Uma nação faz-se edificando a demolição do que resta da miséria da população. Em Angola não existem casas, apenas os escombros de uma governação sem oposição.
Hoje, 31Ago, no Cacuaco, conforme noticiado pela Rádio Ecclesia, mais de trezentas casas foram arrasadas pela nossa versão do furacão IRENE.
Por incrível que pareça até os haveres destes não angolanos, só pode ser, não é?, também se deixaram levar na corrente tempestuosa dos elementos humanos em fúria. Mais de duas mil pessoas estão abandonados, ao relento, conforme a vulgarização da propaganda leninista centralista. Como sempre ninguém sabe de nada, quem é que mandou, encomendou o trabalho. Mas um beneficiado/arrasado informou que os pelotões dos fiscais vinham acompanhados, assessorados por estrangeiros. Chineses? Brasileiros? Portugueses?
E tudo o furacão levou, nem uma sobra deixou.
Perante o silêncio habitual, da sepulcral oposição, pergunta-se: será que a oposição está conivente, também faz parte do negócio, dele recolhe dividendos? A que se deve tanto silêncio? Vamos continuar com o orar à epidemia de comunicados? Ou é preferível abraçarmos uma das incontáveis seitas religiosas para nos iluminarem os caminhos imensamente obscuros das nossas aspirações? Melhor ainda: fortificarmo-nos na feitiçaria, eis o nosso futuro? É que isto já descambou num tamanho marasmo, que dá a impressão que já não existe nada nem ninguém que nos salve da tão apregoada desgraça, da perda do que existia de humano. Decididamente embarcámos no navio da selvajaria.
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