quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Breve História do Terrorismo Bancário (VI)

Na também agora República das Couves… mas afinal como é que estamos de reservas? Li primeiro algures, que eram 50 bilhões. Depois o governador do BNA-Banco Nacional de Angola, Amadeu Maurício, que eram mais ou menos 17 bilhões. Depois, o vitalício presidente da AIA-Associação Industrial de Angola, José Severino, que são 20 bilhões. Depois alguém falou, não me lembro quem, que não sabemos como estão as nossas reservas nos bancos internacionais. Mas, como é que podemos confiar nesta gente?!


«Lucrar sem produzir
A primeira grande crise financeira do século 21

Marcos Arruda[1]

“A competição não é a emulação industrial, é a emulação comercial. Atualmente, a emulação industrial só existe em função do comércio. Há até fases da vida econômica dos povos modernos em que todos são tomados por uma espécie de vertigem para lucrar sem produzir. Esta vertigem especulativa, que retorna periodicamente, desnuda o verdadeiro caráter da competição que busca escapar da necessidade da emulação industrial”.
(Karl Marx, 1817 : 110-111)

O mundo é hoje mais rico do que nunca antes. E mais desigual também. Existe algo de podre no reino do Capital. Comecemos lembrando que, enquanto os investidores, que se conta em milhões, vivem os terrores de uma crise financeira, os povos empobrecidos da terra, que se conta em bilhões, vivem um cotidiano de crise crônica, que é a falta de acesso aos bens e recursos produtivos e ao essencial para uma vida humana digna: alimento, energia, trabalho prazeroso, disponibilidade de tempo para o desenvolvimento dos seus potenciais, padrão de vida digno e relações sociais e ecológicas afáveis, seguras, gratificantes e duráveis. Lembremos também um descobrimento recente da biologia: “Nós, seres humanos, somos animais que dependem do amor. Isto é evidente no fato de que adoecemos quando estamos privados de amor em qualquer idade.” (H. Maturana, 1996).

No reino do Capital, o modo dominante de relação econômica entre pessoas, empresas, territórios, países e hemisférios está marcado por mitos alienadores: escassez, natureza predatória, agressiva e competitiva do animal homem, a seleção natural competitiva, (Sandín, 2006:65-95) o inevitável domínio do ego sobre a dimensão ecossocial do Homo.

Por esta via a humanidade caminha para a autoextinção, a menos que se decida a dar um salto quântico de consciência do Homo Sapiens Aggressans ao Homo Sapiens Amans, capaz de reconceber e recriar suas relações uns com os outros, com os coletivos sociais e com a Natureza, erradicando do planeta a violência, a fome, as guerras, a exploração, a destruição dos ecossistemas, o sofrimento e a infelicidade desnecessários!»

In Ladislau Dowbor
Foto: http://www.elmundo.es/albumes/2009/02/06/max_ernst_semaine/index.htmlVisite-me também em: Universidade, Universe, Medicina, X-Files

[1] Economista e educador do PACS – Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (Rio de Janeiro), da Rede Jubileu Sul Brasil, co-animador de ALOE – Aliança por uma Economia Responsável, Plural e nal (Amsterdam).

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