Pretória (Canalmoz) - Filho de um pastor beduíno, Muamar Kadhafi usou o petróleo, corrupção e opressão para construir um fundo de investimentos de 70 mil milhões/USD, que hoje tem seus tentáculos em todos os sectores e regiões do mundo.
Ainda que o dinheiro venha do petróleo do país, o sector financeiro internacional considera a Autoridade de Investimentos da Líbia como uma empresa da família Kadhafi. A queda do ditador, portanto, poderá ter repercussões para dezenas de empresas pelo mundo.
Sem distribuir os recursos à população, a família Kadhafi rapidamente acumulou uma fortuna e diversificou seus negócios. Seu fundo acumulou ainda lucros de US$ 2,5 mil milhões em apenas quatro anos. Em 2010, comprou por quase US$ 400 milhões 3% das acções da Pearson, empresa que está por trás do jornal Financial Times.
Na Grã-Bretanha que está oficialmente contra Kadhafi, o agora ex-líder líbio ainda comprou uma série de propriedades. Na Rua Oxford, o ditador pagou mais de 200 milhões/USD pelo famoso edifício conhecido como Portman House.
Nos EUA, o Grupo Carlyle é parte dos parceiros do fundo de Kadhafi, que também investe no sector têxtil da África.
Em acções pelo mundo, o fundo ainda investiu 1,5 mil milhão/USD.
Na Áustria, a empresa de Kadhafi comprou 10% da maior fabricante de tijolos do mundo, a Wienerberger.
Na Itália, a presença de Kadhafi é ainda mais impressionante. Não por acaso, a bolsa de Milão é a que mais sofre com a crise em Tripoli. De ex-colónia italiana, a Líbia passou a ajudar empresas de Roma e Turim. Em pelo menos três ocasiões, salvou a Fiat de graves problemas financeiros. A última vez foi em 2002, quando Kadhafi comprou 2% da empresa.
Os líbios detêm 7,5% do UniCredit, um dos maiores bancos da Itália, além de 2% no principal grupo industrial de armamento, Finmeccanica.
Kadhafi tem 7,5% das acções da Juventus, o time com maior número de títulos do futebol italiano. Isso, claro, para que seu filho fosse escalado para algumas partidas como jogador.
Na África, os investimentos em telecomunicações começaram em 2007, como em Uganda e outros sete países. Ainda comprou 24% da empresa Circle Oil, responsável pela exploração de gás no Egipto, Marrocos, Namíbia, Omã e Tunísia.
No Brasil, os responsáveis pelo fundo buscam terras e afirmam que teriam 500 milhões/USD para gastar, segundo fontes da Câmara Brasil-Países Árabes.(Redacção / JB)
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