quarta-feira, 5 de maio de 2010

Missão impossível da Polícia. Contra milhões de esfomeados ninguém combate



«CRESCEM ASSALTOS NA PERIFERIA DE LUANDA
Até ao ano de 2002, quando a preocupaçao maior era acabar com a guerrilha, a questão da mitigação dos assaltos, à mão armada, em Luanda e noutras cidades do país, era tida como secundária. Os meios (humanos, técnicos e financeiros) eram quase todos eles canalizados para as "zonas quentes" e até mesmo delinquentes conhecidos eram recrutados para a "causa maior" da nação, a defesa da integridade territorial e da soberania.


Conseguida a paz, em 2002, começou-se a olhar um pouco mais distante da curva do nariz. Começou a falar-se sobre o policiamento de proximidade (o finado Isaias Chungufo foi dos primeiros a propagar entre nós o termo). A polícia viu-se apetrechada com novos meios técnicos e os homens recebem formação. Só que os defeitos "de fábrica" se mantêm. É a preguiça quando não é o carro avariado, São os charcos que impedem a circulação das patrulhas, os mesmos homens que foram parar à polícia de forma acidental, enfim, os males de sempre emperram ainda a rotação máxima e desejável da engrenagem policial, e vezes sem conta somos confrontados com informações sobre assaltos à mão armada nas ruas, nas paragens de transportes, em residências e em lugares que a priori o incauto nunca desconfia.

O bandido está em todo o lado. Excepto a prontidão da nossa polícia. Ontem mesmo (04.05) dois individuos que seguiam atrás de mim (19h30) foram assaltados em Viana por dois meliantes armados que se colocaram em fuga depois de consumado o acto. Cantinas têm sido assaltadas dias sim, dias também. Os nossos homens de farda azul sabem disso e na prática nada!

Hoje de madrugada, na zona do SEIS, em Viana, três residências foram simultâneamente asslatadas à mão armada sem que a polícia movesse alguma palha. Avisado ao telefone pela minha irmã ainda liguei para o 113. Tudo o que sei é que os bandidos levaram o que queriam e inclusive "pintaram o diabo". Apenas a polícia não se fez presente.

Que relação haverá entre os gatunos e aqueles que sendo sua tarefa combatê-los nada fazem?»

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