Campo de Concentração de Luanda, reino Petrofaminto. Onde o colonialismo e a escravidão ainda não acabaram, nesta sucursal de Myanmar.
Nicolas Sarkozy chegou, não demorou muito tempo, porque o preço do petróleo sobe, como um submarino sem lastro. Em seis horas assinou documentos, almoçou e abrigou-se no protocolo. Bafejou algumas palavras, tinha que extrair alguma essência delas. É assim que comandam as aldrabices das regras diplomáticas.
Depois, o seu homólogo angolano reproduziu os trinta e tal anos de palavras não independentes, nas variáveis dependentes. Poucas palavras abertas, muitas escondidas. As palavras que nos assolam e que jamais deveriam repetir-se, serem audíveis, inconfundíveis. «Respeito mútuo e reciprocidade de vantagens, e não ingerência nos assuntos internos. A amizade entre os povos. A paz e a estabilidade regional e internacional. A prosperidade, o dialogo e o espírito construtivo». As palavras que aumentam a miséria, a fome.
O Dino agora é escritor. Daqueles escritores que não sabem escrever mais nada, a não ser da cansada, malfadada, esgotada luta de libertação da libertinagem. Porra! Mas esse espelho não se parte!? O ciclone Zulu já partiu o espelho deles.
Não é a luta de libertação de Angola. É a luta de libertação dos poços petrolíferos dele e deles. Mais um para inchar o clube dos idiotas permanentes, da cada vez mais pobríssima literatura angolana.
Independência de fingir, um circo com muitos palhaços. Luta de libertação deles e para eles. Idiotas permanentes nos anos sessenta.
Enquanto a invasão chinesa prossegue, o subimperialismo brasileiro aumenta, fortalece a escala do ciclone Darfur/Mugabe. Instalados numa operadora de telecomunicações, sempre consigo, sempre com eles, chegam em força, retiram os postos de trabalho a angolanos, que lhes ensinam quando aqui arribam. Os angolanos ganham trezentos dólares, ENSINAM os brasileiros a trabalharem, que ganham dois mil dólares. Os brasileiros têm direito a transporte, alimentação, habitação e outras regalias. Os brasileiros controlam o marketing da operadora. Em Angola não existem trabalhadores, existem escravos. Depois quando o ciclone Darfur/Mugabe chegar, vão falar que é uma onda de chauvinismo.
A ilusão da luta de libertação terminou. As massas populares no seu inconsciente colectivo procuram libertarem-se, afastarem-se violentamente dos seus líderes violentos e dos seus castelos palacianos.
Tá na moda, é um governo da mais-valia: qualquer ministro, deputado, pronto… qualquer um deles! Em qualquer discurso, mesmo para justificarem a miséria em que vivemos, dizem: «É uma mais-valia»
E os locutores/jornalistas teimam nos mais de seis lustros, além da mais-valia: O precioso líquido, cargas pluviométricas, os populares, os citadinos, o ouro negro, os bagos vermelhos, são neste momento tantas horas, tantos minutos… já desistiram dos e tantos segundos.
Gil Gonçalves
Imagem: Carro desenvolvido por cientistas angolanos para acabar com os engarrafamentos do trânsito.
Nicolas Sarkozy chegou, não demorou muito tempo, porque o preço do petróleo sobe, como um submarino sem lastro. Em seis horas assinou documentos, almoçou e abrigou-se no protocolo. Bafejou algumas palavras, tinha que extrair alguma essência delas. É assim que comandam as aldrabices das regras diplomáticas.
Depois, o seu homólogo angolano reproduziu os trinta e tal anos de palavras não independentes, nas variáveis dependentes. Poucas palavras abertas, muitas escondidas. As palavras que nos assolam e que jamais deveriam repetir-se, serem audíveis, inconfundíveis. «Respeito mútuo e reciprocidade de vantagens, e não ingerência nos assuntos internos. A amizade entre os povos. A paz e a estabilidade regional e internacional. A prosperidade, o dialogo e o espírito construtivo». As palavras que aumentam a miséria, a fome.
O Dino agora é escritor. Daqueles escritores que não sabem escrever mais nada, a não ser da cansada, malfadada, esgotada luta de libertação da libertinagem. Porra! Mas esse espelho não se parte!? O ciclone Zulu já partiu o espelho deles.
Não é a luta de libertação de Angola. É a luta de libertação dos poços petrolíferos dele e deles. Mais um para inchar o clube dos idiotas permanentes, da cada vez mais pobríssima literatura angolana.
Independência de fingir, um circo com muitos palhaços. Luta de libertação deles e para eles. Idiotas permanentes nos anos sessenta.
Enquanto a invasão chinesa prossegue, o subimperialismo brasileiro aumenta, fortalece a escala do ciclone Darfur/Mugabe. Instalados numa operadora de telecomunicações, sempre consigo, sempre com eles, chegam em força, retiram os postos de trabalho a angolanos, que lhes ensinam quando aqui arribam. Os angolanos ganham trezentos dólares, ENSINAM os brasileiros a trabalharem, que ganham dois mil dólares. Os brasileiros têm direito a transporte, alimentação, habitação e outras regalias. Os brasileiros controlam o marketing da operadora. Em Angola não existem trabalhadores, existem escravos. Depois quando o ciclone Darfur/Mugabe chegar, vão falar que é uma onda de chauvinismo.
A ilusão da luta de libertação terminou. As massas populares no seu inconsciente colectivo procuram libertarem-se, afastarem-se violentamente dos seus líderes violentos e dos seus castelos palacianos.
Tá na moda, é um governo da mais-valia: qualquer ministro, deputado, pronto… qualquer um deles! Em qualquer discurso, mesmo para justificarem a miséria em que vivemos, dizem: «É uma mais-valia»
E os locutores/jornalistas teimam nos mais de seis lustros, além da mais-valia: O precioso líquido, cargas pluviométricas, os populares, os citadinos, o ouro negro, os bagos vermelhos, são neste momento tantas horas, tantos minutos… já desistiram dos e tantos segundos.
Gil Gonçalves
Imagem: Carro desenvolvido por cientistas angolanos para acabar com os engarrafamentos do trânsito.
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