domingo, 22 de fevereiro de 2009

A raiva da sinfonia canina


Recolha um cão de rua, dê-lhe de comer e ele não morderá: eis a diferença fundamental entre o cão e o Homem. O cão é um cavalheiro, eu espero ir para o céu deles, não para o dos homens. Mark Twain

A hipocrisia espalha-se pelo Universo, ritmada pela Grande Depressão. Desenvolveu-se muito, disciplina universitária garantida. Os cães não acreditam nos seus donos.

É a outra crise escondida, a crise canina. Os raivosos ladram hipocritamente para os gatunos. Cinicamente gostam da comida que os donos lhes dão. Muito cínicos, ladram no melhor sono da noite. Sentem prazer em acordarem os donos.

Operas ladradas. O dono levanta-se, dirige-se para o amigo agora infiel. A cauda peluda agita-se. Justifica o que ladrou. Tenta morder o ensonado dono, fingindo que é um gatuno. Muitos proprietários já se aperceberam do logro. E já não lhes falam, ladram-lhes. Assim, a curto prazo um oratório canídeo será uivado.

As noites e os dias aprenderam a abandonar-me. Cansar-me da repetição, sem imaginação. Vivo, para não sentir o porvir. Desmiolada, na rua sem sentido. Apavorada, abandonada quando a velhice chegada. Está quase, nem por um trapo serei trocada. Que discriminação!

Antes, existiam países onde se vivia bem, hoje não. Porquê esta excepção?! Biologicamente somos todos iguais, ou não!? Será devido à minha cor, compostura de cão? Exijo um pedido de esclarecimento. Saber porque me vão abandonar aos prazeres da fome.
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