Para comemorar este maravilhoso dia, o nosso imortal Politburo cortou-nos a energia eléctrica das 09.01 às 10.05. Na água continuamos excluídos das condutas, na mesma, isto é, cada vez piores. O que era o precioso líquido, está agora noutra horrorosa luta de libertação muito seca. Diariamente sacrificamo-nos para conseguirmos água num país que tem os maiores índices mundiais de desenvolvimento económico e social.
Tomamos conhecimento de mais vários casos de corrupção e especulação imobiliária.
O nosso querido Politburo segurado nos quase cinquenta anos de poder, assegura-nos que lá para 2013, 2020… tudo estará serenado. As bazófias do iletrado costume. Com água, energia eléctrica, empregos para todos, garantida a segurança alimentar… até com excesso de produção, para exportar ou para deitar para o lixo? Não sabemos, e duvido que alguém saiba. Enfim, que será o fim da miséria.
Em mais um acto talvez pródigo de demência, não é a melhor altura porque a miséria policia-se nos campos de palavras semeados, mas lá, longe dos gabinetes nunca agricultados. Pois, o célebre mercado Roque Santeiro com a sua extinção criará mais milhares de deslocados, ao ar livre armazenados.
Olhem, não vêem mais milhares de deportados a caminho de Auschvitz?!
Neste dia da miséria da África, os especuladores imobiliários festejam-na porque criaram mais milhares de esfomeados. Mais brutal desestabilização social soma-se. Os especuladores imobiliários e os seus sócios também não estarão imunes à onda de assaltos, incluindo a perda de vidas.
Angola é por liderança, quartel firme da especulação imobiliária em África.
A única coisa que o Politburo não nos mente e cumpre sempre tão fielmente, tão sabiamente, é os decretos da miséria constitucional.
E a nós falta-nos tudo mas a eles não lhes falta nada.
A aposta certa é o investimento no incremento do analfabetismo para contentamento dos guardiães e assessores especuladores imobiliários.
Este dia deveria mudar-se para: Dia da Extrema Miséria da África.
E contudo estamos juntos mas sem futuro.
Imagem: http://diario.iol.pt/internacional/republica-democratica-do-congo-rd-congo-onu-direitos-do-homem-kiwanja-internacional/1010937-4073.html
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