sexta-feira, 18 de julho de 2008

José Sócrates, o Neocolonialista


O capitalismo, na medida em que deixa a empresa se organizar livremente da forma que mais lhe convenha, atinge uma eficiência indiscutível. Mas ao mesmo tempo em que dinamiza a produção, gera estruturas de poder que tornam inviável a sua distribuição equilibrada, e com isso reduz radicalmente a sua utilidade social. Um sistema que sabe produzir mas não sabe distribuir é no médio prazo inviável. Basta lembrar que cerca de 150 milhões de crianças passam fome, que 2,8 bilhões de pessoas vivem com menos de dois dólares por dia, que um bilhão de analfabetos pode apenas imaginar o que é a revolução informática. Todas estas cifras focam problemas que não constituem resíduos do passado: pelo contrário, estão se agravando, e só os ideologicamente cegos podem deixar de ver que precisamos de soluções novas. Ladislau Dowbor
In A Reprodução Social: propostas para uma gestão descentralizada

José Sócrates é chegado, orgulhosamente concentrado no campo de concentração de Luanda, que está dividida em três bantustões: chinês, brasileiro e português. No bantustão português, aterrorizando a noite, as máquinas barulhentas das empresas especuladoras da construção prosseguem rumo aos ramais petrolíferos. São três da manhã. Os irresponsáveis da Teixeira Duarte não me deixam dormir. Ninguém consegue dormir porque as máquinas ferem a terra, e ela geme de dor. Depois divertem-se com as buzinas estridentes dos camiões, como os novos donos de Luanda. Criminosos! Malditos sejam!

Tudo isto não passa de diversões petrolíferas. Neocolonizaram os dias, as noites, o sono e o sonho porque dormir, descansar… outra vez, já nos roubaram tudo isto. Não são pessoas, são zumbis renascidos do inferno petrolífero, e enquanto jorrar a viscosidade do mineral profundo…

Aportarão uma grande confusão de chouriços, vinho martelado e tumultos portugueses. Destruíram Portugal, agora vem destruir o que resta de Luanda. Investimentos confusos, difusos, farão muita confusão.

José Sócrates aposta na renovação colonial. O dinheiro é paradigmático, sempre dogmático. E fala-nos como se ainda estivéssemos no tempo burro. José Sócrates propagandeia as aulas do G8 e vem-nos fazer ranger os dentes de despeito. José Sócrates, isto não é Portugal, é Luanda, é Africa negra. Isto está a ficar tão podre de miséria, de fome, que explodirá e pedaços voarão até às praias algarvias. São esses procedimentos, essas atitudes de estar que fabricam terroristas locais e internacionais.

José Sócrates aposta nas empresas da destruição da sociedade civil. José Sócrates, o benfeitor do subimperialismo português em Luanda. Enquanto jorrar petróleo a amizade por Luanda será extraordinariamente forte… uma fortaleza. E se mais petróleo jorrara, José Sócrates lá chegara. O futuro de Luanda, da navegação do Preste João, está nas misteriosas ilhas encantadas da especulação imobiliária e financeira. Senhor Engenheiro, oriente os construtores da miséria luandina, para que não se esqueçam que o melhor fiscal de obras é a chuva.

José Sócrates vem renovar o contrato dos quinhentos anos, e neocolonizando: vencimentos dos portugueses milhares de dólares, dos luandenses, cem, duzentos. Neocolonizando é que a gente se entende. Desde que os três bantustões se instalaram, a água evaporaram, exportaram? A água escasseia, está cada dia mais difícil.

José Sócrates é bwe engraçado: mais parece o Leonid Brejenev, ou mais parecido com o camarada Kim-Il-Sung. Também… Portugal tem cada coisa.
As coisas não são, não estão tão fáceis como parecem… podem sair em cuecas.
Gil Gonçalves

Sem comentários: