sábado, 20 de agosto de 2011

A lista do Schindler angolano.


JES tem lista dos dirigentes que descaminham fundos públicos
Lisboa - A argumentação para explicar as razões do porque que os membros do regime nunca se rebelam quando são afastados em circunstancias pouco dignas, foi justificada por um “insider” que adiantou ser por causa de haver suspeitas de que José Eduardo dos Santos dispõem de registros de casos de desvios de fundos públicos que estes fazem.
Fonte: Club-k.net
Membros do regime estão presos até ao pescoço
O “insider”, entende que os membros do regime desterrados, remetem-se ao silencio por saberem que o “Chefe” tem matéria suficiente para os levar a tribunal. Fernando Miala não é desconhecido desta “arma” do regime, razão pela qual quando esteve na cadeia de Viana procurou nunca mostrar descontentamento ou fazer revelações que embaraçavam José Eduardo dos Santos. Porém, circulava que o mesmo teria se protegido deixando um volume de documentos no exterior do país, com orientações aos seus homens de que deveriam torná-los públicos caso o regime o matasse.
Virgilio Fontes Pereira, actual líder da bancada parlamentar do MPLA, tentou sem sucesso se rebelar logo após ter sido demitido do cargo de Ministro da Administração Interna. Porém, chegou ao conhecimento do regime informações a cerca de uma carga de criticas que fez em fóruns privados. Cortou relações de amizade que o ligavam a Carlos Feijó, mas antes disso já se dizia que iria “ser preso”. Chegou a desfalecer tendo sido socorrido na clinica Multiperfil.
Outro que remeteu-se ao silencio é José Pedro de Morais Júnior , antigo Ministro das Finanças. Teria chegado ao conhecimento do PR, praticas indecorosas naquela instituição governamental envolvendo uma empresa conotada com a sua esposa, Emilia Morais. Numa reunião do Conselho de Ministro, em que ele já estava demitido, o Chefe de Estado atribuiu, o estado das finanças ao mesmo. José Pedro de Morais reagiu em carta ao PR, com linguagem “bastante técnica e de difícil percepção”. A carta foi entendida como um desafios ao PR mas logo a seguir surgiram ao seu conhecimento de que o Chefe dava sinais de querer indiciá-lo judicialmente tendo o mesmo contactado o general “Kopelipa”, para intermediar a seu favor. Desde então nunca mais se ouviu falar deste antigo Ministro.
A cerca de 10 anos atrás, um outro influente membro do governo e do partido teria se incompatibilizado com José Eduardo dos Santos. Em simultâneo, o regime notou no demitido dirigente um discurso entendido como criticas as praticas indecorosas de alguns membros do governo. Informações postas a circular naquela época, aludiam que o mesmo teria sido convocado no gabinete presidencial, onde lhe foi apresentado um volume contendo supostas copias de facturas que o comprometiam. Foi lhe perguntado mais ou menos assim: “Que que moral o camarada tem para fazer criticas ao governo, por acaso, o camarada esta em condições de devolver, o que esta ai, aos cofres do Estado”. Diz-se que o governante murchou e a audiência foi dada como esclarecida.
A personalidade do regime apontada como tendo, agora, competências para fazer levantamento dos rastreamentos de fundos transferidos para contas bancarias no exterior do país, é Sebastião Martins, ministro do interior e igualmente Chefe do SINSE. A medida abrange igualmente, a membros da oposição. Em Setembro de 2010, o SINSE admitiu num relatório, em relação aos dirigentes da UNITA que “O dinheiro para as suas actividades esta a ser transportado do Exterior para o interior através das nossas fronteiras. Não esta a entrar para o país por via bancaria. Mandou-se fazer um rastreio bancário e não se apurou nada.”
Em círculos restritos do regime alegam que é em função de missões desta naturza que Sebastião Martins teria perdido a confiança de figuras que o ajudaram na projeção política, como Fernando da Piedade dias dos Santos “Nandó”. Rumores nunca esclarecidos, em tais meios insinuavam que entregou a JES dados de supostas transações de “Nandó”, ao exterior do país. Os rumores não especificam se fez a pedido do Chefe ou se fez por iniciativa própria. Uma terceira versão aludia na possibilidade de ser uma falsa informação destinada a distanciá-lo de “Nandó” passando a torna-se fiel ao PR.
Outro líder angolano que também tinha a fama de ter os registros das falcatruas dos seus colaboradores é Jonas Savimbi. Em finais da década de 80 chegou-lhe informações de que uma das verbas dadas a UNITA por sectores Ingleses teriam sido gastas a titulo privado pelo seu então Secretario dos Negócios Estrangeiros, “Tony” da Costa Fernandes. Em reação, a supostos ajustes de contas, visto que na UNITA era proibido “apoderar-se do que era para a revolução”, este dirigente abandonou o partido, tão logo teve a primeira oportunidade. (Decisão reforçada após vir a saber, em Luanda, que Tito Tchingunji teria sido morto na Jamba, enquanto lhe diziam que estava bem)
No reactar da guerra em Angola, após o ano de 1992, Jonas Savimbi era também dado como tendo uma lista de generais do regime que o ajudavam com combustível e logística, inclusive o nome de um conhecido militar ligado ao circulo presidencial. Na lista de Savimbi, também estava o nome de um conhecido traficante de armas Frances que chegou a intermediar a compra de armamento para a UNITA via Mobuto Sesse Seko, do Ex- Zaire. O conhecido traficante passou depois a centrar-se no apoio exclusivo ao governo de Angola, porém não há informação exacta de que “comeu dos dois lados”, simultaneamente.

Sem comentários: