sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O 'New York Post' pede desculpa pela caricatura do chimpanzé




Cartoon publicado no 'New York Post'.

Reuters, Nova Iorque. Actualizado sexta-feira 20/02/2009 06:15 horas

O periódico New York Post desculpou-se na quinta-feira, ante aqueles que ofendeu com uma caricatura editorial, que segundo os seus críticos era racista, porque comparava o presidente Barack Obama com um chimpanzé.

O periódico reconheceu que a caricatura gerou controvérsia, devido a que os afro-americanos dos EUA e outros, a vêem como uma representação de Obama.

"Certamente essa não foi a sua intenção; a quem se sentiu ofendido pela imagem, pedimos desculpas", disse o periódico num editorial publicado na sua web com o título 'Essa Caricatura.

"Supunha-se que se zombava de um projecto de lei federal de estímulo económico escrito com inépcia. Ponto.", Disse o diário.

A caricatura imita um tiroteio real contra um chimpanzé em Connecticut que ocorreu esta semana. Um dos agentes da polícia diz, "deverão encontrar a alguém mais que escreva o próximo plano de estímulo".

O desenho foi publicado um dia depois de Obama converter em lei um plano de estímulo económico de 787.000 milhões de dólares que defendeu com firmeza.
Manifestações ante o diário

Houve quem interpretou a caricatura como uma referencia a Obama, que em 20 de Janeiro se converteu no primeiro presidente negro dos EUA.

Manifestantes liderados pelo activista dos direitos civis Al Sharpton reuniram-se em frente ao diário cantando 'End racism now!' (acabem com o racismo agora).

O grupo pediu a prisão de Rupert Murdoch, cujo conglomerado internacional de mídia, News Corp, é dono do Post.

O periódico inicialmente defendeu a caricatura como una paródia da política em Washington, mas Sharpton disse que explorava uma imagem potente na história do racismo contra os negros.

"Imagino que acreditaram que somos chimpanzés", assinalou Sharpton. "Inteirar-se-ão que somos leões", juntou.
No há desculpas para todos

Sharpton disse num comunicado na noite de quinta-feira que os grupos que protestam contra a caricatura continuarão com as manifestações programadas.

"Ainda acreditamos que é correcto que se desculpem ante aqueles a quem ofenderam, eles querem situar a ofensa em quem publicou o tema, em lugar de assumir a responsabilidade do que fizeram".

O Post disse que não se desculpava ante todos os seus críticos.

"Há alguns na mídia e na vida pública que tiveram divergências com o Post no passado, e vêem o incidente como uma oportunidade de vingança. A eles não lhes devemos nenhuma desculpa.", Diz o editorial.

"Por vezes, uma caricatura é só una caricatura, incluso quando alguns oportunistas buscam convertê-la noutra coisa", acrescenta o rotativo.

Mas alguns críticos dizem que a mensagem racista era clara.
Referências ao assassinato?

"Terias que estar num túnel do tempo ou noutro mundo para não saber o que significa", disse o manifestante Charles Ashley, de 25 anos, um modelo que não crê que a caricatura foi uma inocente piada política.

Outros disseram que era uma referência para assassinar Obama, uma possibilidade que preocupa muitos estado-unidenses negros.

"Tão só é o facto de que ponham um macaco com feridas de bala no peito, é a ideia de um assassinato", susteve Peter Aviles, de 48 anos.

Traduzido do espanhol. In EL MUNDO
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