domingo, 7 de agosto de 2011

Saída de ZÉ Maria e a geração da sucessão. Ismael Mateus


Pouco importa do meu ponto de vista, entrar na discussão sobre o que realmente se passou ou sobre a argumentação pública para a demissão de José Maria dos Santos das funçoes de governador de Luanda.
Infelizmente, a demissão em si representa um mau exemplo e um golpe na argumnentação dos que defendem a necessidade de um duplo salto geracional na condução do país. Os principais dirigentes do país andam na geração dos 60, 70 anos e muitos, como nós, entendem que todo o crescimento economico que o país vem tendo só passará a desenvolvimento, se as reformas economicas forem acompanhadas com reformas ao nivel da qualidade e qualificação dos recursos humanos, do rejuvenescimento acentuado das lideranças políticas e das ideias políticas. E, para tanto, entendemos que é necessário um corte geracional de duplo salto ou seja saltando dos actuais setentistas e sessentistas passando para cinquentoes e quarentões. Os mais velhos ficariam sempre por perto, sendo conselheiros e nalguns casos mesmo com uma certa capacidade interventiva de conciliação, para a eventualidade de problemas.
Infelizmente, salvo exemplos pontuais, os escolhidos da nova geração não se têm revelado à altura. Faltam ideias proprias e carisma. Falta atitude moral e ética superior aos mais velhos. Outros apresentam debilidades ao nivel do relacionamento, o que revela imaturidade e desparação para os cargos. O poder sobe-lhes facilmente à cabeça.
Então esta é uma crise complicada em que temos por exemplo, um José Maria, jovem promissor e o mais novo dos governador, em idade e em tempo de funções e, do outro lado um Joao Ernesto Liberdade, mais velho e o mais antigo governador em funções. O mais novo dura apenas oito meses por forças de sei-lá-o-que tenha-sido enquanto o mais velho já deus dois governadores provinciais (Maiato e Muangala) tem dois vices tecnicamente reconhecidos e acaba de nomear um secretário do governo igualmente jovem na casa dos quarenta.
A solução não é manter os mais velhos na liderança directa como se fez na faf. O país precisa de sangue novo e os novos tempos exigem uma dinamica, uma criatividade e capacidade tecnicas e uma abertura de pensamento que a maioria dos mais velhos já não tem. Portanto, a caminho não é mante-los ad-eterno. Solução é alterar o paradigma de escolhas dos mais novos. O problema está nos critérios de escolha e não numa eventual geração pior que os mais velhos. Ao inves de criterios politicos ou supostos equilibrios regionais, etnicos ou outros, deveria previlegiar-se mais o mérito. È o merito, independentemnete das camisolas, dos laços familiares ou do sexo, que deveria determinar as escolhas. Tanto o departamento de quadros da casa civil como o do MPLA deveriam empreender uma renovação radical dos seus criterios. Abolir a militanciocracia, buscar aqueles tecnicos que entre os seus pares são respeitados pela sua atitude profisional e pelos seus atributos pessoais. De resto, algumas das opções tecnicas deste governo demonstram que esse é o caminho. São ministros que dominam os seus dossiers e têm grande aceitação popular.
Temememos que se essa tendencia não for invertida, o país entrará a opção num cepticismo generalizado em relação aos quadros jovens com o argumento que se ouve mais vezes de que os jovens terão o seu tempo. Ora, olhemos à nossa volta. O tempo é agora. O lider da nação mais rica, tem 50 anos. O da Grá Bretanha 43. O de Portugal 48 e outros mais exemplos. Se quisermos crescer de modo sustentavel temos de seguir os bons exemplos.


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