afirmar que “a situação do país está insustentável”, tal como fez Cavaco Silva, porque isso agrava a situação.
"Ao Presidente da República cabe, não palavras de depressão que desmobilizem os portugueses, mas uma palavra de confiança", afirmou Alegre que considerou que "um Presidente da República não pode nunca dizer que Portugal vive uma situação insustentável, porque isso cria dificuldades ao próprio país, porque isso agrava o que ele próprio se refere".
"E se a situação é insustentável, o que é que ele fez para impedir que a situação fosse insustentável", questionou o candidato a Belém, recordando que o Chefe de Estado "não é eleito para avisar nem prevenir e que tem poderes consagrados na Constituição".
Segundo Manuel Alegre, "sabemos os problemas do endividamento, mas também não esquecemos que foi durante o consulado do então primeiro-ministro Cavaco Silva que se investiu muito mais no betão do que nas pessoas e que o endividamento cresceu, nessa altura, cerca de dez por cento".
No jantar de pré campanha para as eleições presidenciais que reuniu cerca de 300 apoiantes em Setúbal, Manuel Alegre lançou várias críticas a Cavaco Silva, e considerou que o país precisa de um Presidente da República com outra visão do país e do que devem ser os poderes presidenciais.
"Eu não me candidato para governar, mas também não me candidato para estar calado, ou para cultivar silêncios prudentes, ou não falar quando é preciso. O país quer ouvir do Presidente da República não discursos sobre hipotéticas crises de escuta, nem crises à volta do Estatuto Político Administrativo dos Açores. E é preciso ter uma visão do país que não confunda Portugal apenas com manual de finanças", frisou.
Para o candidato presidencial apoiado pelo PS e pelo BE, "é numa situação de crise, que mais do que nunca, o investimento público é necessário para criar políticas de emprego, para combater o desemprego que é o principal flagelo do nosso país".
"Sabemos que a crise está a ser aproveitada para impor a toda a Europa e aos países mais frágeis um plano de austeridade que vai trazer mais recessão, mais desemprego", declarou.
No entanto, Manuel Alegre considera que existem dois caminhos: "a austeridade, a recessão, o desemprego, a desregulamentação, diminuição dos serviços públicos sociais e liberalização dos despedimentos, ou, em alternativa, uma reforma profunda, uma política de coesão económica, de coordenação económica, de coesão social, de criação de emprego e, sobretudo, de mais solidariedade".
"Se é mais Europa neoliberal numa Europa dominada pelo neoliberalismo, o Estado português tem uma palavra a dizer. Sabemos que somos um país pequeno mas temos que fazer ouvir a nossa voz", considerou
Para Manuel Alegre, "não é possível que uma Europa que foi sonhada para trazer mais democracia, mais coesão, mais bem-estar para os povos europeus, seja agora aproveitada para fazer aquilo que, ao longo de dezenas de anos, a direita não conseguiu fazer: destruir o Estado social, destruir os serviços sociais, fazer diminuir os rendimentos do trabalhos, fazer diminuir os custos de produção à custa da diminuição dos rendimentos do trabalho".
In http://tv2.rtp.pt/noticias/index.php?t=Manuel-Alegre-critica-discurso-de-Cavaco-Silva.rtp&article=355491&visual=3&layout=10&tm=9

Imagem: http://resistir.info/moriente/imagens/elefante_branco_60pc.jpg

A Ocidente do Paraíso (83). Saí sem me despedir. Nunca mais os vi. Estava inaugurada a era da maldade e da falsidade.


Ouve-se a campainha da porta, Aquino vai abrir. Entra um mestiço muito alto e muito magro. Parece ter cerca de quarenta anos. O seu rosto apresenta cansaço, dir-se-ia precocemente envelhecido. Olha para as garrafas vazias e pergunta constrangido:
- Bebeste tudo, não guardaste nada para mim?!
Dirigir-se para a cozinha, Aquino previne-me:
- Cuidado, este é muito perigoso...
- Porra! Só sobrou isto?!
Vem para junto de nós. Apesar de Aquino lhe dizer que eu era uma pessoa amiga, ignora-me por completo. Abre a garrafa de uísque que descobriu na cozinha, despeja um bocado no copo, e vira-se para Aquino:
- Eh pá, estou fodido com esta merda!
- Porquê?!
- Mandaram-me reorganizar o Ministério das Finanças… não tenho ninguém... só se fizer a reorganização sozinho.
Aproveitei a conversa e dei a minha opinião:
- Se necessitar da minha ajuda, estou ao seu dispor.
Não me respondeu, era como se eu não existisse, e continuou:
- Mas com que meios vou trabalhar? E em que condições financeiras? Quanto vou ganhar? Nem um carro me dão. A resposta que me dão, é que a revolução necessita de sacrifícios. Como é possível trabalhar sem comer? Eles que se fodam todos:
Como ele não me prestava atenção decidi provocá-lo:
- Acho que isto está bom para os Cubanos e para os Russos.
Respondeu de um modo tão brutal que me assustou:
- Porra!!! Quero que você se foda, que vá para o caralho, não gosto de brancos!!!
Pensei que ele estivesse a brincar. Mas não, estava a falar a sério porque ainda reforçou:
- Aquino, se este branco de merda continuar aqui, saio.
Saí sem me despedir. Nunca mais os vi. Estava inaugurada a era da maldade e da falsidade.

A Tina estava-me sempre a xingar.
- Os outros brancos têm tudo e você não, porquê?! Estamos a viver assim tão mal, não entendo.
- Eu ganho a minha vida honestamente. Não sei roubar. Todos esses que vês por aí, que enriqueceram de um dia para o outro é porque roubaram. Também não sabem fazer outra coisa. Quem sobe depressa assim cairá. Temos que ter calma. Aos poucos e com muito trabalho, conseguiremos endireitar a nossa vida.
Mas a Tina continuava impaciente. Afirmava que as suas amigas a desprezavam porque o seu marido era um branco pobre. E que as outras negras que viviam com brancos não lhes faltava nada.

Consegui um bom emprego numa empresa nova, através de um ex./colega. Andavam a recrutar e a aliciar quadros e pagavam bem. Como fui recomendado entrei com as funções de chefe do património. A nossa condição financeira melhorou imediatamente. A Tina comprou um frigorífico – o outro já não congelava bem – e mobiliário de quarto em segunda mão, e camas para as crianças a pagar em prestações. Conseguiu isso graças às suas amigas que tinham maridos brancos. Eles não queriam aceitar a venda a crédito, mas as suas esposas conseguiram dar-lhes a volta. A Tina já se sentia mais satisfeita.

Imagem: http://pissarro.home.sapo.pt/memorias23.htm

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O célebre Comandante Prata



Ainda me recordo de um dos seus conceituados ensinamentos: «O nosso governo é muito demolidor, porque governa nas demolições.»

E finalmente o célebre Comandante Prata abandonou a bebida descontente. Cedo fez do precioso líquido a crítica da razão pura da sua efémera existência. Sempre a medir forças contranatural, enfrentava-se valentemente, mas contudo rendia-se incondicionalmente, ou melhor, ou ainda pior, efectuava notadamente uma retirada estratégica da frente de batalha do seu conservador cogito: «bebo, logo insisto, e logo existo!» e nele sitiar, se situava e nunca haviam prólogos, mas somente epílogos.

Fortaleceu a sua consciência revolucionária em Cabinda, e lá se sentia como um estranho numa terra estranha do Robert A. Heinlein. Era meu sobrinho, apenas o mais jovem dos dois filhos da segunda mulher do meu cunhado Zé Dragão. Tão tenro, apenas com vinte e sete anos, tão Rimbaud, e com tantas virtudes ainda para nos demonstrar.

As FAA-Forças Armadas Angolanas, perdem assim um bravo exemplar dos comandos, o auto proclamado, Comandante Prata. Destacado combatente sempre perseguido pelo garimpo da garinada, a ele, a elas, sempre resistiu heroicamente. Nesta cobiçada frente de combate foi audaz guerreio dos seus corações e nunca que se saiba, desertou, sempre lutou, vaginou. Honra e glória aos discípulos de Baco tumulados.
Comandante Prata, in vino veritas, (no vinho está a verdade) PRESENTE!

A nossa juventude, esses heróicos alcoólicos anónimos, a força petrolífera nunca está com eles. Esses intrépidos bandeirantes da pátria dos varredores dos alambiques tumultuosos. E onde houver bebida, juntos lá estaremos, cairemos. Este comandado perdeu-se na sua última peleja. Frustrou-se no derradeiro in memoriam suspiro. Agora, desconheço como é que ele se vai safar. Consegui ligar para o céu, as rotas da telefonia celular cada vez mais se alicerçam no reino da anarquia, e lá nesses azuis estelares impera rigidamente a lei seca.

E o comboio da morte apita-lhe, ultima-lhe a partida deste paraíso da juventude alcoólica. O coração estava tão sobrecarregado de labor alcoólico, reivindicou-lhe melhores condições de trabalho. Não sendo consentidas entrou em greve por tempo indeterminado. A produção sanguínea parou, a fábrica entrou em ruptura de estoques, sobreveio a falência e depois o colapso total.

Comandante Prata! Esta pátria sempre desonra os seus heróis, esquece-os. É uma nação de meia dúzia de afogados na maré negra dos milhões de dólares submersos. Esta nação actual é obra de jovens alcoólicos.
Comandante Prata! Oh! Como invejo os prazeres que as doces valquírias te proporcionam.
Ó tristeza, porque me persegues, me roubas o sorriso e me contemplas no meu olhar medonho.

Frases célebres do Comandante Prata: era muito esclarecedor pois destilava: e todos os problemas se dissolvem na bebida. E, as plantas alimentam-se de minerais, a mim sobra-me a alquimia etílica. Quando o frio me apertava, a bebida aquecia-me, me consolava. A bebida faz dançar o meu andar. O nosso maior desastre não é a SIDA, nem os acidentes dos carros da viação, e nem o paludismo. O nosso desastre natural nacional é o alcoolismo. Somos vitoriosos porque atingimos o cume do Evereste alcoólico. O melhor benefício que a independência nos deu é o alcoolismo sem limites.

Nunca ninguém parou para pensar, se lembrar que exportamos muito petróleo e importamos muita bebida? O petróleo financia as importações das nossas universidades alcoólatras. Por isso mesmo, o nosso líder incontestado é o álcool. O nosso (?) petróleo financia os bancos, que financiam a espoliação de terrenos e a destruição dos casebres e os bens das populações, e alimentam os especuladores imobiliários. O melhor conforto que esta ditadura petrolífera nos concede é a mais pura e negra tristeza. A mais-valia que a independência petrolífera nos legou, é a concentração da renda nacional no pódio dos corruptos onshore e offshore.

Porque isto não é uma independência, é um monstro que nos devora.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Angola, Internet em obras de remodelação, e por todos os cantos e cantos, ámen.


E onde houver betão lá concretizaremos. Esta será a nossa digna pátria no betão edificada.
E nos campos livres da Internet também lá edificaremos, honraremos os nossos compromissos imobiliários. Angola será a pátria da revolução mundial do imobiliário. E nada se lhe comparará, aliás todos sabem bem disso. Que fique desde já claramente entendido: em Angola não existe população, abundam sim, alguns milhões de escravos e nada mais do que isso. E para que servem os escravos? Para obedecerem aos seus novos amos, aos seus imortais senhores que têm poder de vida e morte sobre todos. Agora já entenderam?!
Vamos pois em frente! Nesse caminho da escravidão.

«Campo da Refrinor: Mais um espaço público engolido por interesses particulares
Depois queixam-se do aumento da delinquência e da criminalidade juvenis nos bairros de Luanda. Depois, vemos por aí uns "bombeiros" a promoverem sessões de sensibilização e esclarecimento sobre comportamentos desviantes dos nossos jovens. Pudera... Se os últimos espaços livres para a prática do desporto estão a ser engolidos por interesses empresariais, de facto pouco mais haverá para fazer, para além do "cangaço". Depois dizem que o Cazenga está impossível...» in morrodamaianga.blogspot.com/

A nossa Net está com fissuras, vamos pois renová-la com umas obras de restauro concretas, no concreto, no betão. Vamos fazer-lhe pois umas obras, umas melhorias. Já conseguimos o financiamento dos especialistas das fissuras chinesas.

O nosso actual sistema de governo é a especulação imobiliária.
Nós do Politburo queremos implantar um Estado forte, pleno de democracia e liberdade de informação. E achamos que os exemplos da Coreia do Norte e da China são os que devemos seguir. Como principal medida a tomar, vamos já criar mais um comité de especialidade da Internet.

Mais um testemunho válido de uma trabalhadora angolana sob o peso do insustentável verdugo do betão: lá no meu trabalho eu vejo as folhas dos vencimentos, os estrangeiros ganham de quinze mil dólares para cima. E alguns são tão burros, não sabem nada.

E dos nossos estúdios centrais prosseguimos com a nossa programação normal da miséria. Um poder absoluto e uma anarquia total. A miséria do betão persistente bate-nos nas portas violentamente.

E o cidadão sem banda grita para os chineses que não deixam ninguém descansar, pois escravizam-se dia e noite: «Parem com a barulheira e deixem-me dormir meus! Eu estou no meu país, porra!!!» e outro espoliado replica-lhe: «No teu país não, na tua selva!!!

E no abstracto do concreto da nossa abstracção reside a nossa facturação.


A República das Fissuras (Fim)


Estádios da Huíla apresentam irregularidades
Morais Canâmua, no Lubango - 28 de Abril, 2010. As obras dos estádios de Nossa Senhora do Monte e 11 de Novembro, o último pertença do Benfica Petróleos do Lubango, que serviram de apoio às selecções que estiveram no Grupo D do CAN´2010, já começaram a apresentar alguns constrangimentos. O "Jornal dos Desportos" constatou que os referidos estádios começam a apresentar deficiências estruturais que podem perigar inclusive a vida de quem diariamente os utiliza.No Estádio de Nossa Senhora do Monte, cuja gestão foi adjudicada ao Clube Desportivo da Huíla, as deficiências são notáveis a olho nú. Quando chove, por exemplo, a água entra no edifício central, como se não existisse tecto.

Há imensas fissuras, principalmente nas chapas de cobertura, o que demonstra, por um lado, que a obra não foi executada com perfeição, e por outro, que a empresa fiscalizadora não cumpriu devidamente o seu papel. A empreitada foi entregue à empresa Omatapalo. Já a Top Sul foi a fiscalizadora da obra, entregue às portas da competição, tendo sido louvada pelo grau de intervenção que ela mereceu, comparando com o estado degradante em que se encontrava. Porém, a verdade é uma: as águas da chuva jorram no interior do edifício como torneiras de alta pressão. Já no estádio 11 de Novembro, pertença do Benfica do Lubango, uma parte do compartimento administrativo pode ceder a qualquer momento.

Por detrás da baliza do lado Sul, foram construídas algumas dependências que serviram de apoio aos jornalistas, atletas, técnicos, médicos e outros por altura do CAN’2010. Segundo apuramos, parte deste edifício ameaça ruir, pois, existem inúmeras fissuras que fazem prever que as paredes podem desabar a qualquer altura. A Mega-Construções foi a empreiteira da obra, que teve como fiscalizadora a empresa Lupa.
http://jornaldosdesportos.sapo.ao/24/0/estadios_da_huila_apresentam_irregularidades

Um significativo atentado à nossa segurança nacional aqui representado pelos nossos SIE. Uma tamanha monstruosidade que não pode, nem deve ficar impune. Se ficarmos sem serviços de inteligência, o que será de nós?! Isto é um atentado contra a nossa soberania. Caramba! Nem a nossa segurança nacional está imune. Isto só pode ser uma conspiração contra o nosso Estado.
Desabamento na nova sede do SIE
Bastidores. Terça, 29 Dezembro 2009 02:09
Lisboa - Estão a ser identificadas fissuras, traduzidas em erros de construção, nas novas instalações do Serviço de Inteligência Externa (SIE) inaugurada pelo Presidente da Republica, José Eduardo dos Santos, a 11 de Novembro do corrente ano. O primeiro sinal de “falhas” da obra terá sido notado na manifestação do Chefe de Estado no dia da inauguração da sede. Após as primeiras chuvas de Novembro, a sede do SIE ficou desabada/inundada e com registo de fissuras na cozinha do edifício. Localizada na comuna de camama, a sede do SIE foi construída por chineses em dois anos e esta avaliada em mais de 78 milhões de dólares. O edifício é composto por quatro blocos e numerosos compartimentos, entre os quais gabinetes de trabalho, ginásio, piscina, área de lazer, refeitório, auditório e outros.
Comentário
Troika do Mal said: 78 milhoes e um mês depois ja tem fissuras?!!!
Sobrefacturaram e usaram materiais de baixa qualidade! Alguem tem que ir para a cadeia por este crime. Fonte: Club-k.net

E a nossa Cidadela Desportiva? Mas que maravilhoso invento para aproveitar a água da chuva. Muito funcional, muito actual. Isto é que é um estádio ecológico.

Belo exemplo da engenharia chinesa importado em exclusivo para Angola?
Prédio desabou em Shanghai (2009/06/27
Métodos de construção inadequada são acreditados para ser a razão do colapso do edifício sábado passado, em Xangai, de acordo com um relatório da equipa de investigação. O relatório disse que os trabalhadores cavaram uma garagem subterrânea em um lado do edifício, enquanto na terra do outro lado estava empilhado até 10 metros de altura, que era aparentemente um erro de construção. "Qualquer empresa de construção com o senso comum não faria tal erro", disse um perito da equipa de investigação. No início desta semana, também houve relatos dizendo que as rachaduras na parede de prevenção de inundações, próximo do edifício, bem como as condições geológicas especiais na área de banco de água, pode ser parte da razão para o colapso. "Esses fatores não são a razão básica deste acidente", disse o especialista.
In http://www.zonaeuropa.com/200906c.brief.htm#012
Imagem: Colapso de edifício em Shanghai