terça-feira, 8 de julho de 2008

Unita. Rádio Despertar


Devo ter uma enorme quantidade de inteligência; às vezes até levo uma semana para a colocar em movimento. Mark Twain

Os jornalistas que reportam os factos da corrupção imobiliária seguem para o matadouro sem número. Nas garras do poder ninguém é julgado, condenado. Julgado de jornalistas transita sempre em veemente julgado.

Enquanto governantes engravatados reconstroem Angola em dois meses, todos os loucos e psicopatas universais aqui se magnetizam.

Onde não há lugar para honestos, a corrupção move-se como serpentes silenciosas, perigosamente venenosas.

Voltámos outra vez ao colonialismo. Estão lançadas as bases para outra luta de libertação definitiva.

Neste canteiro de obras psicadélicas, fecham ruas sempre com um metro nas mãos, nas medições estratégicas para construírem, destruírem terraços, frentes e especialmente traseiras de edifícios onde se escondem, se disfarçam monumentais lavandarias de dinheiros sujos.
Gil Gonçalves

Rádio Despertar abala estrutura do poder (MPLA) em Angola

Alcance geográfico da emissora da UNITA é o motivo legal para calar as verdades

A "Rádio Despertar" , uma emanação do Protocolo de Lusaka, está a incomodar sobremaneira o MPLA, transformando-se assim numa pedra no sapato do partido no poder. Os sinais deste incómodo já tinham sido manifestados publicamente pelo secretário para informação do partido no poder, Norberto dos Santos (Kwata-Kanawa), que inclusive tinha aventado a hipótese de se encerrar a referida emissora caso a mesma "continuasse a fazer propaganda a favor de um partido político (sic)". Tudo indica que o Governo vai satisfazer o desejo dos camaradas. Ou não tivessem eles o pão, a faca e o queijo na mão.

Por Jorge Eurico

O Ministério da Comunicação Social e o Instituto Nacional das Telecomunicações acaba de notificar formalmente a direcção da "Rádio Despertar" no sentido desta emissora deixar de emitir proximamente durante um período de 180 dias, apurou o NL em Luanda. Observadores atentos à situação contactados em Luanda afirmaram que, caso a notificação venha a ter efeitos práticos, a "Rádio Despertar" não vai poder emitir durante o período de campanha eleitoral, o que representaria um enorme prejuízo político para o Galo Negro. "Trata-se de uma jogada de mestre do MPLA. A (Rádio) Despertar seria um incómodo para o partido no poder durante as eleições", comentaram.

Entretanto, esforços feitos pelo NL para ouvir Adalberto da Costa Júnior, secretário para Propaganda e Marketing, no sentido deste dar mais pormenores sobre o assunto não foram bem sucedidos.

Recorde-se que o porta-voz do Governo no Mecanismo Bilateral de consulta advertiu recentemente que se a "Rádio Despertar" não mudar a sua linha editorial, será apresentada queixa junto dos organismos competentes. Na altura a UNITA, na pessoa do seu porta-voz, Adalberto da Costa Júnior qualificou de «falta de cultura democrática» a preocupação do Executivo em relação aos programas da Rádio Despertar.

Mas para o Governo, alguns programas daquela estação de rádio são de propaganda «a favor de um partido político» o que, segundo Norberto dos Santos «Kwata-Kanawa», contraria o seu objecto social. «Os acordos referem-se à transformação da VORGAN em rádio comercial e não rádio do partido. Dois cidadãos subscreveram o pedido desta rádio. O Protocolo de Lusaka não iria fazer uma coisa contrária à Lei da República de Angola. O raio de acção é de até 50 quilómetros e a Lei não pode ser para um e não para outros».

Norberto dos Santos (Kwata-Kanawa) disse que o Governo pondera notificar o Ministério da Comunicação Social, o Conselho Nacional de Comunicação Social e o Instituto Nacional das Telecomunicações.

O dirigente do MPLA não diz se este expediente pode desembocar no encerramento daquela emissora, mas denuncia também que ela passou a emitir fora do espaço permitido por lei.

Segundo Kanawa, «o raio de cobertura desta rádio passou para além dos 50 quilómetros e ouve-se no Kuanza-Norte, no Dondo e nas áreas de Nambuangongo que está acima dos 50 quilómetros».

Para o porta-voz da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, afirmou, entretanto, ser surpreendente e estranha a atitude do Governo já que «a Rádio Despertar emana do Protocolo de Lusaka, com um alvará comercial».

O dirigente do partido do «Galo Negro» diz não fazer sentido esta interferência do partido MPLA na linha editorial daquela rádio «por não se tratar de uma estação pública.»

Para Adalberto Júnior a Rádio Despertar funciona em Luanda «e os seus programas têm sido aplaudidos mesmo por dirigentes do MPLA». As observações do Governo se referem em particular ao programa «Parlamento Público», que para a UNITA se destina a auscultação de opiniões dos cidadãos sobre temas de interesse para o país.

Adalberto Júnior disse que o que preocupa o MPLA é o tratamento imparcial das notícias, valor a que, alegadamente, os órgãos tutelados pelo Estado não permitidos a respeitar.
In
Notícias Lusófonas
http://noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=21281&catogory=Manchete



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