«Orwell, o genial escritor que inventou o personagem do Big Brother, espião universal perante o Padre Eterno, deve ter dado mais umas voltas na tumba ao tomar conhecimento das novas técnicas de espionagem modernas.
FOLHA 8
A última que nos chega da América, evidentemente, é a que nos dá conta de que o Facebook está a vender a informação dos seus usuários ao melhor licitante. Cito textualmente: «O que muitos usuários não sabem é que, de acordo com as condições do contrato que virtualmente assumem, ao fazer clique sobre o campo “aceito”, eles outorgam à Facebook a propriedade exclusiva e perpétua de toda a informação e imagem que publicam. Os aderentes autorizam “automaticamente a Facebook ao uso perpétuo e transferível, junto com os direitos de distribuição ou divulgação pública de tudo o que conste na sua página Web”. De repente tudo o que os seus aderentes publicaram, incluindo as suas fotografias pessoais, a sua inclinação política, o estado das suas relações afectivas, interesses individuais e até a direcção da casa, se enviou sem a sua autorização expressa a milhares de usuários.
Exemplos recentes. A Universidade John Brown expulsou um estudante quando descobriu uma foto que aquele colocou no Facebook vestido de travesty; outra evidência sucedeu quando um agente do Serviço Secreto visitou na Universidade de Oklahoma o estudante do segundo ano Saúl Martinez por um comentário que publicou contra o presidente.
E, para cúmulo dos males, o assunto não termina se o usuário se decide retirar. Ainda que os usuários cancelem a sua composição, as suas fotos e a informação anteriores permanecem activas. E mais, o usuário não é retirado inclusive quando falece. De acordo com as “condições de uso”, as queixas não podem obrigar que Facebook retire os dados e imagens dos seus aderentes, já que a pessoa que morre aceitou o contrato virtual com o Facebook, ou seja, o direito de “mantê-lo activo sob um estatuto especial de comemoração por um período de tempo determinado pelo Facebook a fim de permitir que outros usuários possam publicar e observar comentários sobre o defunto”.
Saibam os usuários do Facebook que são participantes indefesos de um cenário a que os académicos qualificam como o maior caso de espionagem da história da humanidade. Desta forma convertem-se de maneira inconsciente nos percursores do fenómeno de “Big Brother, num “site” onde são participantes, estando a ser permanentemente observados.»
Imagem: http://alemmarpeixevoador.blogspot.com/
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