quinta-feira, 8 de maio de 2008

O amor perdido é como a fome


O amor perdido é como a fome. Quando conseguimos comida
Saciamo-lo. Acreditamos que ele está próximo, que voltou
A comida voa sem retorno, as asas do amor também
Quando da fome me libertar, prometo amar
Até lá adquiri a certeza, tenho o direito de me revoltar
Não me deixam alimentar. Conduziram-me mal
Para o trânsito proibido onde não se pode amar
Não deixam trigo semear. Os campos estão lavrados
Armas neles vão plantar. O problema da fome está resolvido
Vão-nos eliminar, não terão despesas para nos suportar
Há tempo para disparar, para matar. Não há um segundo para amar
Grande parte do tempo da nossa vida é gasto em eleições
Sofremos com estas desilusões
Porque não há um partido político do amor

Gil Gonçalves

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