domingo, 13 de julho de 2008

Meditando. Exército Democrático


Esta oposição é como as rochas nas margens marítimas. Submissa, deixa-se preguiça, bater pelas ondas, que batem forte, do Mpla. Rochas passivas enterradas na areia, a apanharem banhos de sol.

A democracia é como a corrente eléctrica. Só flúi se existirem bons condutores. Quando há muitos curto-circuitos, é porque a instalação é frágil. Os fusíveis fundem a qualquer momento e a oposição extingue-se, escurece.

É também como crentes irremediavelmente ajoelhados e a rezarem interminavelmente.

A democracia no mundo é ainda muito incipiente. Não sei qual é a sua utilidade porque não consegue vencer o seu pior inimigo: a ditadura da poluição.

O vento democrático está muito frio, e a frio. Depois, num país infestado, corroído por generais, é impossível a democracia funcionar. É uma democracia motorizada, monitorizada, militarizada, sempre formada, parada militar. É um exército democrático, sem exercício.

Os remédios das ditaduras envenenam a democracia.

Gil Gonçalves

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